terça-feira, 21 de julho de 2020

É possível ser neutro?

                       A IMPOSSIBILIDADE DE SER NEUTRO (Mateus 12:30)

A figura de ajuntar e espalhar que Jesus emprega nesta frase pode provir de dois panos de fundo.

1.Pode referir-se à colheita, que não participa da coleta do grão, o espalha e deixa que o leve o vento. 

2.Pode fazer referência aos pastores; quem não ajuda a proteger o rebanho, o expõe ao perigo; quem não o reúne o conduz às montanhas perigosas e inóspitas. 

Nesta frase penetrante Jesus estabelece a impossibilidade de alguém permanecer neutro. 

W. C. Allen escreve: "Nesta luta contra as fortalezas de Satanás só há dois lados:

.Com Jesus (  recolher com Jesus  )
.Contra Jesus ( esparramar com Satanás )

Podemos tomar uma analogia muito simples.
Podemos tomar esta frase e aplicar a nós mesmos e à Igreja:

Se nossa presença não fortalecer a Igreja, nossa ausência a debilita. (Não há um ponto intermediário)

Se um país estiver em guerra, a nação que permanece neutra está ajudando o inimigo ao negar a ajuda que poderia ter brindado.

Em todas as coisas deste mundo o homem deve escolher um lado.

Abster-se de decidir a ação suspensa, não é uma saída porque a mera negação de ajuda a um lado significa ajuda ao outro.

Há três coisas que impulsionam um homem a procurar esta neutralidade impossível. 

(1) A inércia da natureza humana. 

Há muitos a respeito de quem se pode dizer que seu único desejo é não se incomodarem. Afastam-se automaticamente de tudo o que os perturba, e até escolher os incomoda.

(2) A covardia natural da natureza humana.

Mais de uma pessoa rejeita o caminho de Cristo porque no fundo de seu coração teme assumir a posição que o cristianismo exige. O que está na base de sua rejeição é a consideração do que pensará e dirá o resto das pessoas. Em seus ouvidos, a voz de seus vizinhos é mais forte que a voz de Deus.

(3) A mera debilidade da natureza humana.

A maior parte das pessoas prefere a segurança à aventura, e quanto mais crescem em idade mais se aferram à segurança.
Um desafio sempre implica uma aventura. Cristo se aproxima de nós com um desafio, e com muita freqüência preferimos o conforto da inação egoísta à aventura da ação para Cristo.

Esta frase de Cristo – "Quem não é comigo, é contra mim" – apresenta-nos um problema, pois tanto Lucas como Marcos têm uma declaração que é o oposto desta: "Quem não é contra nós, é por nós" (Marcos 9:40; Lucas 9:50).

Mas estas duas frases não são tão contraditórias como parecem.
Devemos assinalar que Jesus pronunciou a segunda frase quando seus discípulos se aproximaram para lhe dizer que tinham buscado deter um homem que expulsava demônios em nome de Cristo, e tinham tentado impedir-lo, porque não era um de seus discípulos.
De maneira que se tem feito uma sugestão muito sábia. "Quem não é comigo, é contra mim" é uma prova que devemos nos aplicar a nós mesmos.

Estou em realidade do lado do Senhor, ou trato de passar pela vida em um estado de covarde neutralidade?
"Quem não é contra nós, é por nós", é uma prova que devemos aplicar a outros.

Sou intolerante? Inclino-me a condenar a qualquer um que não fala com minha teologia, que não adora segundo minha liturgia e que não compartilha minhas idéias? Limito o Reino de Deus àqueles que pensam como eu?

A afirmação desta passagem é um desafio e uma prova que devemos nos aplicar a nós mesmos; a declaração de Marcos e Lucas é uma afirmação que devemos aplicar a outros. Porque sempre devemos nos julgar a nós mesmos de maneira estrita e a outros com tolerância

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