sábado, 22 de agosto de 2020

Princípio da Submissão ( Mateus 5:5)

                                        3. PRINCÍPIO DA SUBMISSÃO (Mateus 5:5)


Revendo :

1. Princípio : Adoração "Só adora em espirito e em verdade o que se considera carente"(5:3)

2. Princípio : Serviço " serve genuinamente os quebrantados"(5:4)

3. Princípio : Submissão 

Os dois primeiros princípios formam a base do Reino:

1. Amar a Deus

2. Amar o próximo

O QUE É ALGUÉM "MANSO"?

. Não é alguém de caráter fraco.

- Jesus se considerava "manso",mas veja-O no templo com os cambistas...

. Não é a filosofia da "paz a qualquer preço"

- "Engolir cobras e lagartos" (Afeta muito os casamentos)

- Muitos para manterem um casamento se anula,mas isso não é ser manso

                                          1. DEFININDO O PRINCÍPIO

. Manso é aquele que se submeteu inteiramente ao Senhor

. Manso é aquele que se tornou um mordomo de Deus

. Plena submissão

. Recebeu a Cristo como Salvador e Senhor

. Ele tem o controle da vida e não um "carona" ( Quem dirige seu carro?)

A conversão plena é quando há uma rendição plena ( ser manso )

O "salvo" tem que ser manso se não "não é salvo"

 - Fome por obedecer 

A mansidão é um fruto de quem é do reino ( ser manso é praticar a palavra)

 - Quando damos crédito a qualidades que não são do reino, banalizamos a fé

                                           2. CONSEQUÊNCIAS DA VIOLAÇÃO

Consequências espirituais vem de violações espirituais.

Violamos de 2 maneiras :

1. Falsos deuses no controle da nossa vida

. Jeremias fala das "cisternas rotas"( fontes falsas) ( segurança falsa)

. Deus exigiu de Abraão o sacrifício de Isaac para ver quem estava no coração de Abraão

. Cuidado com "desejos legítimos"( no mundo espiritual ordem dos fatores muda o produto)

. Ser "manso" é "agradar" o Senhor

. Ser "manso" é ter Deus como manancial

2. Assumir o papel de dono

Raciocinar em "ter" ao invés de "ser",amo coisas e uso pessoas

O sentimento de posse viola o princípio de submissão

Sintomas :

a) Ansiedade

Achamos que não é pecado e o toleramos,mas é um sintoma do pecado do orgulho(1 Pedro 5:6)

Ser "manso" é lançar sobre Deus toda nossa ansiedade

Ansiedade é querer controlar o futuro (dinheiro fascina:dá a falsa ideia de segurança)

Não temos ansiedade pelo bem(expectativa),mas pelo mal

O manso "ora" ( ato de humilhação)

"Dependência" cura a ansiedade

b) Amargura

É nossa "divindade" atingida,achamos que Deus toca no que nos é sagrado

Achamos que pessoas invadem nossa privacidade (divindade)

c) Irritação

É um alerta de que o princípio será ou está sendo quebrado

Servo não tem direitos,logo não há o que ser invadido

"Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa?E que, antes, não diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, quanto eu como e bebo; depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado?Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado,dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer" (Lc 17-7-10).

d) Ódio

Sentimento para quem ameaça "nossas"coisas (sentimento de posse)

Se esse sentimento se relacionar à pessoas,essas se tornam "coisas"

f) Avareza

Domínio do ter,logo é idolatria,pois o avarento torna-se auto-centrado numa adoração de si mesmo.

Tudo passa a existir em torno dele

                       3. RESULTADO DE VIVER ESSE PRINCÍPIO

"Os mansos herdarão a terra"

Mateus 5:38-42 

"Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa.Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá à quem te pede e não voltes às costas ao que deseja que lhe emprestes".

Como se opor a resistência :

a) Dando a outra face 

( dar a outra face mantém-nos atentos a ofensa)

( matamos nossa reação no nascedouro )

b)Deixando a túnica 

(não tenho que me agarrar a nada )

c)Andando a segunda milha

(assumir a posição de servo além do que se´é exigido)

d) Doando o que nos pede e não voltar as costas ao que nos pede emprestado

"Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no Céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso;se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Não se pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um desprezará ao outro.Não podeis servir a Deus e às riquezas. Por isso, vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber;nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros;contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos?Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram to- das estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a Justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal". ( Mateus 7:19-34)

5 ensinamentos:

1.) Não ajuntar tesouros na terra

Ser auto-centrado para o reino é insanidade.

Devemos investir em vidas

2.) Os olhos são a porta de entrada da alma

Olhos bons são dadivosos,olhos maus são cobiçosos

Quem acha estar na luz mas é cobiçoso está em trevas

A teologia que incentiva o ter sem ser é um "outro evangelho"

O evangelho não tem como atrativo a "avareza",escondido na palavra "fidelidade"

3.) Não é possível servir à 2 senhores

Mamom é uma divindade que deseja ser servida.

Sermos controlados pelos princípios dele,impede-nos de servir a Cristo

4.) Buscar o reino em primeiro lugar

Liberdade da opressão da ansiedade

Descansar n'Ele é fundamental para a nossa saúde






quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Em tempos de pandemia

 Em tempos de pandemia, como fica a comunhão?

Num mundo quebrado como o nosso, relacionamentos sempre sofreram com os efeitos da Queda.

A pandemia gerada pela COVID-19 tem mexido com os nossos relacionamentos
O Coronavírus é apenas um lembrete de que o pecado trouxe barreiras sociais resultando em:
- Desajustes em nossas sociabilizações (inveja, ira, irresponsabilidades)
- Idolatrias de relacionamentos (namoro, trabalho, família)
- Falta de satisfação nessas relações (descontentamento).

Pecado é muito maior do que Coronavírus e ele tem nos afetado socialmente desde a Queda.
Por isso, a nossa redenção tem um elemento social.
.Cristo quebrou as barreiras sociais objetivamente (Efésios 2.14-16)
- Tornou possível que fôssemos feitos um só povo, uma só nação, um só corpo sob o mesmo Cabeça.
- Ainda que a presença física de Cristo esteja temporariamente suspensa, estamos unidos a Ele pelo Espírito
- É o Espírito que promove a nossa comunhão com Deus (2 Co 13.13) e com o próximo (Filipenses 2.1).

Por isso a igreja, desde a patrística, tem sido chamada decomunhão dos santos (Credo Apostólico)
Durante a Reforma celebrou esse termo para a igreja (João Calvino).

Mas como fica a nossa comunhão em tempos de quarentena, de isolamento social?

Essa pergunta não é só teórica,mas eminentemente prática e requer ponderação.

Teólogos do passado articularam a necessidade de contato físico e presencial para o exercício da comunhão.
A Confissão de Fé de Westminster diz que os crentes unidos a Cristo estão obrigados ao cumprimento dos deveres públicos e particulares que contribuem para o seu mútuo proveito, tanto no homem interior como no exterior. (CFW 26.1).

O parágrafo seguinte diz que os cristãos estãoobrigados a manter uma santa sociedade e comunhão no culto de Deus e na observância de outros serviços espirituais que tendam à sua mútua edificação, bem como a socorrer uns aos outros em coisas materiais, segundo as suas respectivas necessidades e meios(CFW 26.2).

A Confissão de Fé está nos ensinando acerca de:
. Edificação mútua no ajuntamento público (Hebreus 10.24-25)
.Comunhão estende além da localidade de culto, abrangendo a comunhão de bens com os necessitados (Atos 2.42, 44-45).

Estamos parcialmente impedidos de prestar serviços espirituais e de socorrer as pessoas materialmente.
Portanto, estamos experimentando obstáculos à experiência de comunhão.
Os meios virtuais não suprem totalmente essa falta.

Por sermos seres físicos, há coisas que não podemos fazer à distância.
Não podemos experimentar todas as coisas do culto quando estamos sozinhos:
. Não expressamos nossa alegria em louvores a uma só voz n
. Não batizamos virtualmente
. Não partilhamos do pão da ceia.

(Sobre esse último assunto, Scott Swain disse muito acertadamente que:

. Não podemos partilhar da ceia virtualmente porque o sinal do sacramento não reside somente nos “elementos (pão e vinho),na refeição compartilhada (1 Co 10.17; 11.33)
. Não acontece quando estamos separados; por isso, ele argumenta que "estamos em tempo de lamento", no qual não participamos da ceia, embora ansiamos o dia de tê-la de volta.
. Não podemos ser reunidos em culto público.
(Isto é, podemos prestar vários cultos separadamente (individual ou doméstico), mas não cultuamos virtualmente, exatamente porque culto público é sinônimo de ajuntamento. I

(Isto é, testemunhamos como corpo reunido que somos adoradores do Cristo ressurreto.

. Pregamos essa realidade contra os desigrejados, (defensores da irrelevância de participar de uma igreja local).

. Somos impedidos de prestar certos serviços materiais aos irmãos.

Portanto, é inegável que estejamos experimentando uma privação na experiência dessa comunhão.

. Não saboreamos a doçura da comunhão dos santos da mesma forma como fazíamos antes da pandemia.
Não viso expressar uma visão pueril e pessimista de comunhão.

Quando chamamos aquele momento após o culto de café da comunhão, aí sim "estamos dizendo que comunhão é tão banal quanto tomarmos café juntos".

.Costumamos igualar comunhão a encontros, a reuniões, e assim perdemos o peso do que significa termos comunhão com Deus e com os irmãos,

. Comunhão é algo que extrapola o encontro físico.

. No íntimo, sabemos que a comunhão com Deus e com o próximo não acabou porque o Coronavírus nos deixou em casa longe uns dos outros.
. Existe algo muito rico que, mesmo não sendo experimentado plenamente, é real em nossas vidas.

"Portanto, precisamos encontrar uma forma mais profunda de expressar essa verdade bíblica."
João 20.30-31
O apóstolo João tivera um contato físico com Jesus e estava testificando da realidade de seu ministério àqueles que não haviam visto ou apalpado a Jesus (João 20.30-31).

Na sua primeira epístola João queria ensiná-los que, mesmo sem o contato físico com Jesus, os leitores também tinham comunhão com o Pai e com o Filho (1 João 1.1-3), além de comunhão com os irmãos (1 João 1.7).
. João está preocupado em certificar crentes de sua fé (1 João 5.13)
. Ele quer mostrar aos seus leitores como podemos saber que temos comunhão com Deus e com os santos.
Já que o contexto de falso ensino estava assolando a fé cristã, João promove os chamados “testes para que os fiéis fossem confirmados na fé:

- O teste doutrinário (1 João 2.22-23; 4.2-3)
- O teste social (1 João 2.7-11; 3.11-18)
- O teste moral (1.5-10; 2.3-6).

É significativo que esses testes expressem que nossa comunhão com Deus está:

a)calcada na verdade (aspecto doutrinário)
b)no usufruto de atributos divinos (aspecto moral)
c)na realidade de estarmos unidos a Cristo (aspecto social).

Sendo assim, 1 João é uma carta para nos ajudar a compreender a riqueza da nossa comunhão com Deus e com os santos.
. Há muito que o Novo Testamento nos ensina sobre “comunhão” (koinonia) (não podemos compartilhar nesta palestra).

. Em geral, o conceito de comunhão está ligado a ter algo em comum com alguém.

Como o koinonos é o "companheiro" (Lucas 5.10 ; 2 Coríntios 8.23) exercer "comunhão" está relacionado a:
a)partilhar bens (Atos 2.42, 44; Romanos 15.26; 2 Coríntios 8.4; 9.13)
b)cooperar em serviço (Filipenses 1.5; Hebreus 13.16),
c)participar no mesmo ofício (Galatas 2.9).

. 1 João traz o uso teológico mais claro de toda a Escritura, no qual o sentido básico de "comunhão" é de um partilhar real e prático da vida eterna com o Pai e com o Filho.

. Somos inseridos na vida de Deus e isso nos permite compartilhar de suas bençãos.
. É Deus quem produz essa comunhão com Cristo pelo Espírito
. A unidade da igreja é produzida pelo Espírito (Efésios 4.3).

Isto é, esforçamo-nos por preservar essa unidade intacta, livre de empecilhos pecaminosos, assim como esforçamo-nos por manter a comunhão sem barreiras. Isso nós devemos fazer!
. Não conseguimos criar ou aniquilar a comunhão com Deus e com a igreja.
.Perceba que essa comunhão com Deus não pode ser rompida nem mesmo pelo nosso pecado (1 Jo 1.7-2.2).

- O pecado pode tirar nossa alegria da salvação (Sl 51.12), mas não nos tira a salvação.
- Pecados maculam a doce experiência de deleite na presença de Deus, mas graças a Deus eles não podem nos desconectar do Senhor.

Nos Salmos, o salmista tinha a experiência de que o Senhor lhe havia abandonado; mas era apenas a sua experiência que estava prejudicada, seu saborear das graças divinas, não seu status com Deus.

. O sangue de Jesus é a base
. A confissão de pecados é o meio para restaurar essa experiência de deleite com Deus e com o próximo (1 João 1.7, 9).
.
A lógica de João procede dizendo que se nossa conduta está pautada pela luz, então não só temos comunhão com Deus (1 João 1.6).Se temos comunhão com os irmãos também (1 João 1.7).

Essa comunhão é muito mais significativa do que mera sociabilização.

Assim como comunhão com Deus expressa uma intimidade singular, a ponto de sermos chamados corpo de Cristo, essa ligação íntima se estende à relação horizontal com os irmãos.

Os sacramentos do batismo e da ceia apontam para essa comunhão uns com os outros.

Essa união sinalizada por ambos os sacramentos é mais forte do que relacionamentos terrenos.

O casamento, por exemplo, é belo e sublime, mas a morte nos desliga dessa união.

A comunhão com o corpo de Cristo, todavia, não é rompida nem na morte.

Até com os cristãos que já estão mortos nós temos uma ligação imperdível!
.
No entanto, precisamos aprender a diferenciar a comunhão com Deus da experiência deleitosa de comungar de suas bençãos.

Se a morte nos impede de experimentar comunhão com os nossos irmãos em Cristo que já partiram, também é verdadeiro que há outras barreiras que prejudicam nossa experiência de comunhão (pecados pessoais, males sociais, guerras, pandemias, etc.).

Isto é, a comunhão tanto vertical quanto horizontal não deixa de existir, mas a experiência da mesma é afetada.

Por isso, precisamos encontrar nas Escrituras paralelos que nos permitam enxergar o que significa ter essa experiência da comunhão prejudicada.
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Vejo ao menos três realidades bíblicas que nos ajudam a entender a experiência ofuscada de comunhão.

Primeiramente, o exílio no Antigo Testamento suscitou a experiência do culto individual acontecendo (Dn 6.10), enquanto a realidade do culto público era anelada (Sl 137.1-6); afinal, ainda que as sinagogas tivessem surgido para instrução, não havia condições de realizar práticas próprias do templo (sacrifícios).

Segundo , as cartas de Paulo exemplificam a possibilidade de realizar instrução à distância sem, contudo, experimentar todas as realidades próprias da vida eclesiástica.

Há certos dons e serviços que são compartilhados presencialmente (Rm 1.9-15; 1 Ts 2.1-2) e, por isso, Paulo orientou um ato de disciplina que só a comunidade local poderia realizar (1 Co 5.3-5), além de recomendar liderança local aos coríntios (1 Co 16.15-18), um papel que ele não conseguia exercer plenamente à distância.

Terceiro l, até a história da redenção nos ensina que durante o tempo do pecado nós estamos usufruindo de parte da benção do Emanuel (Deus conosco), mas ainda aguardamos a plenitude que é estar na presença dEle! Isto significa que experimentamos o deleite de ter Cristo conosco de forma real, mas ainda haveremos de experimentar essa presença plenamente. Caminhamos como forasteiros e peregrinos aguardando a chegada na terra prometida.
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Tendo em vista a realidade inquebrável da comunhão e a experiência ofuscada da mesma, julgo necessário que pensemos em algumas lições práticas à luz do que estamos vivendo em meio a essa pandemia:
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Um fundamento encorajador: Estamos inseparavelmente unidos a Deus e aos seus filhos. Alegremo-nos nisso! Não há nada que pode nos tirar dessa participação. Estamos inseparavelmente unidos a Cristo e ao seu corpo e não há efeitos do pecado que consigam quebrar essa comunhão. Temos comunhão garantida com Deus e com os objetos do seu amor, para sempre e sempre!
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Um lamento realista: Estamos momentaneamente impedidos de experimentar todos os deleites dessa comunhão. Essa é a experiência do cristão, em maior ou menor medida, durante toda a sua vida aquém da volta de Cristo. Não só é normal ficarmos entristecidos com a situação de não podermos reunir a igreja; é esperado que lamentemos esse empecilho. Se nossa alegria é estar com os nossos irmãos, podemos e devemos expressar lamento nessa hora.
.
Uma sabedoria necessária: Deus nos deu meios de experimentarmos essa comunhão. Não vamos aceitar substitutos. Não podemos achar que “culto virtual” é igual a culto presencial, assim como ver a Cristo com os olhos da fé agora não é semelhante a vê-lo em glória no porvir.
Antes da pandemia, quem assistia o culto pela internet não estava cultuando juntamente com os irmãos da igreja; cultuava sozinho, mas não experimentava culto público.
Por isso, não há substituto de culto público.
Também não devemos celebrar ceia virtualmente – como se fôssemos neo-pentecostais ungindo os elementos pela televisão –, porque inclusive Cristo entendeu que ele ficaria privado de celebrar o seu sacrifício até a reunião com o seu povo naquele dia (Mc 14.25).
Usemos todos os meios virtuais que nos são cabíveis agora para ensinar as Escrituras e encorajar uns aos outros à perseverança.

Todavia, tais meios não devem servir como substitutos do culto público, mas apenas para despertar a ardente expectativa de que em breve nós seremos reunidos novamente.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

O PRINCÍPIO DE SERVIR ( Mateus 5:4 )

                                                  O PRINCÍPIO DE SERVIR 

                                                          " Bem-aventurados os que choram (Mateus 5:4)

                                                                 INTRODUÇÃO

Os emotivos são os bem-aventurados?

. Jesus está focalizando as lágrimas da compaixão

. Jesus está focalizando o genuíno arrependimento

Quem chora por qualquer coisa não precisa de consolo

. São lágrimas de alegria 

Quem chora de compaixão e arrependimento receberá consolo

                                                        1. DEFININDO O PRINCÍPIO

.A sensibilidade aqui é a espiritual :

1. Quanto ao meu pecado 

- Pronta atitude de assumir responsabilidade pelo erro sem culpar outros.

- Contrição por faltas cometidas.

- É feliz aquele que não está endurecido

- Sem a síndrome de vítima

 . São cobradores ao extremo

 . São infantis ( auto-centrados)

- "Os que choram" são os que descobriram não estão do lado de fora

- "Os que choram" são aqueles que sabem que eles precisam mudar e não o outro

2. Quanto ao pecado dos outros

- Só quem chora pelos seus pecados,corará pelos pecados dos outros

- São empáticos : Phatos+sym = simpatia ( sofrer com )

                              en+Phatos = empatia ( sofrer dentro)

Exemplo : 

- sofrer com quem perdeu um filho porque você também perdeu = simpatia

- sofrer com quem perdeu um filho mas você nunca perdeu = empatia

A empatia é o prisma que um servo precisa ter para servir ao outro.

            2. CONSEQUÊNCIAS DA VIOLAÇÃO DESSE PRINCÍPIO

. Eu quebro este princípio 

- Quando sou auto-centrado

- Quando olho para os outros de forma errada,culpando-os pelos meus erros

. Olhamos para os outros sempre esperando ser servidos

. No reino de satanás é grande "quem tem" muitos servos

. No Reino de Cristo é grande quem serve a muitos

a) EGOCENTRISMO

.Os outros são sempre devedores

b) INSENSIBILIDADE COM SEUS PECADOS

. Sempre tem justificativas

c) INSENSIBILIDADE PARA COM OS PECADOS DOS OUTROS

. Frio e endurecido para com os erros e problemas dos outros

d) ORAÇÃO VAZIA E SEM EFEITO

. Vê deus como servo dele

. Vê só seus interesses

.Quer apenas ser abençoado,jamais abençoar

.Oração é uma reza

.A responsabilidade de acontecer é com Deus nunca com ele (canal)

.O servo ora : O que queres que eu faça?

.Não faz por fazer mas porque Deus ordena (direção)

. Não fazer o que Ele manda é rebelião

.Fazer o que Ele não manda é pretensão

A oração do servo é uma postura de prontidão (Andar no que Ele preparou de antemão)

e) HIPOCRISIA RELIGIOSA 

.Muita teoria e pouca prática

Parábola do Samaritano ( próximo?)

1. Filosofia do salteador : O que é teu é nosso ( EXPLORAÇÃO)

2. Filosofia dos religiosos: O que é meu é meu ( FRIEZA )

3. Filosofia do genuíno cristão : O que é meu é teu ( SERVO )

Jesus mesmo disse : Não vim para ser servido mas para servir (diaconia)

 . Somos genuínos cristãos quando nos doamos ( Mas melhor é dar do que receber )(Considere o outro superior a si mesmo)(Ter o mesmo sentimento que houve em Cristo,que se esvaziou e assumiu a forma de servo)

3. RESULTADOS DA OBEDIÊNCIA DESSE PRINCÍPIO

a) Terão o consolo dos seus pecados

b) Serão consolados vendo Deus agir na vida do próximo

c) Serão consolados por virem Deus responder suas orações

d) Por virem a longanimidade de Deus também serão longânimos

e) Terão a alegria de servir do que a ânsia de serem servidos

f) Serão extinguidos do espirito de cobrança e de ver os outros como devedores

g) Terão a liberdade de servir e não a obrigação

                                              CONCLUSÃO

1. Mateus 5:13-16 

.Sal  (Preservar e dar sabor)

 . Se desfaz para isso

.Luz ( refletimos a luz de Jesus para iluminar os perdidos)

2. Mateus 5:43-48

.Amar os inimigos ( amar aqui é servir e não uma emoção) (Romanos 12:17-21)

.Orar por quem nos persegue (suprir necessidades) ( O que queres que te façam,façais )




terça-feira, 11 de agosto de 2020

Os pobres do espirito : O PRINCÍPIO DA ADORAÇÃO

                                           "O PRINCÍPIO DA ADORAÇÃO" (Mateus 5:3)


O que é ser "pobre de espirito"?

Jesus afirma que estes são "felizes",logo o que significa?

Mateus usa a palavra πτωχοὶ  pobreza absoluta ).Aqui não é o "pobre"(πένες ) que precisa trabalhar para viver( tem o necessário ),que difere do rico,que tem muitas posses.

A palavra πτωχοὶ é alguém destituído de tudo,então Jesus está dizendo:"Bem aventurados os absolutamente carentes de espirito,poque deles é o Reino dos céus".

Qual a implicação dessa afirmação de Jesus?

. Aqueles que têm real percepção de sua absoluta dependência de Deus, por terem já descoberto que não são possuidores de nada.

. Paulo reconhecia isso ao afirmar : "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum..."

. Davi : "Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim..."

Esse é o padrão de excelência do Reino.



SERMÃO DA MONTANHA ( MATEUS 5 )

                                                    AS BEM-AVENTURANÇAS (Mateus 4:23)

                                                            INTRODUÇÃO

Quando abordamos o Sermão da Montanha,chegamos à uma conclusão lógica:

"É impossível desvincular a Teologia da Psicologia , pois somente através de um conhecimento real de Deus poderemos ter um conhecimento real do homem.

A Psicologia humanista que domina as propostas terapêuticas conduz o homem moderno a crer na "auto ajuda" e não na ajuda do alto.

Nós pastores temos terceirizado nossa tarefa de aconselhamento,por acharmos que os profissionais da área de psicologia.Se os psicólogos cristãos usarem a psicologia numa ´tica teológica,terão uma grande contribuição a dar,apesar da problemática do uso das ferramentas da psicologia científica.(abordagem humanista que exclui Deus,crendo na capacidade e bondade do homem)

Não podemos admitir que o "ceticismo" que desvaloriza a oração e o sobrenatural,nem que o "escapismo" que espiritualiza excessivamente tudo.

                                                       CONTEXTUALIZAÇÃO

Quando enfocamos a graça no Sermão da Montanha,ficamos livres do:

1. Desespero ( Tentar viver o Sermão por sua própria suficiência )

2. Legalismo ( Impor a nós e aos outros os princípios do Sermão )

3. Descrédito ( Deduzir que o Sermão não é aplicável aos dias de hoje )

Como posso me apossar das Bem Aventuranças ?

 . Entendendo que a bem aventurança oculta mas presente é "Bem-Aventurados os perdoados"

O Sermão do Monte é considerado o maior sermão de todos os tempos,um "aio" que nos leva para Cristo para nossa justificação e santificação.

. A violação dos princípios gera conflitos 

. A graça nos leva a compreensão real do sermão

O Sermão da Montanha "desnuda" nossa alma (fealdade)

A santidade não acontece na "marra","auto disciplina" e outras artimanhas,mas através da morte do meu "eu"

Esse sermão aconteceu numa Jerusalém debaixo do domínio romano:

. Impostos extorsivos

. Leis coercitivas

O judeus era obrigado a carregar um fardo de um romano se o encontrasse na rua,numa total humilhação.

No sábado podiam adorar,e no templo se sentiam gente com a dignidade reafirmada e esperança avivada.

A leitura feita pelo rabino era cheia de emoção,por ser um recado de Deus ao seu povo sofrido:A promessa da vinda do Messias.

Recebiam forças para mais uma semana...

Na leitura do próximo sábado o semblante do rabino está perturbado por não entender a leitura da semana passada e lê um texto de como será esse Messias.

No auge da esperança do Messias as circunstâncias mostravam o contrário das promessas

Foi rejeitado porque não foi reconhecido:

1. Jesus veio para destronar o império das trevas e implantar o seu reino

2. Jesus voltará Ele virá em glória para reinar

Estamos entre Isaías 11 e Isaías 53 : O reino está aqui mas não em sua plenitude ainda.

Quando entendemos isso,podemos compreender como entrar nesse reino e buscá-lo diariamente

Só com esse entendimento compreenderemos as coisas desse reino "que é mais ainda não"

O Sermão do Monte tem aplicabilidade nos nossos dias,pois fala de ética cristã,de postura cristã

John Sttot afirma que o Sermão do Monte é uma contra-cultura

                                                         PERORAÇÃO

Apesar das várias religiões no mundo,só existem duas na verdade:

1. O Evangelho das Boas Novas ( Estar debaixo do domínio de Jesus )

2. O outro Evangelho (Continuar no meio da multidão,debaixo do domínio de Satanás)

. O convite e o desafio é ter O Rei como nossa herança

. O convite é que geremos vida

. O convite é que sejamos bons mordomos

Uma postura de simplicidade :

1. Compreender o que é a vida

   . Um só propósito ( Glorificar a Cristo )

   . Um só desejo ( Obedecer a Cristo )

   . Uma só utilidade ( Promover o reino )

2. Regozijo pelo que Deus criou

    . Valorizar as dádivas de Deus

3. Contentamento e confiança

    . Alegre em qualquer circunstancia 

4. Liberto da ganância e da cobiça

    . Amar pessoas e não as coisas

    . Desejar "ser" e não o "ter"

5. Modéstia e temperança 

   . Abstinência voluntária

   . Uso das coisas de maneira moderada

   . Ostentação afasta as pessoas

6. Receber a provisão material com gratidão

   . Privação total é duplicidade,pois mascara a verdade pela negação

7. Usar as coisas sem abusar 

    . Ganhar e colocar à disposição do reino

    . Uma vida corretamente disciplinada

    . Administração para a glória de Deus e o bem das pessoas

    . Entregar o que é devido onde congregamos e orar para que os líderes tenham sabedoria

8. Simplicidade é disponibilidade

    . Tempo para as pessoas e não apenas para conquistar coisas

 9. Dar com alegria e generosidade

    . "Ganhe o máximo que puder; economize o máximo que puder, e doe o máximo que puder".

     ( Wesley )    

                                              A CONSTITUIÇÃO DO REINO


"Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem"

. Como isso pode acontecer : entrar e depois sair?

Essa porta não é uma porta de uma casa,mas a porta do muro que me separa de Deus.Ela não se abre para uma sala,ela se abre para O Caminho e n'Ele haverá pastagens,onde deveremos andar.

O mesmo que operou para entrarmos é o que opera para andarmos (Colossenses 2:6)ou seja a graça.(Jesus é tanto a porta como o caminho)

Andar é guardar e o Sermão do Monte é a Constituição do Reino,nele está contido os princípios que regem um discípulo.

Na INTRODUÇÃO do Sermão há 8 princípios que regem o Reino de Deus em nós.

No CORPO do Sermão o desenvolvimento desses 8 princípios.

Na CONCLUSÃO do Sermão os 2 tipos de construtores

O ser humano busca a felicidade e "bem-aventurança" significa isso,então são "felizes" os que tomam esses princípios como ética e comportamento de vida ( postura )

Construir sobre a Rocha é tomar esses princípios e valores como "lema" de vida.

Construir sobre a areia é não dar ouvidos a esses princípios e valores.

Os problemas vem naturalmente à todos e esses princípios mostram as mazelas que podem apodrecer nossa casa,apesar do alicerce .

O Sermão mostra o padrão de excelência,que vai de encontro aos nossos padrões ( consciência etc).

Jesus levanta do nível da ação para o nível da intenção a nossa alma desnuda.

O Sermão é uma ressonância magnética: não cura e sim aponta a enfermidade e nos prepara para entrarmos numa U.T.I. espiritual ou uma Terapia Espiritual que cure os males da nossa alma( santificação não é sofrimento mas cura da alma)



segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Cosmovisão de Kalam sobre a criação

                                           COSMOVISÃO DE KALAM


Na verdade Kalam está entre as teorias que tentam explicar a "Causa Primeira"para o surgimento do Cosmos.
O argumento se chama "Kalam" pela origem árabe do nome "discurso",tendo por objetivo mostrar que o universo teve um princípio num momento determinado no passado e pelo fato "que nada surge do nada"( prestem atenção nessa afirmação,que já vem de encontro as Escrituras ) e que precisa de uma causa transcendente que traga a existência o universo.

Os pressupostos dessa teoria baseia-se que o universo começou a existir com base nos argumentos filosóficos contra a existência do regresso temporal infinito de eventos passados.O interesse por esse argumento origina-se da possível evidência empírica da cosmologia astro física favorável ao princípio de tempo e espaço.

A influência de Humme e Kant fez com que ela se tornasse como um argumento favorável a existência de Deus,apesar de vários candidatos aceitarem tranquilamente a existência de Deus.

3 Questões levaram a discussão desse argumento:

1.) É possível que algo tenha um começo sem que tenha uma causa para isso?

Hume é um dos defensores de que é

2.) É possível falar que o universo teve um começo?

Essa é uma questão filosófica fundamental,mas também científica que depende da física,astronomia com base em conhecimento empírico acerca da expansão do crescimento do universo e da evidência da radiação anterior ao Big Bang.

3.) Se é possível aceitar a ideia de que o começo do universo teve uma causa ,essa causa é Deus?

O argumento kalam de Crag não convence muitos dos filósofos.

Mesmo que tudo tenha uma causa,essa causa não significa que seja Deus.

Não pode haver uma sequência infinita de causas sem deixar claro que isso seria aceitável.

A experiência não mostra que existe uma causa primeira para qualquer objeto ou seja "uma causa não causada"

O máximo do argumento kalam é que existe uma causa,mas não um Deus Pessoal com atributos infinitos conforme as Escrituras ensina,então não sabemos que deus é esse defendido por tal teoria.
Segundo kalam o universo foi formado por uma série de eventos e não de uma só vez(o que a Bíblia não ensina),de forma sequencial um após outro e que isso se dá par frente ( tenho que rir porque é muita bobeira junto,por isso Paulo diz que a sabedoria dos homens é loucura para Deus,quando me vejo escrevendo isso me vejo perdendo tempo com tanta besteira ).
Segundo kalam esse retrocesso infinito nada tem a ver com o tempo,pois o infinito real não existe,aí pergunta-se: se não pode contar até o infinito,como poderá contar a partir do infinito?

Uma série de sem início que termina no presente é um absurdo,por isso a teoria foi expurgada de todos os conceitos temporais,assim se não tem um momento no infinito passado não o terá no presente,que segundo a teoria não chegou ainda ( pode um negócio deste?)...

Mas é óbvio que o presente chegou,por isso sabemos que o universo é finito no passado e começou a existir.

Segundo o Big Bang  toda a matéria e energia do universo estavam  contidas num "ponto" muito pequeno,chamado de "singularidade"numa temperatura e densidade quase infinita.Ele defende então que o universo foi formado e começou a expandir como resultado dessa poderosa super explosão primordial . A medida que o universo expandia a gravidade gradualmente induziu os átomos s se condensarem,formando os planetas e as estrelas e num tempo futuro a ação da gravidade fará que pare a expansão e começará a retração e o cosmos finalmente retornará ao seu estado inicial,um pequeno ponto e então desaparecerá (isso os defensores não divulgam kkkk )

O Big Bang não é infinito no passado,que veio a existir num tempo finito no passado,existindo numa singularidade cósmica inicial,e que um dia deixará de existir,voltando ao ponto do começo que ninguem sabe quando foi nessa série infinita de eventos ( kkkk ???? ).

Segundo a Lei Termodinâmica o universo e seus processos enfraquecerão,atingindo o equilíbrio,que para a tal lei é conhecida como a morte quente do universo,como nenhuma mudança mais ocorrerá ele estará morto.Sua morte pode ser de calor com a contração,que provocará uma explosão ou evaporação ( você consegue acreditar numa coisa dessa???).Os buracos negros engolirão o que estiver em volta e se fundirão,se transformarão num buraco negro gigante do tamanho do universo e nunca mais o universo ressurgirá ( isso parece um filme de terror kkk).

Outra forma defendida é que o universo se expanda e haverá uma morte por congelamento,onde as galaxias se transformarão seus gases em estrelas,e estas entrarão em combustão e ai vem uma mistura de transformação dos prótons em elétrons e pósitrons e o espaço se encherá de um gás rarefeito e os buracos se transformarão em gás rarefeito de radiação...

Como os defensores do Big Bang além de elogiar essa loucura como uma teoria contam o início do Big Bang e não o seu fim,perguntamos: Se o universo esquentará até a morte e esse estado de morte não existe agora,já que ele existiu desde sempre,deveria encontrar-se agora em um estado de equilíbrio,já deveria ter perdido a sua força .

Se isso não aconteceu ainda implica que o universo foi "criado"de forma inteligente e organizada.
Se contração ou expansão o universo foi criado num tempo finito e sua energia posta como condição inicial .

Craig tão elogiado sugere uma causa,mas uma causa sem começo e não causada.

Craig sugere que esse espaço e tempo e essa causa sem começo transcende e começa a existir de forma atemporal e não-espacial (pelo menos sem o universo).

Craig sugere que a causa é imutável e imaterial.

Bom, tudo isso aí a Bíblia resume numa frase "No princípio criou Deus o céus e a terra"


Teorias sobre a Criação

                                            TEORIAS SOBRE A CRIAÇÃO


1. TEORIA DUALISTA. 
Nem sempre o dualismo é apresentado de modo igual, mas, em sua formação mais usual, estabelece dois princípios auto-existentes, Deus e a matéria, distintos um do outro e, ao mesmo tempo, co-eternos. 
Contudo, a matéria original é tida apenas como uma substância negativa e imperfeita (às vezes considerada má), que é subordinada a Deus e instrumento da Sua vontade (Platão, Aristóteles, os gnósticos, os maniqueus). 
Segundo essa teoria, Deus não é o Criador, mas apenas o estruturador e artífice do mundo. Essa conceituação é objetável por várias razões: 
(a) É errônea em sua ideia fundamental de que era preciso existir alguma substância da qual foi criado o mundo, desde que "ex nihilo nihil fit". Esta máxima só é verdadeira como expressão da ideia de que nenhum evento tem lugar sem alguma causa, e é falsa se tem o sentido de afirmar que nada poderia ser feito, a não ser com o uso de material preexistente. 
A doutrina da criação não dispensa uma causa absolutamente suficiente do mundo na vontade soberana de Deus.

(b) Sua descrição da matéria como eterna é fundamentalmente falha. Se a matéria fosse eterna, teria que ser infinita em todos os sentidos, pois não poderia ser infinita num aspecto (duração) e finita noutros. Mas é impossível que dois infinitos ou absolutos coexistam. O absoluto e o relativo podem existir simultaneamente, mas só pode haver um ser absoluto e auto-existente. 

(c) É antifilosófico postular duas substâncias eternas, quando uma só causa auto-existente é perfeitamente adequada para explicar todos os fatos. Por essa razão a filosofia não se satisfaz com uma explicação dualista do mundo, mas procura dar uma interpretação monistas do universo. 

(d) Se a teoria presume – como faz nalgumas de suas formas – a existência de um princípio eterno do mal, não há absolutamente nenhuma garantia de que o bem triunfará sobre o mal no mundo. Ao que parece, aquilo que é eternamente necessário terá que se manter sempre, e jamais cair.

2. A TEORIA DA EMANAÇÃO, EM VÁRIAS FORMAS. 

Essa teoria pretende que o mundo é uma emanação necessária do Ser divino. De acordo com ela, Deus e o mundo são essencialmente um, sendo este a manifestação fenomênica daquele. A ideia de emanação é característica de todas as teorias panteístas, embora nem sempre apresentada da mesma maneira. Aqui, de novo, podemos registrar várias objeções: 

(a) Este conceito da origem do mundo virtualmente nega a infinidade e a transcendência de Deus por aplicar-lhe um princípio de evolução, de crescimento e progresso, que caracteriza somente o finito e imperfeito; e por identifica-lo com o mundo. Assim, todos os objetos visíveis vêm a ser apenas modificações transitórias de uma essência auto-existente, inconsciente e impessoal, que pode ser denominada Deus, natureza, ou Absoluto. 

(b) Essa teoria furta a soberania de Deus, despojando-o do Seu poder de auto-determinação em relação ao mundo. Fica reduzido à base oculta da qual emanam necessariamente as criaturas, e que determina o seu movimento mediante uma inflexível necessidade da natureza. Ao mesmo tempo, priva todas as criaturas racionais da sua relativa independência, da sua liberdade e do seu caráter moral. 

(c) Ela compromete igualmente a santidade de Deus de modo deveras grave. Faz de Deus o responsável por tudo quanto acontece no mundo, tanto pelo mal como pelo bem. Esta é, naturalmente, uma gravíssima conseqüência da teoria, conseqüência da qual os panteístas nunca puderam escapar.

3. A TEORIA DA EVOLUÇÃO. 

Às vezes se fala da teoria da evolução como se pudesse ser uma substituta da doutrina da criação. Mas, evidentemente é um erro. É certo que não pode substituir a criação no sentido de originação absoluta, desde que pressupõe alguma coisa que evolui, e esta, em última instância, tem que ser eterna ou criada, de maneira que, depois de tudo,o evolucionista precisa escolher entre a eternidade da matéria e a doutrina da criação. 

No máximo, pode-se imaginar que serve como substituta da chamada criação secundária, mediante a qual foi dada forma à substância já existente. 

(a) Alguns evolucionistas, como Haeckel, por exemplo, crêem na eternidade da matéria, e atribuem a origem da vida à geração espontânea.

Mas, a crença na eternidade da matéria é não só decididamente anticristã e até mesmo ateísta; é também geralmente desacreditada. 

A ideia de que a matéria, com a energia como sua propriedade universal e inseparável, é suficiente para a explicação do mundo, acha pouco apoio nos círculos científicos atuais. 

Sente-se que um universo material, composto de partes finitas (átomos, elétrons etc.) não pode ser infinito; e aquilo que está sujeito a constante mudança não pode ser eterno. 

Ademais, vai ficando cada vez mais claro que a matéria e a força ou energia cegas não podem explicar a vida e a personalidade, a inteligência e a vontade livre. E a idéia de geração espontânea é pura hipótese, não somente não verificada, mas também praticamente
desacreditada. 

A lei geral da natureza, ao que parece, é “omne vivum e vivo” ou “ex vivo” (tudo que é vivo provém do que é vivo). 

(b) Outros evolucionistas advogam o que chamam de evolução teísta. Esta postula a existência de Deus por trás do universo, que age nele, em geral de acordo com as inalteráveis leis da natureza e por meio de forças físicas somente, mas nalguns casos mediante intervenção miraculosa, como, por exemplo, no caso do início absoluto, do início da vida e do início da existência racional, como também moral. 

A isso muitas vezes se tem chamado zombeteiramente, teoria do “tapa-brecha” (“stop-gap”). É realmente uma vergonha, dizer que Deus é chamado, a intervalos periódicos, a socorrer a natureza, remediando os abismos vazios que bocejam aos pés dela. 

A doutrina da criação não é isso, nem tampouco uma coerente teoria da evolução, porquanto se define a evolução como “uma série de alterações graduais e progressivas, efetuadas por meio de forças residentes” (Lê Conte biólogo francês Pierre Lecomte du Noüy, 1883 – 1947, apud Larousse.)

De fato, evolução teística é uma contradição de termos. É tão destrutiva para a fé na doutrina bíblica da criação como a evolução naturalista; e recorrendo à atividade criadora de Deus de vez em quando, anula também a hipótese evolucionista. 

Além dessas duas conceituações, podemos mencionar também a evolução criadora, de Bérgson, e a evolução emergente, de C. Lloyd Morgan. 

O primeiro é um panteísta vitalista, cuja teoria envolve a negação da personalidade de Deus; e o último chega, por fim, à conclusão de que não lhe é possível explicar os emergentes, assim chamados, sem incluir algum fator último, que se poderia chamar “Deus”. ( Henri Bergson, em sua obra A Evolução Criadora, faz-nos o favor de apontar, as falhas e lacunas das hipóteses
evolucionistas dos seus antecessores; e ao falar da sua, fala com termos realistas e modestos, a ponto de Per Hallström, em seu discurso por ocasião da entrega do Prêmio Nobel de Literatura a Bérgson, em 1928, afirmar que “o próprio Bérgson considera que o seu sistema não é, sobre muitos pontos, senão um esboço que deverá ser completado nos seus pormenores pela colaboração de outros pensadores” (Biblioteca dos Prêmios Nobel de Literatura, vol. XXVII,
Opera Mundi, Rio, 1971, p. 22.)
Observe-se o que Bergson diz do neolamarckismo e de “outras formas de evolucionismo”: “... o neolamarckismo não nos parece mais capacitado do que as outras formas de evolucionismo para resolver o problema” (dos “caracteres adquiridos” ou da transmissibilidade ou não das variações e diferenças nas diversas espécies), Ibid., A Evolução Criadora, pg. 110.

Na década de 1960 foi divulgada no Brasil, a hipótese evolucionista do padre francês Pierre Teilhard de Chardin, exposta em sua obra Lê Phénomène Humanine e noutras obras. 

 “Das hipóteses evolucionistas as mais interessantes são possivelmente as de Henri Bergson e Teilhard de Chardin. Aliás, são um tanto semelhantes, em que ambos falam de uma força vital presente na matéria e ambos reconhecem a criação básica de todas as coisas. As diferenças maiores entre os dois consistem nestes dois pontos: 
1º - O que Bergson considera força vital, Chardin considera força vital consciente, mesmo a da rocha, por exemplo. 

2º - O esquema de Chardin, embora elaborado a partir de dados científicos, é mais romântico e, por outro lado, pretende enquadrar-se numa perspectiva dinâmica do cristianismo. Bergson reconhece lacunas em sua hipótese – que considera um esboço que espera seja desenvolvido e
completado por outros depois dele. Chardin reconhece dificuldades e, em seus esforços para explica-las ou resolvê-las,entra em contradições e faz afirmações pueris”. (Odayr Olivetti, artigo inédito, “Como Surgiu o Mundo”). 

A principal contradição nas obras de Bergson e Chardin é esta: a de partir de dados fenomenológicos para determinar realidades transcendentais (espirituais e eternas).

A POSIÇÃO REFORMADA SOBRE A CRIAÇÃO

                                   A POSIÇÃO REFORMADA SOBRE A CRIAÇÃO

                                                           INTRODUÇÃO

O estudo dos decretos leva naturalmente à consideração da sua execução, e esta começa

com a obra da criação.

A doutrina da criação não é exposta na Escritura como uma solução filosófica do problema do mundo, mas, sim, em seu significado ético e religioso, como uma revelação de relação do homem com seu Deus.

Ela salienta o fato de que Deus é a origem de todas as coisas, e de que todas as coisas Lhe pertencem e Lhe estão sujeitas.

                                                CONTEXTUALIZAÇÃO

Enquanto a filosofia grega procurava a explicação do mundo num dualismo que envolve a
eternidade da matéria, ou num processo de emanação que faz do mundo a manifestação eterna
de Deus, a igreja cristã dede o começo ensinava a doutrina da criação ex nihilo e como um ato

livre de Deus.

Esta doutrina foi aceita com singular unanimidade desde o início. 

Acha-se em Justino Mártir, Irineu, Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, e outros.

Teófilo foi o primeiro “pai da igreja” a salientar o fato de que os dias da criação foram dias literais. 
Esta foi a opinião de Irineu e Tertuliano também e, era a opinião comum da igreja. 

Clemente e Orígenes achavam que a criação tinha sido realizada num momento único e
indivisível, e entendiam sua descrição como obra de vários dias como um simples recurso literário para descrever a origem das coisas na ordem do seu valor ou da sua conexão lógica. 

A ideia de uma criação eterna, como ensinava Orígenes, geralmente era rejeitada. 

Ao mesmo tempo, alguns dos chamados pais da igreja expressaram a ideia de que Deus sempre foi Criador, embora o universo criado tenha começa do no tempo. Durante a controvérsia trinitária, alguns deles acentuaram o fato de que, em distinção da geração do Filho, que foi um ato necessário do Pai, a criação do mundo foi um ato livre do Deus Triuno. 

Agostinho tratou da obra da criação mais minuciosamente que os outros.

Antes da criação o tempo não existia, dado que o mundo foi trazido à existência juntamente com o tempo, antes que no tempo. A pergunta sobre o que fazia Deus nas muitas eras antes da criação baseia-se num falso conceito da eternidade. Enquanto a igreja em geral parece que ainda sustentava que o mundo foi criado em seis dias comuns,Agostinho sugeriu uma conceituação um tanto diferente. 
Ele defendia vigorosamente a doutrina da "creatio ex nihilo", mas distinguia dois momentos da criação: a produção da matéria e dos espíritos do nada, e a organização do universo material. Achava difícil dizer de que espécie eram os dias de Gênesis, mas evidentemente estava inclinado a pensar que Deus criou todas as coisas,num momento de tempo, e que a ideia de dias foi simplesmente introduzida para auxiliar a inteligência finita. 

Os escolásticos discutiram bastante sobre a possibilidade da criação eterna:

Alguns, como Alexandre de Hales, Boaventura, Alberto Magno, Henrique de Ghent, e a grande
maioria dos escolásticos negando-a; 

Outros como Tomaz de Aquino, Duns Scotus, Durandus,Biel, e outros, afirmando-a. 

Todavia, a doutrina da criação com o tempo ou nele levou a palma.
Erígena e Eckhart constituíram exceções, ensinando que o mundo foi originado por emanação.
Ao que parece, os dias da criação eram considerados como dias comuns, apesar de Anselmo opinar que talvez fosse necessário concebe-los como diferentes sos nossos dias atuais. Os reformadores defendiam firmemente a doutrina da criação do nada, por um livre ato de Deus, no tempo ou com ele, e consideravam os dias da criação como seis dias literais. 

Esta concepção também foi mantida em geral na literatura do pós-Reforma, dos séculos dezesseis e dezessete, embora alguns teólogos (como Maresius, por exemplo) tenham falado ocasionalmente em criação contínua. 

No século dezoito, porém, sob a influência dominadora do panteísmo e do materialismo,
a ciência vestiu contra a doutrina da criação esposada pela igreja. Substituiu a ideia da absoluta originação por um fiat divino pela evolução ou desenvolvimento. 

Muitas vezes o mundo era apresentado como uma manifestação necessária do Absoluto. Sua origem foi empurrada para trás, milhares e até milhões de anos, rumo a um passado desconhecido. E houve teólogos que logo se engajaram em diversas tentativas da harmonizar a doutrina da criação com ensinos da ciência e da filosofia. 

Alguns sugeriram que os primeiros capítulos de Gênesis fossem interpretados alegórica ou miticamente; outros, que transcorreu um longo período de tempo entre a criação primária de Gn 1.1,2 e a criação secundária dos versículos subsequentes; e ainda outros, que os dias da criação foram de fato longos períodos de tempo.

                                         A BÍBLIA E A CRIAÇÃO

Não se acha a prova bíblica da doutrina da criação numa única e restrita porção da Bíblia,
mas em todas as partes da palavra de Deus. Não consiste de umas poucas e esparsas
passagens de duvidosa interpretação, mas sim, de um grande número de claras e inequívocas
afirmações que falam da criação do mundo como um fato histórico. 

Temos primeiramente a extensa narrativa da criação nos dois primeiros capítulos de Gênesis, que vale um post quando falarmos mais pormenorizadamente quando for considerada a criação do universo material. 

Estes capítulos certamente parecem ao leitor despreconcebido uma narrativa histórica e o registro de um fato histórico. E as muitas referências espalhadas pela Bíblia toda não a consideram diferentemente.

Todas elas se referem à criação como um fato da história. As diversas passagens em que se
acham essas referências podem ser classificadas como segue: 
(1) Passagens que salientam a onipotência de Deus na obra da criação, Is 40.26, 28; Am 4.13. 
(2) Passagens que indicam Sua
exaltação acima da natureza como Deus grandioso e infinito, Sl 90.2; 102.26, 27; At 17.24. 
(3) Passagens que se referem a sabedoria de Deus na obra da criação, Is 40.12-14; Jr 10.12-16; Jo1.3. 
(4) passagens que vêem a criação do ponto de vista da soberania e do propósito de Deus na
criação, Is 43.7; Rm 1.25. (5) passagens que falam da criação como a obra fundamental de Deus. Ne 9.6: “Só tu és o Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto há neles; e tu os preservas a todos com vida, e o exército dos céus te adora”. Esta passagem é típica de várias outras passagens menos extensas que se acham na Bíblia e que dão ênfase ao fato de que Jeová é o criador do universo, Is 42.5; 45.18; Cl 1.16; Ap 4.11; 10.6.

                                        A CRIAÇÃO NA HISTÓRIA DA IGREJA

A crença da igreja na criação do mundo vem expressa já no primeiro artigo da Confissão de
Fé Apostólica (Credo Apostólico): “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador dos céus e da
terra”. Esta é uma expressão de fé mantida pela Igreja Primitiva de que Deus, por Seu poder
absoluto, produziu do nada o universo. 

As palavras “Criador dos céus e da terra” não constavam de forma originária do Credo, mas representam um acréscimo posterior. Eles atribuem ao pai, isto é, à primeira pessoa da Trindade, a originação de todas as coisas. 
Isso está em harmonia com a descrição do Novo Testamento de que todas as coisas são do pai, mediante o Filho, e no Espírito Santo. 

A palavra “Criador” traduz o termo grego poieten, que se acha na forma grega da Confissão Apostólica, através do vocábulo creatorem, presente na forma latina. A Igreja primitiva
entendia o verbo criar no sentido estrito de “produzir do nada alguma coisa”. 

Deve-se notar nem sempre a Escritura usa a palavra hebraica "bara" e o termo grego ktizein naquele sentido absoluto.
Também emprega esses termos para denotar uma criação secundária, na qual Deus fez uso de
material já existente, mas que não podia causar por si mesmo o resultado indicado, Gn 1.21, 27;
5.1; Is 45.7,12; 54.16; Am 4.13; 1 Co 11.9; Ap 10.6. 

Utiliza-os até mesmo para designar algo que vem à existência sob a direção providencial de Deus, Sl 104.30: Is 45.7, 8: 65.18; 1 Tm 4.4. Dois outros termos são utilizados como sinônimos do termo “criar”, a saber, “fazer” (hebraico, ‘asah; grego, poiein) e “formar” (hebraico, yatsar; grego, plasso). 

O primeiro é claramente usado em todos os três sentidos indicados acima: de criação primária, Gn 2.4; Pv 16.4; At 17.24; mais freqüentemente, de criação secundária, Gn 1.7, 16, 26; 2.22; Sl 89.47; e de obras da providência, Sl 74.17. 

O outro é usado semelhantemente com referência à criação primária, Sl 90.2 (talvez o único exemplo deste uso); à criação secundária, Gn 2.7, 19; Sl 104.26; Am 4.13; Zc 12.1: e à obra
da previdência, Dt 32.18; Is 43.1, 7, 21; 45.7. 

As três palavras acham-se juntas em Is 45.7. A criação, no sentido estrito da palavra, pode ser definida como o livre ato de Deus pelo qual Ele,segundo a Sua vontade soberana e para a Sua própria glória, produziu no princípio todo o universo, visível e invisível, sem uso de material preexistente, e assim lhe deu uma existência distinta da Sua própria e, ainda assim, dele dependente. 
Tendo em vista os dados escriturísticos indicados acima, é evidente, porém, que essa definição se aplica àquilo que é geralmente conhecido como criação primária ou imediata, isto é, a criação descrita em Gn 1.1. 

Mas a Bíblia evidentemente usa a palavra “criar” também em casos em que Deus fez uso de materiais preexistentes, como na criação do sol, da lua, das estrelas, dos animais e do homem. Daí muitos teólogos acrescentam um elemento à definição da criação. Assim, Wollebius define: “A criação é o ato pelo qual Deus produz o mundo e tudo que nele há, em parte do nada e em parte de material que por sua própria natureza é inepto, para a manifestação da glória do Seu poder, sabedoria e bondade”. 

Entretanto, mesmo assim, a definição não cobre aqueles casos, também designados na Escritura como obra criadora, em que Deus trabalha mediante causa secundárias, Sl 104.30; Is 45.7, 8; Jr 31.22; Am 4.13, e produz resultados que só Ele pode produzir. A definição dada inclui vários elementos que pedem mais ampla consideração.

                          A CRIAÇÃO É UM ATO LIVRE DE DEUS 

Às vezes a criação é descrita como um ato necessário de Deus, e não como um ato livre e determinado por Sua soberana vontade. As velhas teorias da emanação e suas réplicas modernas, as teorias panteístas, naturalmente fazem do mundo apenas um momento do processo da evolução divina (Spinoza, Hegel) e, portanto, vêem o mundo como um ato necessário de Deus. E a necessidade que eles têm em mente não é uma necessidade relativa, resultante do decreto divino, mas uma necessidade absoluta que decorre da própria natureza de Deus, da Sua onipotência (Orígenes) ou do Seu amor (Rothe). 

Todavia, esta posição não é bíblica. As únicas obras que são inerentemente necessárias, como uma necessidade resultante da própria natureza de Deus, são as opera ad intra, as obras das pessoas do Ser Divino, separadamente consideradas: geração, filiação e processão. 

Dizer que a criação é um ato necessário de Deus é declarar também que ela é tão eterna como as obras imanentes de Deus. Se algum tipo de necessidade deve ser atribuída às opera ad extra de Deus, é uma necessidade condicionada pelo decreto divino e pela resultante constituição das coisas. É uma necessidade dependente da soberana vontade de Deus, e, portanto, não é necessidade no sentido absoluto da palavra. 

A Bíblia nos ensina que Deus criou todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade, Ef 1.11; Ap 4.11; e que Ele é auto-suficiente e não depende de Suas criaturas, de modo nenhum, Jó 22.2, 3; At 17.25.

                               A CRIAÇÃO É UM ATO TEMPORAL DE DEUS


a. O ensino da Escritura sobre este ponto. 

A Bíblia começa com a singela declaração: “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Gn 1.1. Sendo dirigida a todas as classes de pessoas, ela emprega a linguagem comum da vida diária, e não a linguagem técnica da filosofia. 
O termo hebraico bereshith (literalmente, “no princípio”) é indefinido e, naturalmente, dá surgimento à questão: No princípio do quê? Parece melhor tomar a expressão no sentido absoluto, como uma indicação do início de todas as coisas temporais e do próprio tempo: 

Keil, porém, é de opinião que se refere ao princípio da obra da criação. Tecnicamente falando, não é correto presumir que já existia o tempo quando Deus criou o mundo, e que Ele, em certo ponto desse tempo existente, deu “princípio” à produção do universo. O tempo é apenas uma das formas de toda a existência criada e, portanto, não poderia existir antes da criação. 

Por essa razão Agostinho achava mais correto dizer que o mundo foi criado "cum tempore" (juntamente com o tempo), que afirmar que foi criado "in tempore" (no tempo). 

A Escritura fala desse começo noutros lugares também. Mt 19.4, 8;Mc 10.6; Jo 1.1, 2; Hb 1.10. Também está claramente implícito que o mundo teve começo em passagens como Sl 90.2, “Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo,de eternidade a eternidade, tu é Deus”: e Sl 102.25, “Em tempos remotos lançaste os fundamentos da terra: e os céus são obras das tuas mãos”.

           CRIAÇÃO COMO UM ATO PELO QUAL ALGO É PRODUZIDO DO NADA.

a. A doutrina da criação é absolutamente única. 

Tem havido muita especulação acerca da origem do mundo, e várias teorias têm sido propostas. Uns declaravam que o mundo é eterno,enquanto outros viam nele o produto de um espírito antagônico (gnósticos). 
Uns sustentavam que ele foi feito de material preexistente, a que Deus deu forma (Platão); Outros afirmavam que foi originado por emanação da substância divina (gnósticos sírios: Swedenborg): 
Outros o consideravam como a aparência fenomênica do Absoluto, sendo este o fundamento oculto de todas as coisas (panteísmo). 

Em oposição a todas esses vãs especulações dos homens, a doutrina da Escritura sobressai com grandiosa sublimidade: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.

b. Termos bíblicos para “criar”. 

Na narrativa da criação, como já foi indicado, são empregados três verbos a saber, bara’, ‘asah e yatsar, e são utilizados alternadamente na Escritura, Gn 1.26,27; 2.7. 

A primeira palavra é a mais importante. Seu sentido originário é partir, cortar, dividir; mas,
em acréscimo, significa também formar, criar e, num sentido de derivação mais distante, produzir,gerar e regenerar. 
.A palavra mesma  transmite a idéia de produzir do nada alguma coisa,  usada às vezes com referência a obras da providência, Is 45.7; Jr 31.22; Am 4.13. Contudo, tem caráter distintivo: é sempre empregada com relação a alguma produção divina, nunca a qualquer produção humana; e nunca tem acusativo de material, pelo que serve para expressar a grandiosidade da obra de Deus. 
.A palavra ‘asah é mais geral, significando fazer ou formar, e,portanto, é empregada no sentido geral de fazer, formar, fabricar , modelar. 
.A palavra yastar tem,mais distintamente, o sentido de modelar com materiais preexistentes e, portanto, é empregada para descrever o trabalho do oleiro na modelagem de vasos de barro. 

As palavras do Novo Testamento são ktizein, Mc 13.19, poiein, Mt 19.4: themelioum, Hb 1.10,

. katartizein, Rm 9.22,
. kataskeuazein, Hb 3.4, 
. plassein, Rm 9.20. 

Nenhuma dessas palavras expressa diretamente a ideia de criação do nada.

“O nada do qual Deus cria o mundo são as eternas possibilidades da Sua vontade, que são as fontes de todas as realidades do mundo”

                                                CONCLUSÃO

Gn 1.1 registra o início da obra da criação, e certamente não apresenta Deus produzindo o mundo com material preexistente. Foi criação do nada, criação no sentido estrito da palavra e, daí, a única parte da obra registrada em Gn 1 a que Calvino aplica o termo. Mesmo na parte restante do capítulo, porém, Deus é descrito produzindo todas as coisas pela palavra do Seu poder, por um simples "fiat divino". 

A mesma verdade é ensinada em passagens como Sl 33.6, 9 e 148.5. A passagem mais forte é Hb 11.3: “Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem”, ou, na versão utilizada pelo autor, “... de maneira que, o que se vê não foi feito das cousas que aparecem”. A criação é descrita aqui como um fato que apreendemos somente pela fé. Pela fé entendemos (percebemos, não compreendemos) que o mundo foi estruturado ou formado pela palavra de Deus, a palavra de poder de Deus, o fiat divino,de modo que as coisas que se vêem, as coisas visíveis deste mundo, não foram feitas das coisas que aparecem, que são visíveis, ou que, pelo menos, são vistas ocasionalmente. 
De acordo com essa passagem que pode ser citada nesta conexão é Rm 4.17, que fala de Deus, “que vivifica os mortos e chama à existência as cousas que não existem como se existissem” (Moffatt “que faz viver aos mortos e chama à existência o que não existe”). É verdade que, nesse contexto, Paulo  fala da da esperança de Abraão, de que teria um filho. Contudo, a
descrição de Deus aqui dada é geral e, portanto, também é de aplicação geral ou criação. 

Pertence à própria natureza de Deus ser Ele capaz de chamar à existência o que não existe, e Ele o faz.