sexta-feira, 8 de maio de 2020

O Homem Espiritual ( A criação do homem )

                                                  A CRIAÇÃO DO HOMEM


"Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente." (Gn 2.7.)

No início, Deus criou o homem, formando-o do pó da terra. Depois soprou "o fôlego de vida" em suas narinas. Tão logo o fôlego de vida, que se tornou o espírito do homem, entrou em contato com o corpo, a alma foi gerada. 
Portanto a alma é resultado da união do corpo com o espírito. E por isso que as Escrituras chamam o homem de "alma vivente". O fôlego de vida tornou-se o espírito do homem, que é o princípio de vida que há nele. O Senhor Jesus diz que "o espírito é o que vivifica" (Jo 6.63). Esse fôlego de vida vem do Senhor da criação. 


Todavia não devemos confundir o espírito do homem com o Espírito Santo de Deus. Este último é diferente do espírito humano. Podemos ver essa diferença em Romanos 8.16, que declara que o "Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" 

O termo original traduzido como "vida" na expressão "fôlego de vida" é chay, e está no plural. Isso pode estar indicando que o sopro de Deus produziu uma vida dupla: a vida da alma  e a do espírito. 

Quando o sopro de Deus entrou no corpo do homem, tornou-se o espírito do homem. Assim que o espírito interagiu com o corpo, a alma passou a existir. Essa é a origem da vida do espírito e da alma .

Precisamos reconhecer, porém, que esse espírito não é a própria vida de Deus, pois "o sopro do Todo-Poderoso me dá vida" (Jó 33.4). 
Também não se trata da vida eterna de Deus, nem tampouco da vida de Deus que receberemos por ocasião da regeneração. 
Essa vida, a que recebemos no novo nascimento, é a própria vida de Deus tipificada pela árvore da vida. Nosso espírito, embora existindo permanentemente, é destituído da "vida eterna".

A expressão "formou ao homem do pó da terra" refere-se ao corpo do homem. 
A frase "e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida" fala do espírito do homem, que veio de Deus. 
"E o homem passou a ser alma vivente" relata a criação da alma do homem, quando o corpo foi vivificado pelo espírito e ele se tornou um ser vivo e consciente de si. 
O homem completo é uma trindade.Composto de espírito, alma e corpo. 

De acordo com Gênesis 2.7, ele foi feito de apenas dois elementos independentes: o corpóreo e o espiritual. Contudo, quando Deus soprou o espírito dentro daquela estrutura de terra, a alma foi gerada. O espírito do homem, em contato com o corpo inanimado, gerou a alma. O corpo separado do espírito estava morto; com o espírito, porém, o homem passou a viver. 
O elemento constituinte que resultou disso foi chamado de "alma". A frase "e o homem passou a ser alma vivente" não expressa apenas o fato de que a combinação do espírito com o corpo produziu a alma. Indica, também, que o espírito e o corpo estavam completamente fundidos nessa alma. 

Em outras palavras, a alma e o corpo estavam juntos com o espírito, e o espírito e o corpo, fundidos na alma. 
"Em seu estado anterior à queda, Adão nada sabia dessas incessantes lutas entre espírito e carne, que, para nós, são experiências diárias. 
Suas três naturezas se uniam perfeitamente, formando uma só. A alma, como fator de unidade, tornou-se a base de sua individualidade, de sua existência como ser distinto." (Pember's Earth's Earliest Age.) 

O homem foi denominado "alma vivente" porque era nesta que o espírito e o corpo se encontravam, e nela também se manifestava sua individualidade. 

Talvez possamos usar uma ilustração, ainda que imperfeita. 

Se derramarmos um pouco de tintura num copo d'água, os dois elementos vão se misturar, formando algo diferente, a tinta de escrever. Da mesma forma, espírito e corpo, dois elementos independentes, unem-se tornando-se alma vivente. 
(A analogia não é perfeita porque a alma, gerada pela combinação do espírito com o corpo, torna-se um elemento independente e indissolúvel, tanto quanto o espírito e o corpo.) 

Deus dispensou um tratamento todo especial à alma do homem. 

Os anjos foram criados como seres espirituais; o ser humano, predominantemente como alma vivente. 

O homem, além de ter corpo, possuía também o fôlego da vida. Por isso tornou-se alma vivente também. Assim é que, nas Escrituras, Deus freqüentemente se refere aos homens como "almas". 

E por que isso? 

Porque aquilo que o homem é depende de como é sua alma. Esta o representa e expressa sua individualidade. É a sede da vontade do homem, o lugar onde o espírito e o corpo se unem de maneira perfeita. 

Se a alma do homem quiser obedecer a Deus, permitirá que o espírito o governe, conforme ordenado por Deus. 

Se ela preferir, poderá, também, na condição de dominadora do homem, reprimir o espírito e deleitar-se fora do Senhor. 

Esta trindade, espírito, alma e corpo, pode ser ilustrada, ainda que de modo imperfeito, por meio de uma lâmpada elétrica

Dentro da lâmpada, que representa o homem total, existem a eletricidade, a luz e o filamento. O espírito seria a eletricidade; a alma, a luz; e o corpo, o filamento. A eletricidade é a causa da luz, e a luz é o efeito da eletricidade. 
O filamento é o elemento material que conduz a eletricidade e também manifesta a luz. 
A combinação do espírito com o corpo produz a alma, aquilo que é singular no homem. 
A eletricidade, conduzida pelo filamento, manifesta-se através da luz; do mesmo modo o espírito atua sobre a alma que, por sua vez, expressa a si mesma através do corpo. 
Existe, porém, uma verdade que deve estar bem presente em nossa lembrança. 
Na vida atual, a alma é o ponto de convergência dos elementos constitutivos do nosso ser. 
Em nosso estado ressurreto, porém, o espírito será o poder governante. Isso porque a Bíblia diz que "semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual" (1 Co 15.44-45). 

Todavia eis aqui um ponto vital: nós, que fomos unidos ao Senhor ressurreto, podemos, já no presente, ter nosso espírito governando todo o nosso ser. Não estamos unidos ao primeiro Adão, feito alma vivente, mas ao último, que é espírito vivificante (v. 45). 
 

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário