terça-feira, 25 de dezembro de 2018

JESUS E AS MULHERES

                                                 J ESUS E AS MULHERES





No Evangelho de Marcos, é estabelecido um padrão de relação de gênero igualitário através das cenas envolvendo Jesus e as mulheres, retirando as mulheres de um contexto de doença, opressão e exclusão e dando-lhes caracterização positiva.

Esse modelo de relação de gênero pode ser um paradigma para as relações de gênero de hoje e ajudar no combate a violência contra a mulher muitas vezes legitimada com textos e tradições bíblicos. Para tanto, parte-se de uma compreensão do contexto, estrutura e função do Evangelho de Marcos. Faz-se, então, a análise narratológica, utilizando a categoria de gênero e valendo-se de uma hermenêutica feminista de libertação, das seguintes perícopes: Mc 1,29-31; 3,31-35; 5,21-43; 7,24-30; 12,41-44; 14,3-9; 15,40- 16,8. Estas são as passagens que têm mulheres e Jesus como sujeito histórico narrativo e contêm críticas ao ethos patriarcal.

Podemos usar os resultados das análises para propor novas formas de ser homem e mulher em suas múltiplas relações. Assim, a postagem pretende, por meio de uma reinterpretação dos textos bíblicos, fornecer material que possa ajudar a reconstruir relações de gênero respeitosas, justas e prevenir práticas de discriminação

A Congregação de Israel seria responsável pelas histórias de milagre das tradições pré-marcanas, aparentemente, esses registros são localizados no final de um período de otimismo . E os estágios da Família de Jesus e dos Pilares de Jerusalém, responsáveis por códigos sociais, não podem ser determinados da mesma maneira, mas as lendas sobre o martírio de Tiago e a fuga para Pella mostram que houve resistência a eles em Jerusalém. Antes da guerra, a forte comunidade cristã que se formara em Jerusalém é dispersa para a Galileia e sul da Síria diante do confronto armado. Entre eles havia escribas, inclusive de origem farisaica e não faltavam helenistas. Quando saíram de Jerusalém, colocou-se em contato um cristianismo urbanizado e um cristianismo rural Galileu, esse encontro certamente produziu tensões que permitiram a construção literária . Os conflitos dos grupos cristãos com o judaísmo eram em geral competições naturais iniciadas pelas novidades dos movimentos de Jesus, suas posições contrárias a alguns símbolos judaicos e padrões sociais. Os conflitos mais importantes para a separação dos movimentos de Jesus das instituições judaicas se deram em torno da sinagoga helenística, são dois tipos: a experiência do povo de Jesus e a do Culto de Cristo. Os primeiros tentaram permanecer nas instituições, mas falharam em convencer os judeus e entraram em conflito com os fariseus. Os de Cristo abandonaram as sinagogas, tomando para si conceitos helenizados de Israel18 . Como não havia uma cartilha que guiasse os movimentos de Jesus em sua mista constituição e nem regras sociais definidas, as dinâmicas internas eram vivas, pois não havia homogeneidade na composição social das primeiras comunidades. Os conflitos aumentam conforme elas cresciam, pois passavam a conter pessoas de diversos estamentos e etnias, mas acontecia principalmente em torno da definição dos papéis de liderança em jogos de poder. Dentro dessa dinâmica, é preciso destacar que conflitos nas relações de gênero já se fazem presentes a também se aprofundam de acordo com as definições da organização das comunidades. Nesse sentido de dinâmica de poder, se torna importante para a comunidade e para os que resistem à dominação o resgate das palavras, da crítica e do serviço de Jesus. Os líderes podiam apelar pra uma larga gama de fatores de legitimação: comissionamento, representação, habilidades hermenêuticas, sabedoria, demonstrações de carisma e experiência direta com o Espírito de Deus. Havia então problemas de conflito quando líderes de outros grupos se apresentavam ou mesmo rusgas internas aos grupos na disputa pela liderança. Segundo Mack , esses conflitos geraram séries de retiradas. As tradições de ditos foram domesticadas por sectários fixados ou gnostizadas pelos redatores do Evangelho de Tomé, os pilares fugiram de Jerusalém, a família de Jesus também se retirou para a Transjordânia. Em especial, em meio às tradições cristãs que circulavam durante a década de 60 a 90 d.C., fortes tendências patriarcais começam a se impor no ocidente do Império, isso colabora para despertar as comunidades cristãs mediterrâneas para a necessidade de reunir e organizar as diversas tradições sobre Jesus. Isto pode ter acontecido porque perceberam difundirem-se tradições divergentes e contraditórias. Um exemplo disso eram as recomendações das tradições paulinas de segunda geração sobre a participação de mulheres, escravos e crianças, indicando o silêncio e a subordinação destes à autoridade patriarcal ou ainda uma cristologia abstrata que se distanciava das tradições sobre a práxis de Jesus que eles conservavam . Por causa desta situação complexa, apresentamos uma panorâmica acerca da vida de mulheres nesse período.


O CONTEXTO DAS MULHERES NA PALESTINA DO SÉC. I


Para compreender os textos em que as mulheres são sujeitos histórico-narrativo no Evangelho de Marcos, é necessário então conhecer melhor o funcionamento das dinâmicas sociais nas relações de gênero do cristianismo antigo. Em especial, tal reconstrução, mas não só a de gênero, além de problemas hermenêuticos, enfrenta uma séria falta de fontes, principalmente no que concerne ao período anterior ao ano 70. Há, então, a tendência de que a reconstrução seja feita com base no que sobreviveu como normativo. Uma vez que o judaísmo rabínico e o cristianismo patriarcal foram os sobreviventes entre os diversos movimentos intra-judaicos, é comum enunciá-los como norma geral do judaísmo e cristianismo antes de 70. O que leva ao questionamento de tais aspectos, visto que não havia ainda judaísmo normativo e o movimento de Jesus ainda era situado dentro da matriz judaica . Mesmo diante desses problemas, esta postagem tenta lançar alguma luz sobre a experiência das mulheres na Palestina do primeiro século.

As Mulheres no Mediterrâneo e Palestina


O silêncio dos textos bíblicos com relação à mulher é evidência de sua produção e seleção em ambientes androcêntricos e patriarcais. Eles refletem relações sociais, estruturas de poder e fortes conflitos ideológicos de seus ambientes originários. Em particular, os textos do Segundo Testamento foram criados dentro de uma dinâmica de tensões entre dominação romana, resistência judaica e, dentro disso, dois sistemas patriarcais: judeu e romano. Essas tensões espalhavam-se nos diversos níveis humanos: social, político, religioso, familiar. A dominação romana era um sistema que usava da sua base patriquiriarcal para a ocupação e exploração dos recursos naturais e humanos de forma violenta e escravagista . Em especial para as mulheres, a dominação romana trouxe problemas. Visto que a implantação do sistema político do Império se dava em guerras de conquista marcadas por violências de toda espécie, as mulheres eram as maiores vítimas, elas e as crianças compunham a maior parte do povo dominado. Além da exploração econômica (escravagismo, impostos...), da violência física e simbólica da dominação cultural e política, elas eram submetidas, como os homens, a torturas, crucificações, e também eram alvo das violências de gênero, eram violentadas e exploradas sexualmente . Dentro do sistema imposto pela dominação romana, o povo buscou sobreviver e manter sua cultura, por isso, o patriarcado judeu foi por vezes reforçado, outras vezes ele foi revertido. O cristianismo se origina de um movimento de renovação interno ao judaísmo, também em busca dessa sobrevivência e manutenção de identidade e que, portanto, participa desse patriarcado (RICHTER REIMER, 2005, p. 70-71). Assim, ao olhar os textos bíblicos de uma perspectiva feminista é preciso desvelar esse patriarcado em busca da experiência real das mulheres. As pessoas do mediterrâneo no primeiro século conheciam as outras socialmente, em termos de papéis baseados no gênero, em termos do grupo a que pertenciam, e com preocupação constante com demonstrações públicas de honra, vergonha e respeito. Estes são valores morais recíprocos que expressam primordialmente a integração de um indivíduo em um grupo. Vergonha e honra refletem a forma como a estima pública é conferida sobre uma pessoa e a sensibilidade, com respeito à opinião pública, de que depende essa estima. As sociedades em que os homens vivem em relação imediata são comunidades morais, ali, a opinião pública é que define a reputação pessoal. Por isso, é representativa, nas descrições da sociedade mediterrânea, a relação que esses valores têm com a sexualidade e com as distinções de gênero. De modo geral, a honra é entendida como um valor vinculado aos homens e a vergonha – entendida aqui em um sentido positivo, como cuidado pela própria reputação – como um conceito vinculado às mulheres. Além disso, a honra masculina está relacionada com o esforço para conservar a vergonha das mulheres do grupo. À diferença de outras sociedades, nas quais o controle e trabalho que exercem as mulheres definem seu valor, as regiões mediterrâneas oferecem um elemento distintivo: suas mulheres são valoradas especialmente pela castidade, ou seja, por um recurso imaterial. Há, assim, tendência a proteger as mulheres através de uma divisão sexuada dos espaços da comunidade, espaço masculino e espaço feminino, separando a esfera pública da privada e introduzindo uma série de barreiras físicas, como o véu e outras proibições espaciais baseadas em gênero, assim como pela presença de pessoas cuja tarefa é manter essa separação, como acompanhantes. A divisão espacial é um meio importante para manter os valores de honra e vergonha, pois, não só guarda a pureza sexual, como a demonstra diante da sociedade . A instituição de descendência é tratada como primária e focal no mundo mediterrâneo. Ela mantém a existência social, o que faz o familismo um valor central. A família é o foco principal da lealdade pessoal e tem domínio supremo sobre a vida individual. A razão para a tradicional ênfase na prevenção da transgressão sexual é a importância conferida à descendência, que é comportamento comunicativo primordial na coabitação. O gerenciamento da área sexual é a base de todas as estratégias nos domínios econômicos e políticos. As meninas são ensinadas a acreditar que o ser humano central é o homem, cuja honra é replicada simbolicamente no ato sexual. E que somente uma circunstância externa e social pode prevenir um homem de ter seu caminho com ela. O que os mediterrâneos têm em comum é que a herança passa pela linha masculina e os homens representam a família ao exterior, enquanto espera-se que as mulheres a mantenham internamente. A família mediterrânea é patrilinear e enraizada numa forte divisão de trabalho. . Nas sociedades mediterrâneas, os papéis de pais e mães, assim como os maridos e esposas que atuam neles, raramente se tocam. As mulheres da sociedade Greco-romana estavam associadas, tanto em nível simbólico como prático, com o domínio privado da casa. Por isso, a preocupação imediata com as normas de conduta dentro de casa e com os modelos de comportamento das mulheres no lar. Tudo que mantém a família internamente, sob os olhos da mãe é geralmente feminino: cozinha, relações do lado da mãe, cabras e outros animais domésticos, galinhas, filhas não casadas, noras residentes, meninos até a idade de ficarem com o pai. Os homens, ao contrário estão associados a esfera pública, que englobam comércio, política, praças de mercado, cafés, campos, lugares de reunião etc O que se relaciona à família e é vindo de fora é controlado pelo pai e é masculino: herança, terras ao redor, relações do lado do pai, animais de fazenda e implementos, filhos adultos . A organização social do mundo mediterrâneo antigo não dá lugar à escolha: uma mulher não escolhe o celibato, não escolhe o casamento e nem sempre escolhe o recasamento depois de viúva. Não escolhiam também a idade em que se casavam. Nem o seu nome aparecia sempre nos contratos de casamento fixados entre pai e marido . Para descrever a situação da mulher palestina, precisa-se entender que as várias etapas da formação da sociedade têm um papel nessa construção. Em especial, é a sedentarização que faz desaparecer um tipo de civilização agrária na qual a mulher gozava de certa liberdade e o homem vai assumindo mais e mais instrumentos de poder social, o que torna a situação da mulher ainda pior, isso aconteceu também com o povo judeu. De modo geral, a mulher em Israel era considerada inferior ao homem, a ponto de não ser contada como pessoa seja legalmente, socialmente ou religiosamente, a não ser na sua função de mãe e ou ajudante do homem. Mesmo assim, ao longo da história de Israel sobressaem-se mulheres líderes, inclusive politicamente, que agiram em benefício da comunidade.
A literatura rabínica mostra essa ideologia da mulher como inferior e desprezível.
Na diáspora, algumas comunidades começaram a dar às mulheres mais liberdade social e religiosa, há provas que algumas se tornaram líderes de sinagogas e que pediram e conseguiram divórcio dos seus mari. Mas, isso não aconteceu de forma abrangente, aparentemente, as mulheres judias que viviam nas cidades helenísticas cosmopolitas na Itália, Grécia,
Egito e Ásia Menor foram pouco influenciadas pelo modo de vida das romanas. Seu papel era distinto e decisivo para a vida dos judeus, mas limitado à esfera da vida privada: conservar a tradição e se submeter às regulações e restrições que serviam para manter a família unida e capaz de resistir às pressões externas da sociedade helenística e, assim, manter a identidade judaica enquanto os homens mantinham
relações comerciais e legais com essa sociedade. Portanto, elas eram muito confinadas devido à importância da vida familiar no contexto da cultura e religião judaicas. Pode-se dizer que eram duplamente confinadas por causa do isolamento ainda maior causado pelas leis rituais com relação à menstruação e gravidez.
Legalmente, estavam sob domínio de seus maridos e não tinham essencialmente papel algum em relação à vida pública da comunidade religiosa . Alexandre expressa sucintamente este contexto:

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

exegese de João 3:16

                              EXEGESE DE JOÃO 3:16

" ούτως γασ εγαπένσεν ο Τέως τον κόσμον ώστε τον υιόν τον μονογενή εδωκεν ινα πας ο πιστεύων εις αυτόν με απολεται αλλ εχή ζωήν αιώνιον " João 3:16


 ούτως = assim

adv. desta maneira, assim,portanto, dessa forma Mt 5.16, 19; 12.40;Mc 7.18; 10.43; 14.59; Lc 11.30; 24.24;
Jo 3.8; 11.48; 21.1; At 8.32; Rm 1.15;12.5; Gl 3.3; Ap 16.18. 

Como a seguir Mt 2.5. Sem mais, simplesmente Jo 4.6, talvez
ό μέν οΰτως, ό δέ ούτως um de um

jeito, outro de outro 1 Co 7.7.

γασ = por causa

conjunção usada para expressar causa,
inferência, continuação, ou explicação;
nunca é a primeira palavra numa
oração.—1. causa ou razão: pois Mt 2.2;
3.2s; Mc 1.22; Jo 2.25; At 2.25; 1 Co
11.5. και γάρ pois Mc 10.45; Jo 4.23; 1
Co 5.7; mas pois também, e por isso Mt
8.9; Lc 6.32s; 2 Co 2.10. γαρ καί pois
também, pois precisamente 2 Co 2.9. Em
perguntas γάρ não precisa ser traduzida,
como em 1 Pe 2.20, ou pode ser prefixada
por Que como em 1 Co 11.22 ou por
que em Mt 27.23.—2. explicativa pois Mt
12.40, 50; Mc 7.3; Rm 7.2; Hb 3.4.-3.
inferencial certamente, de qualquer modo,
assim, portanto Hb 12.3; Tg 1.7; 1
Pe 4.15. ού γάρ não, de fato At

16.37.—4. continuação ou conexão de fato, mas, e Rm 2.25; 5.7; 1 Co 10.1; Gl
1.11.

O JEJUM

JESUS ORAVA "SEM CESSAR",MAS O JEJUM ELE SÓ O PRATICOU UMA VEZ: 

MATEUS 4:21

PAULO RECOMENDA "ORAR SEM CESSAR",MAS NÃO ORDENOU O JEJUM :

I TESSALONICENSES 5:17

QUAL FOI O JEJUM QUE JESUS ENSINOU?

Em Levítico 23:27-28 Deus ordenou 1 jejum anual,e o sentido é " aflição da alma ".
Jejum simboliza "quebrantamento interior "por pecados cometidos,por isso ele foi ordenado no dia dos sacrifícios expiatórios.
Jejum sem o aspecto interno e sem obediência de nada adianta( Isaías 58).
Por conta própria e não por ordenança,os fariseus aderiram por jejuns periódicos e rotineiros,privando-se de alimentos para ter merecimento divino( Lucas 18:11-12).

Jesus criticou esse tipo de jejum e mostra que aquele jejum era incompatível com seus ensinos(Mateus 9:14-17) e em seu Sermão do Monte,Ele não ordena ,mas orienta e critica a prática exterior e meritória(Mateus 6:18-18),

Mas em Mateus 4,registra-se um jejum de 40 dias de Jesus...
Esse jejum foi espontâneo,pois não sentiu fome ou esqueceu da fome,ou então algo sobrenatural aconteceu,ou sua vida de oração era tão intensa,que a fome tornou-se algo irrisório.
Seu Jejum não foi proposital,mas resultado da sua vida de oração
Em João 4:31-34,Ele priva-se da refeição ao evangelizar a samaritana,por ter como foco a obediência aos propósitos do Pai.
O jejum para expulsar certas castas ( Marcos  9:29)é mais que uma pratica religiosa de privar-se de alimento,mas orar intensamente e sempre como Ele orava,ao ponto da fome ser esquecida.

O jejum é desejo ardente de submissão e comunhão com Deus.
Em Atos 13:1 mostra que o jejum não tem uma finalidade em si mesmo,mas consequência de dedicação a Deus( versículo 3 )

No Hebráico a palavra é TSOM=(צום)e abstinencia de comida e no grego NESTEIA (νηστεια= abstinência de comida)

tzom obiektivi – muchla

(óchel= alimentação, comida)

Existem três tipos de jejum:
a) Jejum involuntário por falta de alimentação.
b) Jejum voluntário absoluto, imparcial – Dt 9:9. Dn 10:2-3. Obs: Esse tipo de jejum, biblicamente, é o jejum normal. 
c) Jejum voluntário parcial – Dn 1:1-12

A TAÇA DA IRA DE DEUS ( Apocalipse 16 )(Jeremias 25:16)(Salmo 75:8)(Apocalipse 14:9-10

                                                         INTRODUÇÃO                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          O que é VINHO SEM MISTURA ?                                                                                                                                                                                                                                                                       . O vinho produzido hoje,em seu processo de fermentação não se consegue controlar e fica com 15% de álcool.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                            . . . O vinho produzido antigamente era diluído na água                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 . O texto fala de VINHO COM FORÇA TOTAL( SEM MISTURA):

O exílio, as pragas,as doenças, as guerras são manifestações da ira de Deus de  forma diluída.  

Em Mateus 26:42 Jesus pede para não beber do "CÁLICE" ( Ira de Deus )

Em Apocalipse 16, sete taças da ira de Deus são derramadas

 O QUE ENCHE ESSA TAÇA? 

O Salmo 51 traz os elementos que provocam o enchimento da taça da ira de Deus.

                                            CONTEXTUALIZAÇÃO

Entre o pecado de Davi,a visita de Samuel e a confissão,9 meses se passaram.

( O Salmo 32 fala como foram estes meses )

Davi musica este salmo,envia-o ao líder de música para que fizesse parte da liturgia.

Davi mostra nosso erros em 3 formas distintas:

1. TRANGRESSÃO ( 2 )

Essa palavra aparece 166 vezes na Biblia e significa :

REBELAR,ULTRAPASSAR,IR ALÉM,ULTRAPASSAR LIMITES,QUEBRA DE LEI

DESVIAR DA ROTA,DESERTAR,APOSTATAR


Inclui a ideia de INFIDELIDADE,QUEBRAR PACTOS,SER TRAIÇOEIRO,VIOLADOR DE LEIS( Romanos 4:15 )

Transgressão é sempre desobediência explicita

Uma forma agravada do pecado: A lei é clara e alguém decide não cumprir,logo é uma violação

Quando Daví diz que transgrediu,ele reconhece que se rebelou,que feriu a autoridade divina:

"Não adulterarás","Não matarás"


2. INIQUIDADE (3)


TRANSGRESSÃO é externo, INIQUIDADE é interno

PERVERSIDADE DA MENTE,IMPULSOS EMOCIONAIS,IMPULSOS DA VONTADE.

É a nossa vida secreta.

INIQUIDADE tem a ver com "curvatura"( distorção )

- Davi foi hipócrita,errante

- Seus pensamentos foram impuros

- Seus propósitos vergonhosos

- Não foi sincero e puro,mas desonesto e perverso

No nosso íntimo fervilham coisas que amam viver e desenvolver nas trevas.

Gostamos de enganar,somos maquiavélicos,pois planejamos pecar      

3. PECADO (4)

Significa apenas " ERRAR O ALVO "

- FICAR AQUÉM DO IDEAL                                                                                                  

- NÃO ALCANÇAR O OBJETIVO:

. Davi começa com o externo,parte para o íntimo,esquadrinha e mesmo sem transgressão e sem iniquidade ainda estava aquém.

- Davi falhava sempre

- Davi não alcançava o padrão nunca

Ele pede perdão em seu pior estado,mas pede perdão em seu melhor estado.



CONCLUSÃO


O QUE ENCHE A TAÇA DA IRA DE DEUS?

1. DÉBITOS EM NOSSO NOME QUE PRECISAM SER PAGOS

2. SUJEIRAS QUE CONTAMINAM TUDO QUE SOMOS E FAZEMOS  QUE PRECISAM SER LAVADOS

3. DOENÇAS REPUGNANTES QUE PRECISAM SER PURIFICADAS


APOCALIPSE 16                                                                                                                                                                                                                                                                                                        O primeiro anjo foi e derramou a sua taça pela terra, e abriram-se feridas malignas e dolorosas naqueles que tinham a marca da besta e adoravam a sua imagem.

O segundo anjo derramou a sua taça no mar, e este se transformou em sangue como de um morto, e morreu toda criatura que vivia no mar.

O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes, e eles se transformaram em sangue.

O quarto anjo derramou a sua taça no sol, e foi dado poder ao sol para queimar os homens com fogo.

O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino ficou em trevas. De tanta agonia, os homens mordiam a própria língua

O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e secaram-se as suas águas para que fosse preparado o caminho para os reis que vêm do Oriente

O sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e do santuário saiu uma forte voz que vinha do trono, dizendo: "Está feito!"

 

                                                                                

rostos desvendados

            ROSTOS DESVENDADOS

E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Coríntios 3.13,18)


                          INTRODUÇÃO


Li um artigo esses dias ,que me deixou no chão.Um pastor decide contar sua situação diante de um câncer que avançado,iria podar completamente seu modo de viver.Ao contrário da aparente valentia de muitos líderes,ele admitiu sua fraqueza,ou seja "TIROU O VÉU"


                           ELUCIDAÇÃO


Ao dizer “não somos como Moisés”, o apóstolo Paulo não está falando de uma virtude do grande libertador de Israel. Essa seria a parte fácil de entender na vida e no comportamento de Moisés. Ele foi o maior vulto do Antigo Testamento. Alguém de quem Deus disse estar acima dos profetas. Alguém que profetizou a vinda do Messias nos seguintes termos: “Deus há de levantar um profeta semelhante a mim”.O fato é que Paulo está apontando para um erro desse grande líder. Ele fala claramente de uma atitude de fingimento, de falta de transparência. Na verdade, esta é a razão que Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, atribui ao uso do véu por parte de Moisés.E este erro não é exclusividade de Moisés; na verdade, é algo que todo líder (para não dizer todo cristão), em algum momento, também se encontrará lutando para não cometer.

Quando criança, debaixo da influência dos ensinos da escola bíblica dominical, eu achava que Moisés punha o véu sobre seu rosto para que as pessoas não se assustassem com seu rosto brilhando… ou seja, para que não vissem a glória! Mas Paulo desmente este mito e afirma que a razão do uso desse véu por parte desse grande líder era justamente o contrário: para que os israelitas não vissem que a glória estava sumindo!

Ao olharmos atentamente para o relato bíblico no livro de Êxodo, isto fica bem claro:

Quando desceu Moisés do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho, sim, quando desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com ele. Olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele. Então, Moisés os chamou; Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele, e Moisés lhes falou. Depois, vieram também todos os filhos de Israel, aos quais ordenou ele tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai. Tendo Moisés acabado de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto. Porém, vindo Moisés perante o Senhor para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia; porém Moisés cobria de novo o rosto com o véu até entrar a falar com ele.” (Êxodo 34.29-35)

Embora as pessoas tenham se assustado ao ver o rosto de Moisés resplandecendo, o texto sagrado nos revela que ele lhes falou de cara limpa, sem véu algum. O homem de Deus colocou o véu somente depois de falar aos israelitas. E fez isto não só na primeira vez em que seu rosto brilhou; toda vez que ele saía da presença do Senhor o comportamento se repetia: 

1) falava ao povo as palavras de Deus; 

2) o povo via que seu rosto brilhava; 

3) depois de falar e do povo ver que seu rosto brilhava, Moisés cobria a face com um véu até entrar na presença do Senhor e de novo sair com a cara resplandecente da glória divina.

A razão apresentada por Paulo na Epístola aos Coríntios é que Moisés não queria que os israelitas vissem que a glória estava sumindo. Aquela manifestação de glória experimentada pelo homem de Deus não era permanente. Cada vez que esse grande líder de Israel entrava na presença de Deus, recebia uma “recarga” de glória. Mas entre uma ida e outra, a glória desvanecia. E Moisés, como líder que já havia aparecido em público com o rosto brilhando, não queria que as pessoas vissem que a glória estava sumindo.

Para muitos líderes, depois de terem brilhado diante do povo, a grande dificuldade é serem vistos sem glória, sem unção. 

Há, dentro de muitos de nós, uma desesperada disposição de esconder nossas fraquezas e limitações. Esta é uma das “doenças” que pode atingir os líderes: o complexo de super-herói

Quando estamos cheios da glória exibimos o rosto resplandecente para todo o mundo; quando não temos, encobrimos o rosto (com um véu de engano) para que as pessoas pensem que ainda estamos brilhando – mesmo que, de fato, já não estejamos.

Este erro tem nome: dissimulação. E penso que pior do que errar é querer encobrir isso! 

Essa atitude é antiga; começou com Adão e Eva. A dificuldade do primeiro casal em admitir seu pecado fez com que eles se escondessem:

Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si. Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim”. (Gênesis 3.7,8


Este parece ser um padrão de comportamento do ser humano desde o início da humanidade. E repetidamente é visto na vida de líderes que, mais do que qualquer outra pessoa, devido ao seu nível de exposição pública e da responsabilidade de serem homens (ou mulheres) de Deus, não querem que ninguém, nunca, veja qualquer traço de fraqueza ou pecado em suas vidas.

Foi exatamente isto o que aconteceu com Davi

Ele cometeu pecado ao adulterar com Bate-Seba, mas isto não ofuscaria sua imagem até que a mulher lhe deu a notícia da gravidez resultante do erro deles. Então, a tentativa de encobrir o pecado cometido só deixou pior a situação. O pecado progride de adultério a homicídio, com a consequente perda do filho gerado (2 Sm 11.6-25). Se o rei Davi tivesse reconhecido seu pecado, em vez de fazer de tudo para esconder seu erro, a história teria sido bem diferente e as consequências não tão graves.Mas, como o homem que foi visto como herói nacional, aquele que as mulheres recebiam com cânticos em seu retorno das guerras, o ungido de Deus, seria avaliado pelo povo que liderava quando se mostrasse sem o brilho de Deus em sua vida?

É lógico que o líder deve ser exemplo, modelo para o rebanho, e que deve cuidar para não perder nunca o exemplo. Ele deve vencer suas fraquezas; o que ele não pode é tentar esconder as fraquezas que já o venceram!Quando um líder cristão esconde uma fraqueza, uma limitação (e nem estou falando de pecado agora), sua atitude pode parecer qualquer outra coisa, mas ainda é dissimulação!

O apóstolo Pedro, um homem de grande estatura espiritual, uma das colunas da Igreja, quando esteve em Antioquia, acabou demonstrando esta inclinação ao fingimento para que sua imagem não ficasse “arranhada” diante dos demais líderes em Jerusalém:

Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar-se, temendo os da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?”  (Gálatas 2.11-14)

O assunto em questão não era esconder um pecado; somente um ponto de vista, uma opinião, um nível de liberdade que Pedro desfrutava no relacionamento com os gentios e que, obviamente, os irmãos que vieram de Jerusalém a Antioquia não concordavam. O que Pedro fez foi denominado por Paulo como um ato de dissimulação, de fingimento. Ele ainda destaca o fato de que “não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho”.Assim como outros homens de Deus, como Moisés e Davi, o apóstolo Pedro estava preocupado com sua imagem. O que diriam a seu respeito se soubessem do convívio com os gentios? 

Líderes tendem a não querer mostrar fraqueza, mesmo se nem for fraqueza de fato, se só puder ser interpretada como tal.

Mas ao dizer “não somos como Moisés, que punha véu sobre a face”, Paulo mostra que, por haver entendido as consequências deste ato, ele preferiu agir com absoluta honestidade em todo o seu comportamento cristão:

Mesmo que eu preferisse gloriar-me não seria insensato, porque estaria falando a verdade. Evito fazer isso para que ninguém pense a meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve”.  (2 Coríntios 12.6 )

Ao examinar o contexto desta afirmação, vemos que Paulo estava falando sobre suas experiências com as visões celestiais. Em outras palavras, o apóstolo estava declarando: “Eu poderia impressionar as pessoas contando minhas experiências com Deus, mas não quero que o conceito delas a meu respeito se baseie nisso. Quero que só pensem acerca de mim o que pode ser visto, de forma simples, no convívio diário”. Ele diz claramente: “Eu evito que pensem que sou mais do que aquilo que realmente sou”.

Fomos chamados para pregar a Palavra de Deus, não nossas experiências. Insisti que as experiências poderiam ser contadas como uma forma de ilustrar e aplicar as verdades bíblicas, não de substituí-las, e, na impetuosidade comum à mocidade, disparei: “Se fosse eu que tivesse passado sete dias no céu, já teria escrito um livro”. 

Paulo ensina sobre não fazer os outros pensar que somos mais espirituais do que o que realmente somos.O "homem de Deus” que ele era tinha que ser visto na simplicidade do relacionamento diário, não numa encenação exagerada de espiritualidade.

Diferente de Moisés, e de muitos de nós, Paulo preferia tirar a máscara e se apresentar da forma mais sincera e autêntica possível. 

E há uma razão para esta postura firme do apóstolo, que abordaremos melhor mais à frente: sem transparência e honestidade não há transformação! 

O apóstolo Paulo valorizava muito este princípio, não só em sua própria vida como também na vida daqueles em que investia no discipulado. 

O que Paulo viu em Timóteo que o atraiu tanto? 

Esse discípulo precisou ser encorajado várias vezes a não negligenciar os dons que recebeu, a não deixar ninguém desprezá-lo pelo fato de ser jovem, e, além disso, não temos registros históricos de grandes conquistas ministeriais da parte dele. 

Então, o que será que Paulo enxergou nele que produziu uma identificação tão grande? 

Hoje a resposta me parece clara: uma fé sem hipocrisia:

Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia.”  (1 Timóteo 1.5)

Outras versões usam as expressões “fé sem fingimento” ou “fé sincera”. 

Em sua segunda epístola a Timóteo, Paulo destaca novamente a fé sem hipocrisia (2 Tm 1.5), desta vez atribuindo-a diretamente à pessoa de Timóteo. Isto tudo mostra o quanto o apóstolo levava a sério a questão da transparência, da honestidade e da autenticidade.AS CONSEQUÊNCIAS DE SE COBRIR O ROSTO 

Algo assustador que percebo no ensino de Paulo, e que deve servir de forte advertência contra o uso do véu sobre o rosto, é que o “véu do engano”que um líder usa pode ser transmitido para os seus liderados e discípulos:

Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.”  (2 Coríntios 3.14-16

Observe a expressão “o mesmo véu permanece”

O apóstolo Paulo escreveu essa epístola cerca de mais de um milênio e meio depois de Moisés. No entanto, ele diz que “até os dias de hoje” o “mesmo véu permanece”

É lógico que ele não está falando do mesmo pedaço de pano físico usado pelo grande legislador de Israel. Até porque o texto diz que “o véu está posto sobre o coração deles”, afirmação que concede uma conotação espiritual a esse véu.

A Palavra de Deus nos revela que a atitude de fingimento de Moisés passou a operar (na forma de engano espiritual) no coração dos israelitas – que se orgulhavam de ser discípulos de Moisés (João 9.28). 

Líderes que decidem andar em dissimulação podem estar transferindo um péssimo legado aos seus liderados e discípulos.

Por outro lado, também encontramos na Bíblia o fato de que uma “fé sem fingimento” também pode ser transmitida de geração em geração:

Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.”  (2 Timóteo 1.5

A fé sem fingimento que Paulo elogia na vida de Timóteo, seu filho espiritual, vinha sendo transferida por diferentes gerações: da avó Lóide para a mãe Eunice e, finalmente, da mãe Eunice para o filho Timóteo.

 Esse é o legado que os pais deveriam transmitir aos seus filhos e que cada líder deveria transferir aos seus liderados.

Essas consequências, ao meu entender, já deveriam trazer suficiente temor aos nossos corações de modo a que não venhamos incorrer no mesmo erro de Moisés. 

Entretanto, há um motivo que deveria gerar ainda mais temor aos que recorrem ao uso do véu em seu rosto: 

É que, sem desvendar o rosto, não há transformação a ser experimentada pelo poder de Deus.

"A GLÓRIA VEM QUANDO SE REMOVE O VÉU" 

A transformação só acontece com o rosto desvendado. Se não “tirarmos a máscara”, seguramente o poder transformador operado pelo Espírito Santo não irá se manifestar:

E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”  (2 Coríntios 3.18) 

Você já percebeu a intensidade e a velocidade de transformação que se dá na vida de um novo convertido? Porém, em algum momento na caminhada, o processo de transformação e mudança de vida começa a estagnar. E não é porque o processo – de se conformar com a imagem de Jesus – já tenha se completado!

Depois de mais de trinta anos de ministério, observando o comportamento dos cristãos, posso dizer que isso é um fato. A transformação na vida dos crentes em geral parece perder sua força com o passar do tempo. 

Uma das grandes razões para isso é que, no início da vida cristã, após a conversão, todos reconhecem as áreas que precisam tanto de mudança e se alegram por toda transformação alcançada (e até testemunham). Porém, depois de um tempo e de muitas vitórias alcançadas, quando o crente começa a ser reconhecido pelos seus irmãos como alguém mais maduro e espiritual, a tendência é não ser mais tão transparente ou sincero a respeito das falhas. 

E isso vem desde os tempos bíblicos!Observe, por exemplo, o que aconteceu quando a Palavra de Deus foi pregada em Éfeso:

E muitos dos que haviam crido vinham, confessando e revelando os seus feitos. Muitos também dos que tinham praticado artes mágicas ajuntaram os seus livros e os queimaram na presença de todos; e, calculando o valor deles, acharam que montava a cinquenta mil moedas de prata. Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.”  (Atos 19.18-20)

Por que a Palavra de Deus crescia e prevalecia em Éfeso?Não foi apenas porque foi pregada, e sim, porque as pessoas, depois de receberem a pregação, reconheciam e até mesmo confessavam publicamente os seus pecados! 

Estude cada avivamento na história e você descobrirá que houve confissão de pecados. Este é o ponto.

Quando as pessoas reconhecem suas fraquezas, o poder do Espírito Santo pode se manifestar nelas.

 Isso é doutrina bíblica!Deus só opera o seu poder transformador quando reconhecemos as áreas problemáticas, e apenas naquela área que admitimos nossos pecados. Veja o que aconteceu com o profeta Isaías quando teve uma visão do Senhor no templo:

Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado”.  (Isaías 6.5-7)

Já ouvi muitas vezes a pergunta: “qual o mistério do toque na boca?” E sempre respondo que não há nenhum mistério; foi a oração que o profeta fez reconhecendo impureza em seus lábios. Se a oração de Isaías fosse “sou um homem de olhos impuros”, então o toque santificador viria sobre os olhos. 

Meus filhos, em um de nossos cultos domésticos, afirmaram que, seguindo essa lógica, alguns crentes precisam de um “banho de brasas”!Essa é uma verdade bíblica incontestável. Deus só age nas áreas em que reconhecemos nossos pecados. O Senhor Jesus ensinou sobre este princípio:

Achando-se Jesus à mesa na casa de Levi, estavam juntamente com ele e com seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque estes eram em grande número e também o seguiam. Os escribas dos fariseus, vendo-o comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: Por que come [e bebe] ele com os publicanos e pecadores? Tendo Jesus ouvido isto, respondeu-lhes: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes; não vim chamar justos, e sim pecadores.”  (Marcos 2.15-17

Quando, nesta alegoria, Jesus se compara a um “médico”, está falando de si como Salvador; quando fala do “doente” (que precisa da cura do médico) está falando do pecador (que precisa do perdão do Salvador). Porém, quando fala do “são”, não está se referindo a alguém que, por ser justo não precise do Salvador, pois as Escrituras abordam este assunto com clareza: “como está escrito: não há justo, nem sequer um” (Romanos 3.10). Se não há ninguém que possa ser justo sem Cristo, quem é esse “são” que não precisa de médico na parábola contada por Jesus? 

O texto não fala de alguém que seja realmente “são” (justo), mas de alguém que, porque acha que é justo, não reconhece a necessidade do Salvador. Ou seja, não há salvação sem arrependimento e reconhecimento de pecados.E assim como na conversão, este princípio permanece em toda a vida cristã. Quando desvendamos o rosto, somos transformados. 

Quando dissimulamos, aparentando não ter pecado algum, a transformação simplesmente não pode acontecer. O Espírito Santo só manifestará seu poder transformador naquelas áreas que expusermos a Ele de forma sincera e honesta. 

Porém, além de reconhecer fraquezas diante de Deus (que já sabe delas, quer a gente admita ou não), também vejo a necessidade de fazermos isso diante dos homens.

Há uma diferença entre confessar seus erros a Deus e fazê-lo aos homens. Podemos afirmar que o perdão vem com a confissão do pecado a Deus; mas a cura vem com a confissão do pecado aos homens:

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.  (Tiago 5.16)

Os protestantes, em nome da Reforma, e no zelo de restaurar as verdades bíblicas abandonadas pela Igreja, saíram de alguns extremos para outros. Alguns grupos evangélicos decidiram “jogar fora o nenê junto com a água suja da banheira”. E uma das áreas onde criamos confusão foi na questão da “confissão de pecados”.

Sabemos, pelo ensino bíblico, que se alguém confessa seu pecado diretamente a Deus, receberá o perdão de seu pecado. Condicionar o perdão divino só ao perdão de um sacerdote – ou quem quer que seja – não está em linha com as Escrituras Sagradas. Entretanto, em nome de se consertar desvios doutrinários, criamos outros desvios!

Por exemplo, o apóstolo Tiago está falando sobre confessarmos os nossos pecados uns aos outros; o texto não fala de confissão na vertical – a Deus – e sim de confissão na horizontal – aos nossos irmãos. Quando confessamos nossos pecados ao Senhor, recebemos perdão:

Se confessarmos os nossos pecados, ELE é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”  (1 João 1.9

Mas o texto de Tiago fala de uma confissão de pecados que fazemos “uns aos outros” e com um propósito diferente de ser perdoado (o que acontece quando confessamos a Deus): “para serdes curados”

Quando expomos a outros irmãos áreas de erro e pecado em nossas vidas estamos nos abrindo para receber CURA. Não é a vontade de Deus apenas continuar sempre perdoando alguém do mesmo pecado; mais do que isso, o Senhor quer dar a essa pessoa vitória sobre esse pecado!Já vi, por exemplo, inúmeras situações de irmãos que estavam tendo problemas com pornografia e que contam, todos eles, a mesma história. Permaneceram, por muito tempo, chorando e confessando diante de Deus suas quedas nessa área; mas somente quando abriram com outros o seu problema é que finalmente alcançaram vitória sobre esse tipo de pecado.É por isso que a religiosidade é tão danosa. Além de perpetuar a mentira – que tem como pai o próprio diabo – a pessoa que finge uma espiritualidade que não tem entra em uma condição de estagnação na vida espiritual em que não poderá haver transformação.Por outro lado, é quando admitimos e reconhecemos as fraquezas que o poder de Deus pode, então, se manifestar e operar em nossas vidas:

Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”  (2 Coríntios 12.9,10)

Que tremenda definição de graça: o poder (de Deus) que se aperfeiçoa na fraqueza (as nossas)! O apóstolo está dizendo que aprendeu a ter prazer em reconhecer suas fraquezas e limitações, pois esse é o caminho para que o poder de Deus opere em nossas vidas.Caminhar com o rosto desvendado não nos liberta apenas do alto custo (espiritual e emocional) de se viver de “teatro”, mas ainda permite que sejamos trabalhados e transformados pelo Senhor.RASGANDO O CORAÇÃO E NÃO AS VESTESÉ tempo de tirar as máscaras, remover o véu do rosto e andar em honestidade e transparência. Essa é a essência do verdadeiro arrependimento e o anseio que deve reinar em todo coração que deseja render-se totalmente a Deus. Penso que era disso que o profeta Joel, pelo Espírito Santo, falava aos israelitas de seus dias:Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.”  (Joel 2.12,13)Uau! Rasgar o coração e não as vestes! O que a Bíblia está dizendo?O hábito dos hebreus de rasgar as vestes para mostrar, em público, as vestes de luto que, até então, estavam escondidas, é mostrado repetidas vezes nas Escrituras. Vejamos um exemplo:Quando o rei ouviu as palavras da mulher, rasgou as próprias vestes. Como estava sobre os muros, o povo viu que ele estava usando pano de saco por baixo, junto ao corpo.”   (2 Reis 6.30 )O rei de Israel saiu em público vestido normalmente e, de repente, rasgou as vestes comuns para mostrar que, de fato, estava de luto. Os seus verdadeiros sentimentos por toda a crise que atravessavam foi manifestado quando ele rasgou suas vestes. Era uma forma de dizer: “Vocês estão me vendo com roupas normais, mas meu interior está de luto!”Através do profeta Joel, Deus pediu que os israelitas rasgassem o coração (para mostrar o seu real estado) como prova de arrependimento. A sinceridade e a transparência têm grande poder na luta com o pecado! O Senhor queria que o seu povo mostrasse como realmente estava o interior, pois Ele não se importa com a aparência; o que conta para Deus é o coração.O Senhor, contudo, disse a Samuel: Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração.”  (1 Samuel 16.7)O homem tenta manter a aparência porque é assim que os outros homens o veem e medem. Deus quer do homem a transparência não somente pelo fato d’Ele já conhecer o nosso coração, mas, também, porque quer que nós aprendamos a mostrar o nosso interior aos homens (que não podem vê-lo).

Que o entendimento dessas verdades nos ajude a abandonar qualquer expressão de hipocrisia de modo a, pela graça de Deus, andarmos como Paulo: com o rosto desvendado. Concluo com as palavras de Thomas Watson: “É melhor desmascarar nossos pecados antes que eles nos desmascarem”.