sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Comentário de Apocalipse 3 Carta às Igrejas

                                        Apocalipse 3 A Carta às Igrejas


O apocalipse é diferenciado de todos os livros da Bíblia em seu estilo literário.

Por ser complexo é um desafio aos estudiosos em todos os tempos.

Há uma grande história com traços fictícios por detrás dele,que às vezes é ignorada por alguns.

Mas aqui é onde está o perigo,pois alguns apressam-se em tirar conclusões teológicas e morais,sem prestarem a atenção no instrumento literário,ou uma literatura apocalíptica.(justamente o que os estudiosos não se preocupam).Necessário se faz uma análise dos símbolos no judaísmo e gregos para que o livro seja entendido e descortinar os conceitos teológicos desenvolvidos por João.

João usa conteúdo do Velho Testamento,mas também utiliza-se da arte literária para aplicar esse conteúdo. ( Como entender esse drama da Mulher,do Dragão e do Filho,sem conhecer a linha literária usada por João)

Definindo poderíamos incluir :

Elementos internos constitutivos de um texto ( enredo,caracterização,ponto de vista,distorções temporais.

Uso artístico da linguagem,jogo de idéias,convenções,tom,som,imagens,sintaxe,ponto de vista narrativo,unidades composicionais.

A arte literária é o instrumento através da qual a teologia do livro é construída e transmitida.Isso não afeta o texto,pois a inspiração divina não elimina as habilidades dos autores.No caso de apocalipse João apenas registrou orientado pelo Espirito os símbolos criados por Deus.

                               AS SETE IGREJAS DO APOCALIPSE

As Sete Congregações da Revelação, também conhecidas como as Sete Congregações da Ásia Menor, são as Congregações das cidades mais importantes desta região no inicio do cristianismo, mencionadas no livro do Apocalipse (Apocalipse 2 e 3), no Novo Testamento Atualmente, todas as ruínas destas antigas cidades encontram-se na Turquia. No Apocalipse, Jesus Cristo (Yaushua) instrui o apóstolo João da seguinte forma:

«...O que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas: a Éfeso, a Esmirna, a Pérgamo, a Tiatira, a Sárdes, a Filadélfia e a Laodiceia.» (Apocalipse 1:11)


As sete igrejas citadas são:


Éfeso (Apocalipse 2:1-7)

Esmirna (Apocalipse 2:8-11)

Pérgamo (Apocalipse 2:12-17)

Tiatira (Apocalipse 2:18-29)

Sárdis (Apocalipse 3:1-6)

Filadélfia (Apocalipse 3:7-13)

Laodiceia (Apocalipse 3:14-22)





Éfeso

Seu nome significa desejável, sua localização era um ponto importante tanto militar como comercial.

Éfeso era a maior cidade da costa oeste da Ásia Menor. Como um centro de comércio marítimo e rodoviário da região, Éfeso era uma próspera comunidade urbana. No final do século I d.C. era a quarta maior cidade do Império Romano. Os romanos fizeram de Éfeso o centro administrativo da província da Ásia. O governador e outros oficiais de Roma entravam na província através do porto e conduziam muitos dos seus negócios na cidade. Renomados santuários religiosos, como o espaçoso teatro, e elegantes prédios públicos deram a Éfeso um lugar integral na vida cultural de toda região. Na metade do século I d.C., Paulo trabalhou em Éfeso por diversos anos.


Esmirna

Esmirna era a principal cidade que disputava com Éfeso e Pérgamo a fama de ser chamada de maior cidade da Ásia. Ruas e edifícios se estendiam através do litoral que circundava as montanhas. Fontes emanavam com águas do aqueduto da cidade. Um teatro ficava numa das áreas mais altas da cidade e de lá se contemplava a parte mais baixa da cidade. Esmirna reivindica o título de berço do poeta Homero e construiu um relicário em sua honra. Uma biblioteca, ginásios, termas e um estádio contribuíam para a vida cultural de Esmirna. A cidade atraiu oradores, como Apolônio de Tiana no primeiro século, e outros renomados, no segundo século.


Pérgamo

Pérgamo foi a maior cidade no oeste da Ásia Menor nos tempos do Novo Testamento. Pérgamo foi a primeira cidade do Império Romano a construir um templo dedicado ao Imperador Domiciano. Está situada em um espaçoso vale, a 26 quilômetros do mar Egeu, naquilo que é hoje a Turquia. Séculos antes de Cristo, Pérgamo foi a capital de um império independente (ver Dinastia Atálida). Seus templos impressionantes, biblioteca e recursos médicos fizeram de Pérgamo um renomado centro cultural e político. No tempo em que o Apocalipse estava sendo escrito, Pérgamo tornou-se parte do Império Romano, mas por causa da localização e importância, os romanos usaram-na como centro administrativo da província da Ásia.


Tiatira

Tiatira era um centro comercial na Ásia Menor (moderna Turquia). Estava localizada num fértil vale no qual passavam rotas de comércio. Embora destruída por um terremoto durante o reino de Augusto (27 a.C.-14 d.C.), Tiatira foi reconstruída com a ajuda romana. Produtos têxteis eram os mais importantes em Tiatira . Uma das comerciantes de roupas da cidade era uma mulher chamada Lídia, que conduzia negócios em lugares distantes como Filipos.


Sardes

Sardes foi uma das cidades legendárias da Ásia Menor, onde hoje é a Turquia. No século VII a.C., Sardes foi a capital da Lídia. Ouro foi encontrado no rio próximo de Sardes e reis que moravam lá foram renomados por sua riqueza. O Império Sassânida capturou Sárdis no século VI e fez dela um centro administrativo para a parte oeste do seu império. A famosa "estrada real" conectava Sárdis com outras cidades do leste. Nos tempos do Novo Testamento, Sardes foi parte da província Romana da Ásia.


Filadélfia

Filadélfia (Philadelphia) fica num vale aos pés de um platô montanhoso. Os reis de Pérgamo fundaram Filadélfia como um posto avançado do seu reino no século II a.C.. A cidade estava localizada ao longo de uma importante estrada que ligava Pérgamo ao norte com Laodiceia ao sul. Nos tempos do Novo Testamento, Filadélfia fazia parte da província Romana da Ásia. A cidade foi devastada por um terremoto em 17 d.C. e por um tempo as pessoas viveram com medo de tremores. A cidade foi reconstruída com ajuda do imperador Tibério. O nome Filadélfia significa amor fraternal.


Hoje é ocupada pela cidade turca de Alaşehir, situada a 130 km ao leste de Esmirna.


Laodiceia

Laodiceia fica no principal cruzamento de estradas dos vales da Ásia Menor, no que é hoje a Turquia. A cidade estava situada numa montanha que dava para um vale fértil e majestosas montanhas. Nos tempos romanos, a cidade era um importante centro de administração e comércio. As questões de justiça da região eram ouvidas em Laodiceia e fundos eram depositados nos bancos da cidade para segurança. Embora danificada por terremotos durante o reino de Augusto (27 a.C. - 14 d.C.) e novamente em 60 d.C., a cidade continuou reconstruindo e prosperando. Antigamente, a água da cidade vinha de aquedutos das fontes termais ao sul da cidade. Até chegar em Laodiceia, a água ficava morna.

As sete igrejas descritas em Apocalipse 2-3 são sete igrejas literais no momento em que João, o apóstolo, estava escrevendo Apocalipse. 

Embora fossem igrejas literais naquele tempo, há também um significado espiritual para as igrejas e os crentes de hoje. 

O primeiro objetivo das cartas era de se comunicar com as igrejas literais e satisfazer as suas necessidades naquele momento. 

O segundo propósito era de revelar sete tipos diferentes de indivíduos/igrejas ao longo da história da humanidade e instruí-los na verdade de Deus. 

Um possível terceiro propósito é usar as sete igrejas para prenunciar sete diferentes períodos da história da Igreja. 

O problema com essa visão é que cada uma das sete igrejas descreve problemas que poderiam existir na Igreja em qualquer momento de sua história. Assim, embora possa haver alguma verdade com as sete igrejas representando sete eras, há especulação demais a esse respeito. 

Nosso foco deve estar na mensagem que Deus está nos dando através das sete igrejas.

 A mensagem seria :

Éfeso (Apocalipse 2:1-7) - a igreja que havia abandonado o seu primeiro amor (2.4)

Esmirna (Apocalipse 2.8-11) - a igreja que sofreria perseguição (2.10).

Pérgamo (Apocalipse 2.12-17) - a igreja que precisava se arrepender (2.16).

Tiatira (Apocalipse 2.18-29) - a igreja que tinha uma falsa profetisa (2.20).

Sardes (Apocalipse 3.1-6) - a igreja que tinha adormecido (3.2).

Filadélfia (Apocalipse 3.7-13) - a igreja que tinha sofrido pacientemente (3.10).

Laodiceia (Apocalipse 3.14-22) - a igreja com a fé morna (3.16).

Não se pode negar que assim como no sonho que teve o rei Nabucodonosor, quando viu uma estátua das nações, na qual a redução da qualidade exterior das potências mundiais foi representada por metais ouro, prata, bronze e ferro e também barro, a condição espiritual da Igreja diminuiu no decorrer dos séculos.E devido a inúmeros fatores, a Igreja dos últimos tempos é muito semelhante à igreja de Laodiceia. 

Entretanto, as sete cartas revelam e confirmam o Pós-tribulacionismo presentes na Igreja em todas as épocas, não sugerindo um arrebatamento secreto da Igreja.

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