sábado, 22 de junho de 2019

Efésios 5:31-32

 "Por este motivo, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua esposa, e os dois se tornarão uma só carne.” Este é um mistério grandioso; refiro-me, contudo, à união entre Cristo e sua Igreja. Portanto, cada um de vós amai a sua esposa como a si mesmo, e a esposa trate o marido com todo o respeito."(Efésios 5:31-32)

                           A IGREJA COMO NOIVA DE CRISTO

Existem inúmeros textos que fazem alusão a verdades que foram escondidas por Deus no início do mundo para serem descobertas ou reveladas em tempo oportuno. Tais textos parecem apontar para o propósito da existência humana e o seu destino final de acordo com os planos de Deus. Um deles, discreto, mas interessante, se encontra em Efésios 5.

Em Efésios 5.22-32 Paulo fala sobre o relacionamento conjugal, mas sempre fazendo alusão à semelhança que há entre a relação “marido e mulher” com Cristo e a Igreja. Ele faz diversas declarações interessantes que sempre apontam para a conexão que há entre Cristo Jesus e o seu Corpo, a Igreja:
  • A mulher deve ser submissa ao marido como é submissa ao Senhor (v. 22)
  • O marido é o cabeça da mulher, como Cristo é o cabeça da Igreja (v. 23)
  • Cristo Jesus é o salvador do seu próprio Corpo (v. 23)
  • A igreja está sujeita a Cristo como as mulheres devem ser aos maridos (v. 24)
  • Maridos devem amar as mulheres como Cristo amou a Igreja (v. 25)
  • Tudo o que Cristo fez pela igreja tinha o objetivo de melhorá-la para si mesmo (vv. 25-27)
  • Como Cristo, os maridos também devem amar a mulher como o seu próprio corpo (v. 28)
  • Quando o marido ama a esposa ele está se amando, como Cristo faz com a Igreja (v. 29)
  • Ninguém odeia a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo faz com a Igreja (v. 29)
  • Assim como marido e mulher são uma só carne, nós também somos membros do corpo de Cristo (v. 30)
Ao concluir as comparações Paulo parece querer deixar bem claro qual a sua perspectiva em relação ao casamento como mensagem profética quanto à prevista e predestinada união de Cristo com a Igreja, que é na verdade o seu próprio Corpo:

Quando Paulo diz “eis por que”, ele está mostrando a razão número 1 da invenção do casamento, a razão maior do porquê o homem sai da casa do pai e se une à sua mulher tornando-se uma só carne com ela: para servir de testemunho profético da futura e planejada união entre o filho de Deus e sua noiva. Por isso ele diz que “o mistério é grande”, pois se referia a Cristo e a Igreja. O grande mistério mencionado aqui, que esteve mantido em segredo em todas as gerações, era que Deus já havia planejado a união entre Cristo e os homens desde o início do mundo, e, além de já ter planejado, deixou pistas sobre este plano nas coisas criadas desde o princípio, uma destas pistas é o próprio casamento.
Assim como o futuro marido precisava esperar que a mulher alcançasse a sua maturidade para que ele pudesse sair da casa do pai para unir-se com ela e os dois se tornassem uma só carne, também Cristo se uniria à Igreja que passaria a ser o seu Corpo, exatamente no tempo predeterminado pelo Pai.


Igreja de Deus é a família de Deus, composta de cristãos que são filhos de Deus Pai e são “irmãos” de Jesus Cristo (1 João 3:1-2, Hebreus 2:11-12). O Pai deseja que todos os eleitos finalmente se tornem Seus filhos.
O relacionamento entre pais, filhos e irmãos a nível humano tinha a intenção de retratar essa grande realidade espiritual.

Mas há outra relação familiar, que também retrata essa imensa realidade espiritual "o casamento" . O casamento humano entre marido e mulher tinha a intenção de retratar o casamento de Jesus Cristo com a Igreja. Cada um dos cristãos é irmão de Cristo. Mas, coletivamente, constituem a Sua Noiva, agora como noiva ou noivo d'Ele que futuramente O acompanhará em um relacionamento conjugal divino por toda a eternidade.

O casamento humano foi instituído com o primeiro casal, Adão e Eva. Deus fez Adão cair em um sono profundo, então lhe abriu a carne de um lado e retirou uma costela, da qual fez Eva para ser uma esposa―uma parceira adequada que complementava o homem. Quando Deus a apresentou a ele, Adão disse: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne”

(Gênesis 2:23). Essencialmente, Eva era parte de Adão―de seu próprio corpo.

Deus disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (versículo 24). Em certo sentido, isso se refere a uma união física literal, a união sexual. Ele imediatamente percebeu que ambos estavam nus e não se envergonhavam (versículo 25). Mas, figurativamente, também se refere a uma união de vidas em uma profunda união. Jesus disse: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mateus 19:6).

Inúmeros versículos referem-se à Igreja de Deus como o Corpo de Cristo, que individualmente pode ser comparada às várias partes de um corpo (Romanos 12:4-51 Coríntios 12:12-27Efésios 1:22-234:12Colossenses 1:24). E Jesus é a “cabeça do corpo da igreja” (Colossenses 1:18). É por isso que o marido é a cabeça da mulher no matrimônio terreno.

“Já não são dois, mas uma só carne” (Mc 10,8)


Tudo começa quando os fariseus, querendo testar Jesus, perguntam se é lícito ou não ao marido repudiar a esposa. De fato, era uma pergunta capciosa. Os fariseus já conheciam bem o texto de Deuteronômio 24, que permitia ao homem despedir a sua esposa caso ele visse nela algo de inconveniente. Todavia, os fariseus querem pôr Jesus à prova, querem testá-Lo, querem ver se Ele se coloca contra a Torá, para terem, assim, um motivo para acusá-Lo.
Jesus pergunta aos fariseus o que diz Moisés, o que Moisés “mandou” fazer. Os fariseus remetem ao Deuteronômio 24, e afirmam que Moisés “permitiu” que se repudiasse a mulher. Interessante o jogo de palavras de Marcos: Jesus pergunta o que Moisés “mandou”, e os fariseus respondem dizendo o que Moisés “permitiu”. Moisés, de fato, não “mandou”, mas “permitiu” que o homem desse à mulher um documento de divórcio, por causa da sua esklerokardia e da sua “dureza de coração”.

O tema da dureza de coração, da esklerokardia, aparece nos profetas (cf. Jr 18,11-12) e, nos salmos, Deus se lamenta por causa da esklerokardia do seu povo: Sl 81,12-13: E meu povo não ouviu minha voz, Israel não quis obedecer-Me; então, os entreguei ao seu coração endurecido: que sigam seus próprios caminhos!” O homem é entregue aos seus próprios caminhos, por causa da sua dureza de coração 

Deus não pensou e nem desejou o divórcio. Moisés, em virtude da dureza de coração do povo, “permitiu” que isso fosse feito. Mas, afirma Jesus, “no princípio”, no “gênesis”, no projeto original de Deus não foi assim. Jesus explica a Torá (Lei) pela própria Torá! A Torá não se contradiz, pois o projeto original de Deus está lá manifestado, intacto, relatado no texto do Gênesis ao qual Jesus se refere. Todavia, na experiência da dureza de coração do povo, Moisés lhes dá um preceito, transitório, que durará até que seus corações sejam dilatados para entender a Torá na sua integridade e não segundo a sua estreiteza.

Cristo, que leva à plenitude a Revelação, manifesta no Evangelho o desejo de Deus para o matrimônio e a família. Ele retoma dois textos do Gênesis: 1,27 e 2,24. Assim, Ele afirma que desde o princípio da criação “Ele os fez homem e mulher, e os dois serão "uma só carne.” Aqui se coloca a revelação de Deus a respeito do homem e da mulher e, consequentemente, do matrimônio. Deus os fez “homem e mulher”. 

A nossa sexualidade é um elemento da nossa identidade, um dom, uma graça, que deve ser recebida com gratidão. Vendo Deus que não era bom para o homem estar só, Deus resolve dar-lhe uma auxiliar “semelhante a Ele” (Gn 2,18). Depois de dar nome a todos os animais, Adão percebe que não existe entre eles alguém que lhe corresponda. Deus, então, faz cair um sono sobre Adão, uma espécie de êxtase, para que ele não veja a obra portentosa de Deus: a criação da mulher. O autor do Gênesis descreve, então, de forma simbólica, mas rica em conteúdo teológico, a criação da mulher. Deus retira uma costela de Adão e a partir dela faz a mulher. Deus conduz a mulher até Adão e este exclama: “Desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada ‘mulher’ porque foi tirada do homem.” E, por isso, o homem deixa seu pai e sua mãe e se une à sua mulher, e os dois serão "uma só carne."

Várias ideias teológicas estão presentes neste texto do Gênesis.:

A primeira é a igualdade de condições entre o homem e a mulher: esta foi tirada do seu lado aberto! Ela se chamará mulher (em hebraico îshá), pois foi tirada do homem (îsh): mesma raiz gramatical, mesma dignidade entre os dois. 

A segunda ideia teológica presente no texto é a do casamento monogâmico: Deus cria uma mulher que corresponde ao homem. 

A terceira mensagem teológica do texto é a da comunhão que deve existir entre o homem e a mulher. O homem reconhece na mulher alguém que lhe corresponde, um outro eu, por isso ele afirma: “esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne”. A mulher é a ajuda adequada para o homem, alguém com quem ele vai dividir a vida. E, por fim, a indissolubilidade do vínculo gerado entre os dois.

Somos chamados hoje a olhar o matrimônio sob o prisma espiritual. O matrimônio deve ser, para nós cristãos, um sinal visível da união de Cristo com sua Igreja. Se, em âmbito natural, o divórcio não se aplica porque contraria a verdade do matrimônio, destrói aquela família que se formou da livre e espontânea vontade de duas pessoas, mais ainda no âmbito religioso o divórcio se mostra como um grande contratestemunho para o mundo que nos cerca. Cristo não abandona a Igreja. Ela, que também nasceu do seu lado aberto na cruz, como a mulher nasceu do lado aberto de Adão que dormia, não foi abandonada em nenhuma hipótese pelo seu esposo.

O amor de Cristo pela sua Igreja durou até a morte, foi um amor até as últimas consequências. Também o amor matrimonial, ainda que se torne, por causa das diferenças, um amor crucificado, é chamado a ser assumido até as suas últimas consequências. Se o matrimônio se tornou uma cruz, ele não deve ser arrastado, mas oferecido ao Pai como "oblação" pura. Muitas vezes a convivência matrimonial torna-se impossível, por diversos fatores, até mesmo não queridos por um ou ambos os cônjuges, todavia o vínculo assumido permanece até o fim, e é isso que Jesus nos lembra nesse evangelho. Em Cristo, o matrimônio nunca termina. Isso não deve ser encarado como um peso, como uma lei que mata, mas como um "dom", como uma garantia de vitalidade. Cristo concede ao matrimônio a mesma durabilidade que o seu amor pela Igreja. O homem não pode separar aquilo o que Cristo uniu (Mc 10,9).

O termo “uma carne” significa que assim como o nosso corpo é inteiro e não pode ser dividido em pedaços e ainda ser um inteiro, assim também Deus estabeleceu o relacionamento matrimonial. Não há mais duas entidades (dois indivíduos), mas agora há apenas uma entidade (um casal). Essa nova união tem várias características.

Quanto à duração da união, Jesus diz que Deus criou o casamento para que o casal permanecesse juntos até que a morte os separassem (Mateus 19:6). Quando divórcio acontece contrário ao plano de Deus, você não tem dois “inteiros”, mas sim duas metades que foram separadas bruscamente uma da outra. Quanto a ligações emocionais, a nova unidade é mais importante do que todos os relacionamentos prévios e futuros (Gênesis 2:24ª). Algumas pessoas, mesmo depois de casados, dão mais atenção ao seu relacionamento com seus pais do que ao seu cônjuge. Essa é uma receita para desastre em um casamento e é uma distorção da intenção original de Deus de “deixar e unir”. Um problema semelhante pode desenvolver quando o marido ou a esposa começa a se aproximar de um filho/a com a intenção de que ele/a cuide de suas necessidades emocionais, ao invés de depender de seu cônjuge.

Emocionalmente, espiritualmente, intelectualmente, financeiramente e de toda outra forma, o casal deve se tornar um. Assim como uma parte do corpo cuida das outras partes (o estômago digere comida para o corpo, o cérebro dirige o corpo para o bem do corpo inteiro, as mãos trabalham a favor do corpo, etc.), assim também cada parceiro do casamento deve mostrar carinho e cuidado um pelo outro. Cada um não deve ver dinheiro ganho como “meu” dinheiro, mas sim como “nosso” dinheiro. Efésios 5:22-23 e Provérbios 31:10-31 demonstram esse princípio de “unidade” colocado em prática para o marido e sua esposa respectivamente.

Fisicamente: Eles se tornam uma só carne e o resultado de ser uma só carne pode ser encontrado nos filhos que essa união produz; esses filhos agora contêm informação genética como resultado dessa união. E até mesmo no aspecto sexual desse relacionamento, eles não devem considerar seus corpos como pertencentes a si mesmo, mas ao seu cônjuge (1 Coríntios 7:3-5). Eles também não devem se focalizar em seu próprio prazer, mas em dar prazer ao seu cônjuge.

Essa união e a busca do que é melhor para o outro não é uma coisa automática, principalmente depois da queda da humanidade em pecado. O homem, em Gênesis 2:24, é ordenado a “unir-se” a sua esposa. Essa palavra representa duas idéias. Uma é a de ser “colado” em sua esposa, um retrato de quão estreito o relacionamento matrimonial deve ser. O outro aspecto é o de “perseguir/conquistar sua esposa persistentemente”. Essa idéia de “perseguir” deve ir além do namoro que leva ao casamento e deve continuar por todo o casamento. A tendência da carne é a de fazer o que “me faz sentir bem”, ao invés de considerar o que vai beneficiar seu cônjuge. Esse tipo de egoísmo é um problema comum que surge no casamento quando a “lua-de-mel acaba”.

Por mais legal que seja viver juntos cuidando das necessidades um do outro, Deus tem um propósito mais importante para o casamento. Assim como eles estavam servindo a Cristo com suas vidas antes do casamento (Romanos 12:1-2), agora devem servir a Cristo juntos como uma unidade e criar seus filhos para servir a Deus (1 Coríntios 7:29-34; Malaquias 2:15; Efésios 6:4). Priscila e Áquila, em Atos 18, são um bom exemplo disso. À medida que um casal almeja a servir ao Senhor juntos, o gozo que o Espírito dá vai encher o seu casamento (Gálatas 5:22-23). No jardim do Éden, três pessoas estavam presentes (Adão, Eva e Deus) e gozo fazia parte desse relacionamento. Portanto, quando Deus está no centro do casamento nos dias de hoje, também vai haver gozo. Sem Deus, uma união duradoura não é possível.


O apóstolo Paulo explica esta relação física e também divinamente espiritual em Efésios 5:22-33:

 “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.

“Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja.

“Porque somos membros do seu corpo. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido”.

Está muito claro que o casamento humano foi instituído com a intenção de representar o relacionamento conjugal definitivo. A união em uma só carne a nível físico tem um paralelo espiritual com a relação especial e íntima de Cristo com o Seu povo. Como Paulo explicou: “Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele “ (1 Coríntios 6:17).

No entanto, como mencionado, os membros da Igreja ainda não entraram na plenitude do relacionamento conjugal com Cristo. Eles estão atualmente desposados com Ele, com a responsabilidade de permanecer espiritualmente puros. Paulo disse a alguns daqueles que ele tinha ajudado a se converter, “Porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Coríntios 11:2).

E quando Jesus Cristo retornar pela última vez, será declarado: “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Apocalipse 19:7).

A Nova Aliança, o pacto no qual os seguidores de Jesus Cristo se comprometem com Ele, é de fato uma aliança de casamento. Esta nova aliança havia sido prometida à antiga Israel muito antes de Cristo vir em carne (Jeremias 31). Ela se tornou necessária em virtude do fato de que a nação tinha violado os termos da Antiga Aliança, que Deus havia celebrado com Israel no Monte Sinai―“Porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o Senhor” (versículo 32). Assim, a Antiga Aliança também era uma aliança de casamento.

Então, Israel era a noiva de Deus e é importante compreender que Aquele que os israelitas conheciam como Deus no período do Antigo Testamento era Quem, mais tarde, nasceria como Jesus Cristo (ver 1 Coríntios 10:4 ). 

A Noiva de Cristo era, portanto, Israel, mas a nação quebrou seus votos de casamento―adorando a outros deuses, que Deus enxergou como fornicação e adultério espiritual (Levítico 17:7Jeremias 3:16).

A Antiga Aliança terminou com a morte de Jesus Cristo. Porém, o Cristo ressuscitado ainda pretendia se casar com Israel, mas sob uma Nova aliança―um novo acordo de casamento. Essa aliança é para todas as pessoas, mas todos devem se tornar israelitas, espiritualmente, através de Cristo. A Igreja é a Israel espiritual―a precursora do relacionamento da Nova Aliança. 

Deus também mencionou no Antigo Testamento de ser casado com a cidade de Jerusalém, a qual representava toda a Israel (Ezequiel 16). Da mesma forma, a futura Nova Jerusalém é referida como “a noiva, a esposa do Cordeiro” (Apocalipse 21:9-10ARA). Isso é porque ela será composta de todos os que são fiéis a Deus, sendo a morada eterna de Deus e Seu povo. Devemos lembrar que a própria Igreja é chamada de “morada de Deus no Espírito” (Efésios 2:22)―tal como o Pai e Cristo vivem dentro de seus membros por meio do Espírito Santo.

Cristo que nos apresenta hoje essa Palavra, ou melhor, que se apresenta a cada um de nós nessa Palavra, é chamado pelo autor da carta aos hebreus de “iniciador” e “consumador” da nossa salvação. Aqu’Ele que desejou “conduzir muitos filhos à glória”. Ele provou em nosso favor a morte, e por isso foi coroado de honra e glória. Ressuscitado, ele também nos ressuscitará no último dia, do qual este domingo é prenúncio e antecipação. Peçamos ao Pai, por Cristo, na força do Espírito Santo fortaleça as nossas famílias. Que as pedras do caminho e o peso dos anos não sufoquem aqueles que se colocaram nesta bela e exigente jornada. Que o amor nos nossos casais se renove a cada dia e se faça sempre jovem, como é o amor de Cristo pela sua Igreja. Ele sempre nos olha com a mesma ternura da primeira hora, apesar das rugas que marcam o nosso rosto. O peso das injúrias e até mesmo das infidelidades não arrefecem o seu amor humano e divino. Que esse mesmo amor inflame o coração dos nossos casais: um amor crucificado! Que o seu amor seja fortalecido e renovado pelo Senhor, a fim de que nossas famílias sejam um sinal do próprio amor de Cristo pela sua Igreja! Que a fecundidade não se afaste de nossos lares, para que, como diz o salmista, “os filhos sejam como rebentos de oliveira ao redor de tua mesa”, e “tua esposa seja um videira bem fecunda no coração de tua casa”.


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