À virgem mãe,
que nos dando Jesus,
tudo nos deu, e que por Jesus nos conduz a Deus,
é consagrado este livro em penhor de filial devoção.
que nos dando Jesus,
tudo nos deu, e que por Jesus nos conduz a Deus,
é consagrado este livro em penhor de filial devoção.
Prefácio do autor
Como o título indica, não é este Compêndio um tratado completo, senão apenas um sumário, que possa servir de moldura ou esqueleto a estudos mais circunstanciados e profundos. Ainda assim, para evitarmos a aridez de um Compêndio, esmeramo-nos em desenvolver, com reflexões próprias a gerar a piedade, os pontos essenciais que constituem a vida interior, tais como a habitação do Espírito Santo na alma, a nossa incorporação em Cristo, a parte que tem Maria na santificação dos homens, a natureza da perfeição e a necessidade de a ela tender. Igualmente nos espraiamos na explanação das três vias, insistindo no que pode levar as almas à confiança, ao amor, à prática das virtudes.
Convencidos como estamos, de que o Dogma é a base da Teologia Ascética, e de que a exposição do que Deus fez e não cessa de fazer por nós é o estímulo mais eficaz da verdadeira devoção, tomamos a peito recordar sumariamente as verdades da fé sobre que assenta a vida interior. Assim pois, é o nosso tratado antes de tudo doutrinal, empenhando-se por mostrar que a perfeição cristã dimana logicamente dos nossos dogmas e sobretudo da Encarnação, que deles é o centro. Mas, ao mesmo tempo, é prático; porque não há nada como uma fé viva e esclarecida para nos animar a fazer os esforços enérgicos e perseverantes que a reforma de nós mesmos e o cultivo das virtudes reclamam. Esmeramo-nos, pois, desde a primeira parte, em tirar dos nossos dogmas as conclusões práticas que deles espontaneamente se derivam, em deduzir os meios gerais de perfeição e estimular os leitores a praticar o que leram com atenção: Sede cumpridores da palavra e não ouvintes somente[1].
Na segunda parte, eminentemente prática, não cessamos de apoiar as nossas conclusões sobre os dogmas expostos na primeira, em particular sobre a nossa incorporação em Cristo e a habitação do Espírito Santo em nós. A purificação da alma não se faz perfeitamente sem nos incorporarmos n’Aquele que é a fonte de toda a pureza; e a prática positiva das virtudes cristãs nunca é tão fácil, como quando atraímos a nós Aquele que as possui na sua plenitude e tão ardentemente no-las deseja comunicar. Quanto à união íntima e habitual com Deus, não se realiza esta plenamente, sem vivermos sob o olhar e direção da Santíssima Trindade que vive em nós. Assim, o nosso progresso nos três grandes estados da vida espiritual é assinalado pela nossa incorporação progressiva em Cristo Jesus e pela dependência cada vez mais completa do Espírito santificador.
Esta adesão ao Verbo Encarnado e ao seu divino Espírito não exclui, antes, pelo contrário, supõe uma ascese sobremaneira ativa. S. Paulo, que tão perfeitamente pôs em evidência a nossa incorporação em Cristo e a nossa união com Deus, nem por isso insiste menos sobre a necessidade da luta contra as tendências do homem velho, contra o mundo e os espíritos das trevas. Eis o motivo por que, na exposição das três vias, tantas vezes falamos de combate espiritual, de esforços enérgicos, de mortificação, de tentações, de quedas, de levantamentos, não somente para os principiantes, mas até para as almas adiantadas. É indispensável atentar bem para as realidades, e, ainda mesmo ao descrever a união íntima com Deus e a paz que a acompanha, recordar, como faz Santa Teresa, que o combate espiritual não finda senão à nossa morte.
Mas essas lutas incessantes, essas alternativas de consolações e de provas não têm nada de assustador para as almas generosas, sempre unidas a Deus tanto na bonança como na tempestade.
É sobretudo para os seminaristas e sacerdotes que escrevemos; mas esperamos que este livro seja útil às comunidades religiosas e até aos numerosos seculares que hoje cultivam a vida interior, para exercerem mais eficazmente o apostolado[2].
Exporemos, antes de tudo, as doutrinas certas ou comumente recebidas, reservando apenas lugar muito restrito às questões controversas. Há, sem dúvida, diversas escolas de espiritualidade; mas os homens ponderados dessas várias escolas estão de acordo em tudo o que há de verdadeiramente importante para a direção das almas. Essa doutrina comum é a que nós exporemos, esforçando-nos por apresentá-la na melhor ordem lógica e psicológica que nos for possível. Se por vezes mostramos certa preferência pela espiritualidade da Escola Francesa do século XVIII fundada nos ensinamentos de S. Paulo e S. João, é em tão perfeita harmonia com a maior sinceridade que temos a mais elevada estima pelas outras escolas e a mãos largas nos utilizaremos das suas riquezas, pondo a mira muito mais em evidenciar o que as aproxima do que aquilo que as diferencia.
Ao Verbo Encarnado e à sua Santa Mãe, sede da divina Sabedoria, humildemente dedicamos este modesto trabalho, sobremaneira afortunado, se puder, sob tão poderosa égide, contribuir para a glória da Santíssima e Adorabilíssima Trindade: Para que em todas as coisas seja Deus honrado por Jesus Cristo[3].
As poucas mudanças que introduzimos nesta quinta edição, para termos na devida conta as benévolas observações que houveram por bem fazer-nos, não modificaram a essência do nosso trabalho.
Seja-nos lícito registar neste lugar os mais cordiais agradecimentos a todos quantos assim quiseram contribuir para o aperfeiçoamento deste Compêndio.
Convencidos como estamos, de que o Dogma é a base da Teologia Ascética, e de que a exposição do que Deus fez e não cessa de fazer por nós é o estímulo mais eficaz da verdadeira devoção, tomamos a peito recordar sumariamente as verdades da fé sobre que assenta a vida interior. Assim pois, é o nosso tratado antes de tudo doutrinal, empenhando-se por mostrar que a perfeição cristã dimana logicamente dos nossos dogmas e sobretudo da Encarnação, que deles é o centro. Mas, ao mesmo tempo, é prático; porque não há nada como uma fé viva e esclarecida para nos animar a fazer os esforços enérgicos e perseverantes que a reforma de nós mesmos e o cultivo das virtudes reclamam. Esmeramo-nos, pois, desde a primeira parte, em tirar dos nossos dogmas as conclusões práticas que deles espontaneamente se derivam, em deduzir os meios gerais de perfeição e estimular os leitores a praticar o que leram com atenção: Sede cumpridores da palavra e não ouvintes somente[1].
Na segunda parte, eminentemente prática, não cessamos de apoiar as nossas conclusões sobre os dogmas expostos na primeira, em particular sobre a nossa incorporação em Cristo e a habitação do Espírito Santo em nós. A purificação da alma não se faz perfeitamente sem nos incorporarmos n’Aquele que é a fonte de toda a pureza; e a prática positiva das virtudes cristãs nunca é tão fácil, como quando atraímos a nós Aquele que as possui na sua plenitude e tão ardentemente no-las deseja comunicar. Quanto à união íntima e habitual com Deus, não se realiza esta plenamente, sem vivermos sob o olhar e direção da Santíssima Trindade que vive em nós. Assim, o nosso progresso nos três grandes estados da vida espiritual é assinalado pela nossa incorporação progressiva em Cristo Jesus e pela dependência cada vez mais completa do Espírito santificador.
Esta adesão ao Verbo Encarnado e ao seu divino Espírito não exclui, antes, pelo contrário, supõe uma ascese sobremaneira ativa. S. Paulo, que tão perfeitamente pôs em evidência a nossa incorporação em Cristo e a nossa união com Deus, nem por isso insiste menos sobre a necessidade da luta contra as tendências do homem velho, contra o mundo e os espíritos das trevas. Eis o motivo por que, na exposição das três vias, tantas vezes falamos de combate espiritual, de esforços enérgicos, de mortificação, de tentações, de quedas, de levantamentos, não somente para os principiantes, mas até para as almas adiantadas. É indispensável atentar bem para as realidades, e, ainda mesmo ao descrever a união íntima com Deus e a paz que a acompanha, recordar, como faz Santa Teresa, que o combate espiritual não finda senão à nossa morte.
Mas essas lutas incessantes, essas alternativas de consolações e de provas não têm nada de assustador para as almas generosas, sempre unidas a Deus tanto na bonança como na tempestade.
É sobretudo para os seminaristas e sacerdotes que escrevemos; mas esperamos que este livro seja útil às comunidades religiosas e até aos numerosos seculares que hoje cultivam a vida interior, para exercerem mais eficazmente o apostolado[2].
Exporemos, antes de tudo, as doutrinas certas ou comumente recebidas, reservando apenas lugar muito restrito às questões controversas. Há, sem dúvida, diversas escolas de espiritualidade; mas os homens ponderados dessas várias escolas estão de acordo em tudo o que há de verdadeiramente importante para a direção das almas. Essa doutrina comum é a que nós exporemos, esforçando-nos por apresentá-la na melhor ordem lógica e psicológica que nos for possível. Se por vezes mostramos certa preferência pela espiritualidade da Escola Francesa do século XVIII fundada nos ensinamentos de S. Paulo e S. João, é em tão perfeita harmonia com a maior sinceridade que temos a mais elevada estima pelas outras escolas e a mãos largas nos utilizaremos das suas riquezas, pondo a mira muito mais em evidenciar o que as aproxima do que aquilo que as diferencia.
Ao Verbo Encarnado e à sua Santa Mãe, sede da divina Sabedoria, humildemente dedicamos este modesto trabalho, sobremaneira afortunado, se puder, sob tão poderosa égide, contribuir para a glória da Santíssima e Adorabilíssima Trindade: Para que em todas as coisas seja Deus honrado por Jesus Cristo[3].
As poucas mudanças que introduzimos nesta quinta edição, para termos na devida conta as benévolas observações que houveram por bem fazer-nos, não modificaram a essência do nosso trabalho.
Seja-nos lícito registar neste lugar os mais cordiais agradecimentos a todos quantos assim quiseram contribuir para o aperfeiçoamento deste Compêndio.
Solitude d’Issy (Seine), na festa da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, 8 de Dezembro de 1920.
Ad. Tanquerey
Ad. Tanquerey
Nenhum comentário:
Postar um comentário