segunda-feira, 12 de setembro de 2016

VENCENDO COM A ADORAÇAO

A ARMA DA ADORAÇÃO


VENCENDO COM AS ARMAS DE DEUS

Texto: Juízes 7. 15-16


INTRODUÇÃO


O capítulo 6 do livro de Juízes mostra o contexto de Israel na época de Gideão. Pelo menos três coisas são importantes destacar:
1) Israel fez o que o Senhor reprova. Novamente a nação se desvia da vontade de Deus e segue seus próprios caminhos. Em outro momento o texto afirma que esse erro do povo estava ligado a idolatria. Estavam adorando a Baal em vez do Senhor.
2) O texto diz que foi o próprio Senhor quem os entregou nas mãos dos midianitas. A visão do autor do livro de juízes, que foi provavelmente Samuel, afirma plenamente a soberania de Deus. É Deus quem controla todas as coisas e é Ele quem permitiu que seu povo sucumbisse nas mãos dos midianitas. Tal atitude é evidentemente disciplinadora. Apesar disso o Senhor mostra sua graça, pois decide livrar Israel de sua opressão.
3) O inimigo vem para destruir. O principal objetivo dos midianitas e dos amalequitas era destruir a Israel. Eles simplesmente destruíam as plantações e matavam os animais. Eles não estavam disputando alimento por motivos de escassez. A questão era puramente de poder e ambição.
4) Israel volta a clamar ao Senhor! Esta foi a atitude correta do povo neste momento. Eles se viam pequenos, massacrados e a única salvação só poderia vir de Jeová, por isso clamaram.
5) Deus, por sua misericórdia, ouve o clamor do povo e levanta um libertador: Gideão.

O restante da história é bastante conhecido. Gideão começa a “provocar” uma guerra quando destrói um altar de Baal e levanta outro ao Senhor. Apesar do medo, Gideão fez a tarefa. Isso causou a ira de muitos na cidade e deve ter chamado a atenção das tropas dos midianitas e amalequitas que se uniram e acamparam. monta seu exército de 32 mil pessoas, contudo afirma que havia gente demais. Gideão dispensa alguns homens e fica com apenas 300 conforme a vontade de Deus. Esse era o exército para enfrentar 135 mil midianitas. Vamos pensar um pouco e fazer uma análise bem humana da situação. Fazendo os cálculos, cada homem de Gideão teria que matar pelo menos 450 midianitas. As condições não estavam muito equilibradas! Pense um exército ser pressionado desde o princípio a ser ultra excelente caso contrário a morte seria certa! Entrar em uma guerra com um equilíbrio de forças já é altamente estressante, imagine com essa tremenda desvantagem. Pior ainda deve ter sido o momento em que Gideão distribui as armas de guerra: trombetas, jarros vazio e tochas. Claro que na hora dessa distribuição alguns pensaram: o que vamos fazer com isso? Na verdade esses equipamentos estavam mais relacionados com utensílios domésticos do que com a guerra! Era como se hoje fóssemos a uma guerra portando jarro de vidro, lanternas e apitos. Bem, humanamente falando isso era uma loucura! Não sabemos nem mesmo como estes homens poderiam aceitar tal proposta sem questionar. Contudo, não era só o aspecto humano que estava em ação, Gideão tinha provas de que Deus estava no controle da guerra. Os guerreiros, por sua vez, confiavam que Gideão estava sendo guiado pelo Senhor. E, por incrível que pareça, foi com estes equipamentos que Gideão e seus valentes conquistaram a vitória, ou seja, foi por meio das armas de Deus que eles venceram.

O que esses elementos nos representam? Vamos pensar numa aplicação da simbologia dessas armas.

I – TROMBETA ( SHOFAR ) 

A trombeta simboliza uma mensagem, uma proclamação. Ela servia para avisar que o inimigo se aproximava, servia para convocar o povo para a guerra, para convocar o povo para as Festas do Senhor, para avisar ao povo sobre a escolha de um novo rei e era usada em celebrações diversas. Ela foi utilizada para proclamar a presença do Senhor na arca da aliança.

Trombeta nos fala de uma vida que sirva para a proclamação do Rei dos Reis. Fala de uma vida que proclame as boas novas do evangelho, proclame a salvação e testemunhe do Senhor. Nossa missão nas “guerras” da vida é sempre proclamarmos ao Senhor. Nunca nos esqueçamos disso. Quando deixamos de ter esta virtude em nossa vida, começamos a perder a guerra. O motivo de nossa existência está em louvar e glorificar o nome do Senhor. Devemos ser como trombetas que anunciavam ao Rei. Devemos ser vozes que entoam uma melodia de reconhecimento ao Senhor.

A trombeta também era profética, pois seu toque prenunciava os acontecimentos. A trombeta era tocada e Israel caminhava ou parava no deserto, foi tocada e a arca da aliança atravessou o rio Jordão. Ela foi tocada e os muros de Jericó vieram abaixo. A trombeta era para prenunciar também os dias festivos e as ocasiões dos holocaustos e ofertas. As trombetas do Apocalipse marcam os inícios das pragas. A vinda do Senhor Jesus é proclamada pela última trombeta. Enfim, a trombeta é profética. Isso nos insinua simbolicamente que devemos ser os profetas de nossa geração. Devemos anunciar a mensagem de Deus aos homens. Anunciar o amor de Deus, a Salvação em Jesus, o retorno do Senhor Jesus e também anunciar a condenação àqueles que não estão em Cristo. Devemos ser uma foz profética. Ter uma vida profética.

A trombeta era tocada com vários tipos de “toques”. Cada toque era um código para uma ação. Assim, existia o toque curto ou longo que convocava a congregação para as festas. Tinham sequências de três toques curtos ou longos que anunciavam a entrada de um Rei também servia para chamar o povo ao arrependimento e a santidade. Ou toque curto seguido de nove toques breves usado para convocar o povo para a guerra e havia o grande toque usado para anunciar o juízo de Deus. Nossa vida deve ter em cada momento a característica de um “toque” desses. Há momentos em que nosso “toque” será para festejar. Nossa vida estará em júbilo diante do Senhor e dos homens. Há ocasiões em que nosso toque deve anunciar o Rei dos Reis. Proclamar que o Reino de Deus entra em nossa realidade. Proclamar que o Rei em breve virá. É um toque de louvor e adoração. Em outras circunstâncias o “toque” em nossas vidas deve ser para guerrear. Não guerrear contra homens, mas sim contra as forças espirituais da maldade. Contra o inimigo de nossas almas, contra o pecado e carnalidade. Esse toque não pode faltar em nossas vidas. Ainda há outro tipo de “toque” em nossas vidas. Ele tem que anunciar o juízo de Deus. A condenação de Deus contra toda impiedade revelada debaixo dos céus. Deus condena o pecado. Esse “toque” de nossas vidas tem a característica de repúdio ao mundanismo, ao sistema satânico. É quando violentamente condenamos nossas paixões e desejos julgando-os e crucificando-os na cruz de Cristo. Todos esses toques de nossa vida são essenciais para nossa sobrevivência.

II-  JARRO VAZIO

O jarro vazio (ou vaso) é símbolo da fraqueza do homem. Paulo afirma em Romanos (cp. 9) que todos os homens são vasos feitos por Deus. Os vasos para honra e para desonra são produtos do mesmo criador. Jeremias (Jr 18) foi à casa do oleiro e comparou a nação de Israel a um vaso que quebrou na mão do oleiro profetizando assim o agir de Deus que poderia quebrar a Israel e refazê-lo com seu poder. Paulo ainda afirma que os tesouros de Deus estão em vasos de barro (2Co 4). Vasos de barro nos mostra um vida frágil que depende do oleiro. Nossa vida precisa ser quebrada pelo oleiro e reconstruída. Nosso pensamentos, desejos e vontades precisam ser estilhaçados. O novo nascimento é o anúncio de que Deus nos faz novos vasos.

Os jarros foram quebrados por Gideão e seus soldados. Essa quebra nos ensina que não devemos confiar em nós mesmos ou na força humana. A salvação plena vem de Deus. A vitória sempre vem de Deus. É Deus quem vence as batalhas. É Deus quem tem o poder. Sempre que o homem confia em si mesmo ou em seus talentos ele é derrotado, pois que é o homem diante de Deus? Quando Israel confiou em seus exércitos sempre foi massacrado! Quando Israel confiou no Senhor, mesmo sem exército, foi vitorioso. “(...) Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o coração do Senhor” Jr 17.5. Sábia foi a oração de Pedro quando estava afundando no mar: “Senhor, salva-me”. Parei para pensar um pouco sobre aquele episódio. Notei que foi incrível um pescador acostumado com o mar, com as ondas e com o vento; um exímio nadador ter medo porque estava afundando no mar. Ainda mais intrigante é o fato de que ele não tentou nadar ou se salvar. Ele simplesmente se esvaiu de suas potencialidades e clamou: “Senhor, salva-se!”. Uma oração simples, objetiva, pessoal, correta e eficaz. Essa oração deve ser universal. Todas as pessoas deveriam clamar um dia: Senhor, salva-me. Ainda que 6 bilhões de pessoas orem pela salvação de uma vida, essa pessoa só será salva quando ela mesma fizer esta oração: Senhor, salva-me! Quando ela se desfizer de tudo e confiar plenamente no Senhor.

III- TOCHA

A primeira menção de tocha na bíblia encontra em Gênesis e afirma que uma Tocha de fogo passou por entre as metades da oferta de Abraão. Esta Tocha representa o próprio Deus. O fogo na bíblia além de simbolizar o juízo (Deus é fogo consumidor como diz em Hebreus), está ligado ao Espírito Santo. Moisés viu a manifestação de Deus no fogo da Sarça. João Batista disse que Jesus Cristo batizaria com o Espírito Santo e com Fogo. Os apóstolos, no pentecostes, foram vistos com algo parecido com “línguas de fogo” e foram cheios do Espírito Santo. Paulo exorta a Timóteo a conservar viva a chama do dom de Deus. Então, tocha nos ensina que nossas vidas devem estar cheias do Espírito Santo. Cheias da luz de Deus. Esse fogo nunca deve apagar, nunca deve se esvair. Assim como o candelabro estava continuamente aceso no tabernáculo, assim nossas vidas devem estar constantemente cheias do Espírito. As cinco virgens insensatas deixaram o fogo de suas candeias apagar e foram deixadas para trás. Uma vida no Espírito é condição essencial para nós. O Apóstolo nos afirma que se vivermos pelo Espírito não satisfaremos as concupiscências de nossas carnes. O Espírito também é a garantia de nossa salvação. O Espírito é o selo de Deus em nós. O Espírito Santo é a boa semente que germinou nossa nova vida.


APELO

Que o Senhor coloque em nossas vidas suas armas. A princípio podemos pensar que elas não serão as mais apropriadas, contudo, todas estas armas são as melhores armas que possam existir, pois são a providência que o Senhor nos proporcionou. É com elas que venceremos. Não podemos e não devemos mudar as armas, mas sim agarrá-las e com elas vencer. Devemos nos esvair de nós mesmos, viver uma proclamação do evangelho e estarmos cheios do Espírito. Assim teremos vitória em nossa vida. Vença com as armas do Senhor.

CONCLUSÃO

As armas de nossa luta vêm de Deus. A tocha é a arma que juntamente com a trombeta permanecem na guerra! O jarro só teve uma utilidade: a de ser quebrado, contudo a tocha permaneceu acesa e a trombeta continuou sendo tocada! Ou seja, após a renúncia de nossa própria força a palavra e o testemunho do Senhor continuam, bem como o Seu poder como um fogo abrasador. Efetivamente a batalha é ganha pelo Senhor.

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