OS DONS DA UNIDADE ( Efésios 4:7-11 )
O capítulo 4 da carta aos efésios,trata especificamente sobre a "Gloriosa Unidade da Igreja",que vai dos versículos 1 ao 16,e depois de tratar da "Graça da unidade" (1-3),"O Fundamente da Unidade"(4-6),Paulo trata sobre "Os Dons da Unidade" ( 7-11 ),que é o assunto deste post.
a) O primeiro aspecto que Paulo trata é da "variedade na unidade" (4.7).
Ele move-se daquilo que todos os cristãos têm em comum para aquilo que difere um cristão do outro: "os dons espirituais". Os dons são dados para "unir" e edificar a igreja.
Os dons são "habilidades" dadas aos crentes para que sirvam a Deus e aos irmãos de tal modo que Cristo seja glorificado, e os crentes sejam edificados. E importante ressaltar que:
1) Todo cristão possui algum dom;
2) Existe grande variedade de dons;
3) O Senhor glorificado é soberano na distribuição dos dons.
Os dons são "charismata"; logo, “carismático” não é um termo que possa ser corretamente aplicado a determinado grupo ou movimento da igreja, visto que, de acordo com o Novo Testamento, toda a igreja é uma comunidade carismática. E o corpo de Cristo, e cada um de seus membros tem um dom (charisma) para exercer ou uma função para cumprir.
b) O segundo aspecto que Paulo aborda é: como você pode descobrir e desenvolver os seus dons? Sua resposta é clara: pela "comunhão" na igreja (4.7).
Os dons não são brinquedos particulares para o nosso próprio deleite, mas são ferramentas com as quais devemos trabalhar em prol dos outros. Se os dons não forem usados para a edificação dos outros, transformam-se em armas de combate aos outros, como aconteceu na igreja de Corinto (ICo 12— 14).
c) O terceiro aspecto que Paulo foca é que Cristo levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens (4.8,9).Cristo, por meio de sua morte, ressurreição e glorificação, tirou as correntes do cativeiro satânico; isto é, a humanidade cativa a Satanás passou a ser o espólio de Cristo. Assim, fomos transferidos do império das trevas e de sua escravatura e tornamo-nos escravos de Cristo e de sua justiça.202 Cristo ascendeu ao céu como o supremo vencedor. A figura aqui é de um conquistador militar conduzindo seus cativos e distribuindo o espólio entre seus seguidores. Aqui, entretanto, os cativos não são os inimigos, mas seu próprio povo. Os pecadores que estiveram sob o domínio da carne, do mundo e do diabo, agora, são cativos de Cristo. Quando Cristo veio à terra, foi ao mais fundo da humilhação. Quando ascendeu ao céu, ele alcançou o máximo da exaltação. A seguir, ele deu dons aos homens.
Que dons são esses, chamados dons de Cristo à igreja?
1.) O DOM DE APÓSTOLO (4.11).
Jesus tinha muitos discípulos,mas apenas doze apóstolos. Um discípulo é um seguidor, um
apóstolo é um comissionado. Os apóstolos tinham de ter três qualificações:
a) Conhecer pessoalmente a Cristo (At 1.21-23)
b) Ser testemunha titular da sua ressurreição (At 1.21-23)
c) ter o ministério autenticado com milagres especiais (At 1.21-23)
Nesse sentido de título, não temos mais apóstolos hoje. Num sentido geral, todos nós fomos chamados para ser enviados (Jo 20.21). O verbo grego apostello quer dizer “enviar”, e todos os cristãos são enviados ao mundo como embaixadores e testemunhas de Cristo para participar da missão apostólica de toda a igreja.
Expressamos nossa convicção de que, hoje, uma igreja apostólica é aquela que segue a doutrina dos apóstolos, e não aqueles que dão a seus líderes o título de apóstolos.
Francis Foulkes é categórico quando afirma: “A partir da própria definição de apóstolo, é evidente que seu ministério devia cessar com a morte da primeira geração da igreja”,ou seja até o ano de 40
2.) O DOM DE PROFETA (4:11)
Os profetas não eram apenas aqueles que previam o futuro, mas, sobretudo, aqueles que proclamavam a Palavra de Deus. Eles recebiam suas mensagens diretamente do Espírito Santo. Não temos mais mensagens revelacionais. O cânon da Bíblia está completo. Hoje não temos mais profetas, mas o dom de profecia, que é a exposição fiel das Escrituras. Concordo com John Stott quando diz que ninguém pode reivindicar uma inspiração comparável àquela dos profetas nem usar a fórmula introdutória deles: “Assim diz o Senhor”. Se isso fosse possível, teríamos de acrescentar as palavras de tal pessoa às Escrituras, e toda a igreja teria de escutar e obedecer.
Francis Foulkes ainda corrobora: “O ministério, ou pelo menos o nome, de profeta logo deixou de existir na igreja. Sua obra, que era receber e declarar a palavra de Deus sob inspiração direta do Espírito, era mais vital antes da existência do cânon das Escrituras do Novo Testamento”
Claro que Deus não está preso às Escrituras,pois Ele livre,porém a forma infalível dele falar é através dela,as escrituras.
3.) O DOM DE EVANGELISTA (4.11).
Os evangelistas eram os missionários itinerantes. Todos os ministros devem fazer a obra do evangelista (2Tm 4.5). Os apóstolos e profetas eram o primeiro degráu,pois o fundamento da igreja é Cristo, e os evangelistas edificaram sobre esse primeiro degrau,que está sobre o fundamento, ganhando os perdidos para Cristo. Cada membro da igreja deve ser uma testemunha de Cristo (At 2.41-47; 8.4; 11.19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o dom especial de ser um evangelista. Podemos presumir que o trabalho deles era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e parece ser justo chamá-los de “a milícia missionária da igreja”. O fato de não termos esse dom não nos desobriga de evangelizar.
John Stott lança luz sobre esse assunto, quando escreve:
"Ao referir-se ao dom de evangelista, talvez se refira ao dom da pregação evangelística, ou de fazer o evangelho especialmente claro e relevante aos descrentes, ou de ajudar as pessoas medrosas a dar o passo da entrega a Cristo, ou o testemunho pessoal eficiente. Provavelmente, o dom de evangelista tome todas estas lormas dileremos e outras mais.Deve ter algum relacionamento com minisierio evangclístico, seja na evangelização de massa, na evangelização pessoal, na evangelização pela literatura, na evangelização por filmes, na evangelização pelo rádio e pela televisão, na evangelização pela música ou pelo emprego de algum outro meio de comunicação."
4,5.) OS DONS DE PASTORES E MESTRES (4.11).
Pastores e mestres na prática constituem um só ofício com dupla função. Deus chama alguns para ser pastores e mestres.
O pastor ensina e exorta.Ele alimenta, cuida, protege, vigia e consola as ovelhas (At 20.28-30). Ele faz isso por meio da Palavra. A Palavra é o alimento, a vara e também o cajado que o pastor usa.
Embora todo pastor deva ser um mestre, nem todo mestre é um pastor. Todos os cinco dons vistos até aqui estão ligados ao ensino das Escrituras. A Palavra é o grande instrumento para a edificação da igreja.
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