SALMO 1
" São esplêndidos e incomparáveis "
. De origem celestial,contém detalhes da história nacional do povo judeu
. Registros de porções particulares da vida e experiências
de indivíduos e predições de eventos futuros.
. Cada um desses
tópicos inclui ilustrações de
cada verdade religiosa,exemplos de cada conflito espiritual.
. Manifestações da imensurabilidade, da majestade e das perfeições do único e verdadeiro
Deus, seu governo do mundo e seu especial desvelo por seu
povo eleito.
. Variados exercícios da alma
regenerada, e vemo-la numa ocasião oferendo ferventes súplicas Aquele que ouve as orações.
. Certa ocasião pranteando sob a disciplina divina em decorrência do pecado,
. Outra se regozijando sob o efeito da mercê perdoadora e desfrutando daquela paz que excede a toda e qualquer compreensão.
. Este Salmo no início é a guisa de prefácio, no qual o autor inculca a todos os piedosos o dever de se meditar na lei de Deus.
. A suma
e substância de todo o Salmo consistem em que são bem-aventurados os que aplicam seus corações a buscar a sabedoria celestial; ao
passo que, os profanos desprezadores de Deus, ainda que por algum tempo se julguem felizes, por fim terão o mais miserável fim.
[1, 2]
Bem-aventurado é o homem que não anda no conselho dos ímpios,
nem se detém na vereda dos pecadores, nem se assenta junto com os
escarnecedores. Seu deleite, porém, está na lei de Jehovah; e em sua
lei medita dia e noite.
Na Septuaginta, a redação é μακάριος : bem-aventurado é o homem. Tanto
Calvino quanto os tradutores de língua inglesa adotaram essa redação.Mas como no hebráico está no plural a tradução melhor seria : "Oh, bem-aventurança do homem" :(uma bela e enfática forma de expressão.)
Tudo estará bem com os devotos servos de Deus, cuja incansável diligência é fazer progresso
no estudo da lei divina.
Deus a ninguém é favorável senão àqueles que zelosamente se devotam ao estudo
da verdade divina.
Antes de declarar a ditosa sorte dos estudantes da divina lei, os admoesta a se precaverem para não se
deixar levar pela impiedade da multidão que os cerca.
- Revela sua aversão pelos
perversos, ele nos ensina quão impossível é para alguém aplicar
sua mente à meditação na lei de Deus, se antes não recuar e
afastar-se da sociedade dos ímpios.
. Para que vivamos plenamente conscientes dos perigos que nos cercam,
necessário se faz recordar que o mundo está saturado de corrupção mortífera, e que o primeiro passo para se viver bem
consiste em renunciar a companhia dos ímpios, de outra sorte
é inevitável que nos contaminemos com sua própria poluição.
. Sua afirmação, de que é bem-aventurado quem não se
enleia com os ímpios, é o que o comum sentimento e opinião do gênero humano dificilmente admitirá .
. Aqui ensina que ninguém
pode ser devidamente encorajado ao temor e ao serviço de
Deus, e bem assim ao estudo de sua lei, sem que, convictamente, se persuada de que todos os ímpios são miseráveis e
que os que não se afastam de sua companhia se envolverão na
mesma destruição a eles destinada.
. Como fazer isso se estamos misturados com eles no mundo?
1. Ele nos proíbe de andarmos em seu conselho
2. Ele nos proíbe de determo-nos em sua vereda
3. Ele nos proíbe de assentarmo-nos junto deles
Os servos de Deus devem diligenciar-se
ao máximo por cultivar aversão pela vida dos ímpios.
Que
ninguém se deixe insensivelmente enganar, mostra como paulatinamente os homens são ordinariamente induzidos a desviar-se de seu reto caminho.
1. No primeiro passo, não se precipitam em franco desprezo a Deus; mas, tendo uma vez começado a dar ouvidos ao mau conselho, Satanás os conduz, passo a
passo, a um desvio mais acentuado, até que se lançam de ponta cabeça em franca transgressão. O profeta, pois, começa com
conselho, termo este, a meu ver, significando a perversidade
que ainda não se exteriorizou abertamente.
2. No segundo passo que deve ser tomado no sentido de habitual modo ou maneira de viver.
3. No terceiro passo uma expressão metafórica que designa a obstinação produzida
pelo hábito de uma vida pecaminosa
. Devemos entender os três verbos: andar( reshaim ), deter( chataim )e assentar( letsim ).
a)Quando uma pessoa anda voluntariamente em consonância
com a satisfação de suas corruptoras luxúrias, a prática do
pecado o enfatua tanto que, esquecido de si mesma.
b)Isso se torna
cada vez mais empedernida na perversidade, o que o profeta
denomina de deter-se no caminho dos pecadores.
c)Então, por fim,
segue-se uma desesperada obstinação, a qual o profeta expressa usando a figura do assentar-se.
As palavras hebráicas mostram um aumento gradual do mal.
No segundo versículo, o salmista não declara simplesmente
ser bem-aventurado aquele que teme a Deus, como faz em
outros passos, senão que designa o estudo da lei como sendo a
marca da piedade, nos ensinando que Deus só é corretamente
servido quando sua lei for obedecida.
Não se deixa a cada um
a liberdade de codificar um sistema de religião ao sabor de sua
própria inclinação, senão que o padrão de piedade deve ser
tomado da Palavra de Deus.
Quando Davi, aqui, fala da lei,
não se deve deduzir como se as demais partes da Escritura
fossem excluídas, mas, antes, visto que toda a Escritura outra
coisa não é senão a exposição da lei, ela é como a cabeça sob a
qual se compreende todo o corpo.
O profeta, pois, ao enaltecer
a lei, inclui todo o restante dos escritos inspirados. É mister,
pois, que ele seja compreendido como a exortar os fiéis a
meditarem também nos Salmos.
Ao caracterizar o santo se
deleitando na lei do Senhor, daí podemos aprender que a
obediência forçada ou servil não é de forma alguma aceitável
diante de Deus, e que só são dignos estudantes da lei aqueles
que se chegam a ela com uma mente disposta e se deleitam
com suas instruções, não considerando nada mais desejável e
delicioso do que extrair dela o genuíno progresso.
Desse amor
pela lei procede a constante meditação nela, o que o profeta
menciona na última cláusula do versículo; pois todos quantos
são verdadeiramente impulsionados pelo amor à lei devem
sentir prazer no diligente estudo dela.
(3) Ele será como uma árvore plantada junto a ribeiros de águas, que
produz seu fruto na estação própria, cujas folhas não murcharão, e
tudo quanto faz prosperará.
O salmista ilustra, e ao mesmo tempo confirma pelo
uso de metáfora, a afirmação feita no versículo precedente;
pois ele mostra em que sentido os que temem a Deus são considerados bem-aventurados, ou seja, não porque desfrutem de
evanescente e infantil alegria, mas porque se encontram numa
condição saudável .
Há nas palavras um contraste implícito entre
o vigor de uma árvore plantada num sítio bem regado e a
aparência decaída de uma que, embora viceje prazenteiramente
por algum tempo, no entanto logo murcha em decorrência da
aridez do solo em que se acha plantada.
Com respeito aos ímpios, como veremos mais adiante [Salmo 37.35], eles são às
vezes como “os cedros do Líbano”.
.Desfrutam de uma prosperidade tão exuberante, tanto de riquezas quanto de honras,
que nada parece faltar-lhes para sua presente felicidade.
.Não
obstante, quanto mais alto se ergam e quanto mais expandam
por todos os lados seus galhos, uma vez não possuindo raízes
bem fincadas no chão, nem ainda suficiente umidade da qual
venha a derivar seus nutrientes, toda a sua beleza se esvai e
desaparece.
.Portanto, é tão-somente pela bênção divina que
alguém pode permanecer numa condição de prosperidade.
Os
que explicam a figura dos fiéis produzindo seu fruto na estação
própria, significando que sabiamente discernem quando uma
coisa deve ser feita, até onde pode ser bem feita, em minha
opinião revela mais sutileza do que bom senso, impondo às
palavras do profeta um sentido que ele jamais pretendeu.
.Obviamente, sua intenção nada mais nada menos era que os filhos de
Deus vicejam constantemente, e são sempre regados com as
secretas influências da graça divina, de modo que tudo quanto
lhes suceda é proveitoso para sua salvação.
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