sexta-feira, 27 de março de 2020

Contexto e texto do período dos juízes



                                             


                                 CONTEXTO  HISTÓRICO


            Logo após a morte de Josué, em torno de 1200 AC.( Josué 24 ), as tribos ficaram sem uma liderança que pudesse unir as forças para se protegerem da ofensiva dos povos vizinhos como os filisteus, midianitas, amonitas, cananeus entre outros.

Em função da ocupação das terras em Canaã pelos hebreus, eles ainda conviveram muito tempo com esses povos vizinhos e começaram a serem influenciados culturalmente e religiosamente por estes. 
A partir desta convivência com estes povos vizinhos, os hebreus começaram a se afastar de Deus, e começaram a entrar num ciclo chamado de ciclo do pecado, onde neste momento, Deus começou a levantar e a estabelecer juízes. 
O período dos juízes, corresponde a mais ou menos três séculos de história.

O povo passou por mais de três séculos nos quais, “não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” ( Juízes 17.6; 21.25 ). Durante este período, o povo vivia da seguinte forma:

1º) O povo obedecia a Deus durante um tempo
2º) Em seguida afastavam-se dele
3º) Por causa da desobediência, Deus permitia a opressão pelos inimigos;
4º) O povo se arrependia e clamava pela libertação;
5º) Deus levantava juízes para livrar o povo das mãos do inimigo;
6º) O povo depois do livramento servia a Deus

Este ciclo do pecado, virá se repetindo ao longo da história desse povo, passando pelo período da monarquia, até culminar no exílio.

                                                         OS JUÍZES


            Os juízes eram homens e mulheres carismáticos, levantados e estabelecidos por Deus para libertarem o povo da opressão e escravidão dos inimigos. Eram pessoas tementes a YHWH, marcadas por uma forte personalidade, capazes de se imporem moralmente perante as tribos. Eles também tinham a função de julgar. Foram ao total, doze juízes, sendo que eles eram classificados como:


1º) Juízes Maiores – Carismáticos ou salvadores:

 Otoniel ( 3.7-11 )
 Eúde ( 3.12-31 )
Débora e Barac ( 4.1-5,32 )
Gideão ( 6.11-8,35 )
Jefté ( 11.1-40 )
Sansão ( 13.1-16, 31 ).

1º) Juízes Menores – Estatais:

 Abimeleque ( 9 )
Tola ( 10.1-2 )
Jair ( 10.3-5 ) 
Ibsã ( 12.8-10 )
Elon ( 12.11-12 ) 
Abdon ( 12.13-15 ).

                                                       OS TEMAS PRINCIPAIS

O livro de juízes é rico em narrativas, vejamos alguns temas principais desenvolvidos ao longo da história dos juízes:

1º) A continuação da história da vida dos Hebreus na terra prometida
2º) A apostasia dos Hebreus em relação à aliança com Deus e a opressão resultante nas mãos dos inimigos
3º) A idolatria praticada pelos Hebreus junto com os povos cananeus
4º) Deus mostra que ele é o único Deus verdadeiro e juiz
5º) O declínio da condição espiritual dos juízes
6º) O poder da fé e da oração ( Hebreus 11.23,33 )
7º) A difícil relação entre as tribos, que irão resultar posteriormente na divisão em dois reinos no período da monarquia;

                                    VALOR HISTÓRICO DO LIVRO DE JUÍZES

O livro de juízes, é considerado como um “livro histórico” da bíblia, segundo o modo de se relatar a história naquele tempo. O livro nos fornece um precioso quadro geral do modo de vida das tribos de Israel após a sua instalação em Canaã, relatando sobre a vida política, social e religiosa daquele povo. O livro também nos revela o declínio espiritual e moral daquelas tribos, após se estabelecerem na terra prometida. Este registro deixa claro os infortúnios que sempre ocorriam ao povo Hebreu quando eles se esqueciam do seu concerto com Deus e buscavam a outros deuses, praticando a idolatria e a devassidão.

                                                        VISÃO TEOLÓGICA

O livro de juízes nos apresenta um olhar teológico de como Deus acompanha o seu povo ao longo da história concreta, mesmo no meio dos mais graves acontecimentos, como as guerras contra os povos inimigos. Em função da desobediência e da idolatria, vem o castigo, que aparece nas derrotas perante os povos estrangeiros; de depois a vitória, mediante os intermediários do Senhor, os juízes “salvadores”.

Resumindo, a ideia teológica que ressalta deste livro é, pois, a imagem que um povo livre tem de Deus, que o acompanha para o libertar após o seu arrependimento.


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