sábado, 23 de maio de 2020

Salmo 1

                                           SALMO 1


                         " São esplêndidos e incomparáveis "

. De origem celestial,contém detalhes da história nacional do povo judeu
. Registros de porções particulares da vida e experiências de indivíduos e predições de eventos futuros.
. Cada um desses tópicos  inclui ilustrações de cada verdade religiosa,exemplos de cada conflito espiritual.
. Manifestações da imensurabilidade, da majestade e das perfeições do único e verdadeiro Deus, seu governo do mundo e seu especial desvelo por seu povo eleito.
. Variados exercícios da alma regenerada, e vemo-la numa ocasião oferendo ferventes súplicas Aquele que ouve as orações.
. Certa ocasião pranteando sob a disciplina divina em decorrência do pecado,
. Outra se regozijando sob o efeito da mercê perdoadora e desfrutando daquela paz que excede a toda e qualquer compreensão. 

. Este Salmo no início é a guisa de prefácio, no qual o autor inculca a todos os piedosos o dever de se meditar na lei de Deus.
. A suma e substância de todo o Salmo consistem em que são bem-aventurados os que aplicam seus corações a buscar a sabedoria celestial; ao passo que, os profanos desprezadores de Deus, ainda que por algum tempo se julguem felizes, por fim terão o mais miserável fim.

[1, 2] Bem-aventurado é o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém na vereda dos pecadores, nem se assenta junto com os escarnecedores. Seu deleite, porém, está na lei de Jehovah; e em sua lei medita dia e noite.

Na Septuaginta, a redação é μακάριος : bem-aventurado é o homem. Tanto Calvino quanto os tradutores de língua inglesa adotaram essa redação.Mas como no hebráico está no plural a tradução melhor seria : "Oh, bem-aventurança do homem" :(uma bela e enfática forma de expressão.)

Tudo estará bem com os devotos servos de Deus, cuja incansável diligência é fazer progresso no estudo da lei divina.

Deus a ninguém é favorável senão àqueles que zelosamente se devotam ao estudo da verdade divina.

Antes de declarar a ditosa sorte dos estudantes da divina lei, os admoesta a se precaverem para não se deixar levar pela impiedade da multidão que os cerca.

- Revela sua aversão pelos perversos, ele nos ensina quão impossível é para alguém aplicar sua mente à meditação na lei de Deus, se antes não recuar e afastar-se da sociedade dos ímpios.

. Para que vivamos plenamente conscientes dos perigos que nos cercam, necessário se faz recordar que o mundo está saturado de corrupção mortífera, e que o primeiro passo para se viver bem consiste em renunciar a companhia dos ímpios, de outra sorte é inevitável que nos contaminemos com sua própria poluição.

. Sua afirmação, de que é bem-aventurado quem não se enleia com os ímpios, é o que o comum sentimento e opinião do gênero humano dificilmente admitirá .

. Aqui ensina que ninguém pode ser devidamente encorajado ao temor e ao serviço de Deus, e bem assim ao estudo de sua lei, sem que, convictamente, se persuada de que todos os ímpios são miseráveis e que os que não se afastam de sua companhia se envolverão na mesma destruição a eles destinada. 

. Como fazer isso se estamos misturados com eles no mundo?

1. Ele nos proíbe de andarmos em seu conselho
2. Ele nos proíbe de determo-nos em sua vereda
3. Ele nos proíbe de  assentarmo-nos junto deles

Os servos de Deus devem diligenciar-se ao máximo por cultivar aversão pela vida dos ímpios.
Que ninguém se deixe insensivelmente enganar, mostra como paulatinamente os homens são ordinariamente induzidos a desviar-se de seu reto caminho.

1. No primeiro passo, não se precipitam em franco desprezo a Deus; mas, tendo uma vez começado a dar ouvidos ao mau conselho, Satanás os conduz, passo a passo, a um desvio mais acentuado, até que se lançam de ponta cabeça em franca transgressão. O profeta, pois, começa com conselho, termo este, a meu ver, significando a perversidade que ainda não se exteriorizou abertamente.

2. No segundo passo que deve ser tomado no sentido de habitual modo ou maneira de viver.

3. No terceiro passo uma expressão metafórica que designa a obstinação produzida pelo hábito de uma vida pecaminosa

. Devemos entender os três verbos: andarreshaim ), deterchataim )e assentarletsim ).

a)Quando uma pessoa anda voluntariamente em consonância com a satisfação de suas corruptoras luxúrias, a prática do pecado o enfatua tanto que, esquecido de si mesma.

b)Isso se torna cada vez mais empedernida na perversidade, o que o profeta denomina de deter-se no caminho dos pecadores.

c)Então, por fim, segue-se uma desesperada obstinação, a qual o profeta expressa usando a figura do assentar-se.

As palavras hebráicas mostram um aumento gradual do mal.

No segundo versículo, o salmista não declara simplesmente ser bem-aventurado aquele que teme a Deus, como faz em outros passos, senão que designa o estudo da lei como sendo a marca da piedade, nos ensinando que Deus só é corretamente servido quando sua lei for obedecida.

Não se deixa a cada um a liberdade de codificar um sistema de religião ao sabor de sua própria inclinação, senão que o padrão de piedade deve ser tomado da Palavra de Deus. 

Quando Davi, aqui, fala da lei, não se deve deduzir como se as demais partes da Escritura fossem excluídas, mas, antes, visto que toda a Escritura outra coisa não é senão a exposição da lei, ela é como a cabeça sob a qual se compreende todo o corpo. 

O profeta, pois, ao enaltecer a lei, inclui todo o restante dos escritos inspirados. É mister, pois, que ele seja compreendido como a exortar os fiéis a meditarem também nos Salmos.

Ao caracterizar o santo se deleitando na lei do Senhor, daí podemos aprender que a obediência forçada ou servil não é de forma alguma aceitável diante de Deus, e que só são dignos estudantes da lei aqueles que se chegam a ela com uma mente disposta e se deleitam com suas instruções, não considerando nada mais desejável e delicioso do que extrair dela o genuíno progresso.

Desse amor pela lei procede a constante meditação nela, o que o profeta menciona na última cláusula do versículo; pois todos quantos são verdadeiramente impulsionados pelo amor à lei devem sentir prazer no diligente estudo dela.

(3) Ele será como uma árvore plantada junto a ribeiros de águas, que produz seu fruto na estação própria, cujas folhas não murcharão, e tudo quanto faz prosperará. 

O salmista ilustra, e ao mesmo tempo confirma pelo uso de metáfora, a afirmação feita no versículo precedente; pois ele mostra em que sentido os que temem a Deus são considerados bem-aventurados, ou seja, não porque desfrutem de evanescente e infantil alegria, mas porque se encontram numa condição saudável .

Há nas palavras um contraste implícito entre o vigor de uma árvore plantada num sítio bem regado e a aparência decaída de uma que, embora viceje prazenteiramente por algum tempo, no entanto logo murcha em decorrência da aridez do solo em que se acha plantada. 

Com respeito aos ímpios, como veremos mais adiante [Salmo 37.35], eles são às vezes como “os cedros do Líbano”. 
.Desfrutam de uma prosperidade tão exuberante, tanto de riquezas quanto de honras, que nada parece faltar-lhes para sua presente felicidade. 
.Não obstante, quanto mais alto se ergam e quanto mais expandam por todos os lados seus galhos, uma vez não possuindo raízes bem fincadas no chão, nem ainda suficiente umidade da qual venha a derivar seus nutrientes, toda a sua beleza se esvai e desaparece. 
.Portanto, é tão-somente pela bênção divina que alguém pode permanecer numa condição de prosperidade.

Os que explicam a figura dos fiéis produzindo seu fruto na estação própria, significando que sabiamente discernem quando uma coisa deve ser feita, até onde pode ser bem feita, em minha opinião revela mais sutileza do que bom senso, impondo às palavras do profeta um sentido que ele jamais pretendeu.
.Obviamente, sua intenção nada mais nada menos era que os filhos de Deus vicejam constantemente, e são sempre regados com as secretas influências da graça divina, de modo que tudo quanto lhes suceda é proveitoso para sua salvação.

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