“Eu sou o fundamento de tua súplica; primeiro, é
minha vontade que recebas o que suplicas; depois,
faço-te desejá-lo; e então faço-te suplicá-lo e tu o
suplicas. Como, pois, não haverias de receber o que
suplicas?”
A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. É pesquisa
original em território inexplorado. A meditação introduz-nos na vida interior;
o jejum é um recurso concomitante, mas a Disciplina da oração é o que nos
leva à obra mais profunda e mais elevada do espírito humano. A oração
verdadeira cria e transforma a vida. “A oração - a oração secreta, fervorosa, de
fé - jaz à raiz de toda piedade pessoal” William Carey.
Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para
transformar-nos.
Se não estivermos dispostos a mudar, abandonaremos a oração como
característica perceptível de nossas vidas.
Quanto mais nos aproximamos do
pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto mais
desejamos assemelhar-nos a Cristo.
William Blake diz que nossa tarefa na vida
é aprender a produzir os “raios de amor” de Deus.
Com que freqüência
criamos mantos de evasão - abrigos à prova de raios - a fim de evitarmos o
Amante Eterno. Mas quando oramos, lenta e graciosamente Deus revela
nossos esconderijos e nos livra deles.
“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal,
para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4.3).
Pedir “corretamente”envolve paixões transformadas, renovação total. Na oração, na verdadeira
oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira:
desejamos as coisas que ele deseja, amamos as coisas que ele ama.
Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva divina.
Todos quantos têm andado com Deus consideraram a oração como
principal negócio de suas vidas. As palavras de Marcos, “Tendo-se levantado
alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava”, soam como um
comentário sobre o estilo de vida de Jesus (Marcos 1.35).
Davi deseja que
Deus quebre as cadeias de auto-indulgência do sono: “de madrugada te
buscarei” (Salmo 63.1, Edição Revista e Corrigida).
Quando os apóstolos
foram tentados a investir suas energias em outros mistérios importantes e
necessários, eles decidiram entregar-se continuamente à oração e ao
ministério da Palavra (Atos 6.4).
Martinho Lutero declarou: “Tenho tanto o que fazer que não posso
prosseguir sem passar três horas diariamente em oração.” Ele sustentava
como axioma espiritual que “Aquele que orou bem, estudou bem.”
João
Wesley disse: “Deus nada faz senão em resposta à oração”, e apoiava sua
convicção devotando duas horas diariamente a esse exercício sagrado.
O
característico mais notável da vida de David Brainerd foi sua vida de oração.
Seu diário está cheio de relatos de oração, jejum e meditação. “Gosto de estar
sozinho em meu chalé, onde posso passar bastante tempo em oração.” “Hoje
separo este dia para jejum secreto e oração a Deus.” “Quando volto ao lar e
entrego-me à meditação, à oração, e ao jejum...”
Para esses exploradores nas fronteiras da fé, a oração não era um
pequeno hábito preso à periferia de suas vidas - ela era a vida deles. Foi o
trabalho mais sério de seus anos mais produtivos.
William Penn testificou de
George Fox que, “Acima de tudo ele avantajou-se em oração... A mais
espantosa, viva e venerável estrutura que já senti ou contemplei, devo dizer,
era a dele em oração.” Adoniram Judson buscava retirar-se dos afazeres e das
pessoas sete vezes por dia a fim de engajar-se no sagrado mister da oração.
Ele começava à meia-noite e de novo ao alvorecer; depois às nove, às doze, às
quinze, às dezoito e às vinte e uma horas ele daria tempo à oração secreta.
John Hyde, da Índia, fez da oração um característico tão dominante de sua
vida que foi apelidado de “Hyde que Ora”.
Para esses, e para todos os que
enfrentaram com bravura as profundezas da vida interior, respirar era orar.
Tais exemplos, contudo, em vez de estimular a muitos de nós,
desanimam-nos.
Esses “gigantes da fé” acham-se tão distantes de qualquer coisa que
tenhamos que experimentar que chegamos a desesperar-nos. Mas em vez de
flagelar-nos por nossa falha óbvia, deveríamos lembrar-nos de que Deus
sempre nos encontra onde estamos e lentamente nos conduz a coisas mais
profundas. Os corredores ocasionais não entram subitamente numa maratona
olímpica. Eles se preparam e treinam durante muito tempo, e o mesmo
deveríamos nós fazer. Se observarmos tal progressão, podemos esperar orar
com maior autoridade e êxito espiritual daqui a um ano.
É fácil sermos derrotados logo de início por nos haverem ensinado que
tudo no universo já foi determinado, e assim as coisas não podem ser
mudadas. Podemos melancolicamente sentir-nos desse modo, mas não é isso
o que a Bíblia ensina
Os suplicantes que encontramos na Bíblia agiam como se suas orações
pudessem fazer e fizessem uma diferença objetiva.
O apóstolo Paulo
alegremente anunciou que “somos cooperadores de Deus” (1 Coríntios 3.9);
isto é, estamos trabalhando com Deus para determinar o resultado dos
acontecimentos.
O estoicismo, e não a Bíblia, é que exige um universo
fechado. Muitos, com sua ênfase sobre aquiescência e resignação ao modo de
ser das coisas como “a vontade de Deus”, aproximam-se mais de Epícteto
que de Cristo.
Moisés foi ousado na oração porque acreditava poder mudar as
coisas, e mudar até mesmo a mente de Deus.
De fato, a Bíblia de tal modo
acentua a abertura de nosso universo que, num antropomorfismo duro para
os ouvintes modernos, ela fala que Deus constantemente muda de idéia de
acordo com seu amor imutável (Êxodo 32.14; Jonas 3.10)
Isto vem como um verdadeiro livramento a muitos nós, mas também
coloca diante de nós uma tremenda responsabilidade. Estamos cooperando
com Deus para determinar o futuro! Certas coisas acontecerão na história se
orarmos corretamente. Devemos mudar o mundo pela oração. Que
motivação maior necessitamos para aprender este sublime exercício humano?
A oração é um assunto tão vasto e tão complexo que de imediato
reconhecemos a impossibilidade de mesmo levemente tocar em todos os seus
aspectos num único capítulo. Tem-se escrito uma miríade de livros
verdadeiramente bons sobre a oração, sendo um dos melhores o clássico de
Andrew Murra, “With Christ in the School of Prayer” (Com Cristo na Escola
da Oração).
Faríamos bem em ler muito e experimentar profundamente se
desejamos conhecer os caminhos da oração. Uma vez que a restrição
freqüentemente aumenta a clareza, este capítulo limitar-se-á a ensinar-nos
como orar a favor de outras pessoas, com êxito espiritual. Homens e mulheres de nossos tempos sentem tão grande necessidade da ajuda que
possamos proporcionar-lhes, que nossas melhores energias deveriam ser
devotadas a esse mister.
APRENDENDO A ORAR
A verdadeira oração é algo que aprendemos. Os discípulos pediram a
Jesus:
“Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). Eles haviam orado a vida toda,
não obstante, algo acerca da qualidade e quantidade da oração de Jesus levouos
a ver quão pouco sabiam a respeito da oração. Se a oração deles havia de
produzir alguma diferença no cenário humano, era preciso que eles
aprendessem algumas coisas.
Uma das experiências libertadoras em minha vida aconteceu quando
entendi que a oração implicava um processo de aprendizado. Senti-me livre
para indagar, para experimentar, até mesmo para falhar, pois eu sabia que
estava aprendendo.
Durante anos eu havia orado por tudo e com grande intensidade, mas
com pouco êxito. Então eu vi a possibilidade de estar eu fazendo algumas
coisas erradas, podendo entretanto aprender de modo diferente. Peguei os
Evangelhos e recortei todas as referências à oração e colei-as em folhas de
papel. Ao ler o ensino do Novo Testamento sobre a oração, de uma sentada,
fiquei chocado. Ou as escusas e racionalizações para explicar a oração não
respondida estavam erradas, ou estavam erradas as palavras de Jesus. Resolvi
aprender a orar, de modo que minha experiência fosse conforme com as
palavras de Jesus em vez de tentar fazer suas palavras conformes com a
minha empobrecida experiência.
Talvez a mais surpreendente característica de Jesus ao orar seja que, ao
fazê-lo em favor de outros, nunca terminava dizendo “se for da tua vontade”
Nem o fizeram os apóstolos e profetas quando oraram a favor de
outros
Obviamente acreditavam conhecer a vontade de Deus antes que
fizessem a oração da fé. Estavam tão imersos no ambiente do Espírito Santo
que, ao encontrarem uma situação específica, sabiam o que se deveria fazer. A
oração era tão positiva que freqüentemente tomava a forma de uma ordem
direta, autoritária:
“Anda”, “Fica bom”, “Levanta-te”. Notei que, ao orar por outros, evidentemente não havia lugar para orações indecisas, tentativas, meio
esperançosas, que terminam com “se for da tua vontade”
A seguir procurei indivíduos que pareciam experimentar maior poder e
eficácia do que eu, na oração, e lhes pedi que me ensinassem tudo o que
sabiam. Além disso, busquei a sabedoria e experiência dos mestres de oração
do passado, lendo todos os bons livros que eu pudesse encontrar sobre o
assunto. Comecei estudando os homens de oração do Antigo Testamento
com novo interesse.
Ao mesmo tempo, comecei a orar em favor de outros com a
expectação de que ocorreria uma mudança. Sou tão grato por não haver
esperado até que eu fosse perfeito ou tivesse tudo direitinho antes de orar por
outros; doutra forma, eu nunca teria começado. P. T. Forsythe disse: “A
oração é para a religião o que a pesquisa original é para a ciência.” Percebi que
eu estava me engajando em “pesquisa original” na escola do Espírito. Não se
pode descrever a emoção que eu sentia. Cada fracasso aparente levava a um
novo processo de aprendizado. Cristo era meu Mestre, de sorte que aos
poucos sua palavra começou a confirmar-se em minha experiência. “Se
permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedirei o
que quiserdes, e vos será feito” (João 15.7).
O entendimento de que a obra da oração demanda um processo de
aprendizado livra-nos de arrogantemente descartá-la como falsa ou irreal. Se
ligarmos nosso aparelho de televisão e ele não funcionar, não declaramos que
não existem ondas de televisão no ar. Supomos que algo está errado, algo que
podemos encontrar e corrigir. Verificamos a tomada de força, a chave, até
descobrirmos o que está bloqueando o fluxo desta misteriosa energia que
transmite imagens através do ar. Certificamo-nos de que o problema foi
localizado e o defeito consertado vendo se o aparelho funciona ou não. É
assim com a oração. Podemos determinar se estamos orando da forma certa
se os pedidos se realizam. Se não, procuramos o “defeito”; talvez estejamos
orando de forma errada, talvez algo dentro de nós precise de mudança, talvez
haja novos princípios de oração a ser aprendidos, talvez precisemos de
paciência e persistência. Ouvimos, fazemos os ajustes necessários e tentamos
de novo. Podemos ter a segurança de que nossas orações estão sendo
respondidas com a mesma certeza que temos de que o aparelho de televisão
está funcionando.
Um dos mais decisivos aspectos do aprendizado da oração pelos outros
é entrar em contato com Deus de sorte que sua vida e seu poder sejam
canalizados para outros por nosso intermédio. Muitas vezes supomos que estamos em contato quando não estamos. Por exemplo, dezenas de
programas de rádio e televisão passaram pela sua sala enquanto você lia estas
palavras, mas você deixou de captá-los porque não estava sintonizado com o
canal. É muito freqüente que as pessoas orem e orem com toda a fé que há
no mundo, e nada acontece. Naturalmente, não estavam em sintonia com o
canal. Começamos a orar pelos outros primeiramente concentrando-nos e
ouvindo o trovão calmo do Senhor dos exércitos. Afinar-nos com os sopros
divinos é obra espiritual; sem isto, porém, nossa oração é vã repetição
(Mateus 6.7). Ouvir ao Senhor é a primeira coisa, a segunda coisa e a terceira
coisa necessária à oração bem-sucedida. Soren Kierkegaard certa vez
observou: “Alguém orava pensando, a princípio, que a oração era falar; mas
foi-se calando mais e mais até que, afinal, percebeu que a oração é ouvir.”
A meditação é o prelúdio necessário à intercessão. A obra de
intercessão, às vezes denominada oração da fé, pressupõe que a prece de
orientação está perpetuamente ascendendo ao Pai. Devemos ouvir, conhecer
a vontade de Deus e a ela obedecer antes que a peçamos para a vida de outros.
A oração de orientação constantemente precede e cerca a oração da fé.
Portanto, o ponto inicial para aprender a orar pelos outros é dar
ouvidos à orientação. Em questões de problemas físicos, sempre tendemos a
orar primeiro pelas situações mais difíceis: câncer terminal ou esclerose
múltipla. Mas quando ouvimos, aprendemos a importância de começar por
coisas menores como resfriados ou dores de ouvido. O êxito nos pequenos
cantos da vida dá-nos autoridade nas questões maiores. Na quietude,
aprenderemos não somente quem é Deus mas como seu poder opera.
Às vezes temos medo de não ter fé suficiente para orar por este filho
ou por aquele casamento. Nossos temores deveriam ser sepultados, pois a
Bíblia nos diz que os grandes milagres são possíveis pela fé do tamanho de
um pequenino grão de mostarda. De modo geral, a coragem para orar a favor
de uma pessoa é sinal de fé suficiente. Com freqüência o que nos falta não é
fé, mas compaixão.
Parece que a verdadeira empatia entre o suplicante e o beneficiário de
nossa súplica estabelece a diferença. A Bíblia diz que Jesus “compadeceu-se”
das pessoas. Compaixão foi um aspecto evidente de toda cura registrada no
Novo Testamento. Não oramos pelas pessoas como “coisas” mas como
“pessoas” a quem amamos. Se tivermos compaixão e interesse dados por
Deus, ao orarmos pelos outros nossa fé crescerá e se fortalecerá. Com efeito,
se verdadeiramente amarmos as pessoas, desejaremos a elas muito mais do
que podemos dar-lhes, e isso nos levará a orar.
O senso interior de compaixão é um dos mais nítidos indícios da parte
do Senhor de que este é um projeto de oração para você. Nas horas de
meditação pode vir ao coração um impulso, uma compulsão para interceder,
uma certeza de acerto, um fluxo do Espírito. Este “sim” interior é a
autorização divina para que você ore pela pessoa ou situação. Se a idéia vier
acompanhada de um senso de abatimento, é provável então que você deve
deixar o assunto de lado. Deus guiará outrem a orar pelo problema.
PICOS MENOS ELEVADOS DA ORAÇÃO
Nunca deveríamos complicar demais a oração. Somos propensos a isso
uma vez que entendemos que a oração é algo que devemos aprender.
Também é fácil ceder a esta tentação porque quanto mais complicada
fazemos a oração, tanto mais as pessoas dependem de nós para aprender
como fazê-lo. Jesus, porém nos ensinou a dirigir-nos como crianças a um pai.
Franqueza, honestidade e confiança marcam a comunicação do filho com o
pai. Há certa intimidade entre pai e filho com espaço tanto para a seriedade
como para a gargalhada. Meister Eckhart observou que “A alma produzirá a
pessoa se Deus rir para ela e ela, em retribuição, rir para ele”
Jesus ensinou-nos a orar pelo pão de cada dia; uma criança pede a
refeição matinal na plena confiança de que esta será provida. Ela não precisa
esconder algumas fatias do pão de hoje com receio de que amanhã não haverá
nenhuma fatia disponível; no que a ela concerne, há um inesgotável
abastecimento de pão. Uma criança não acha difícil ou complicado conversar
com seu pai, nem ela se sente constrangida em trazer à atenção dele a mais
simples necessidade.
As crianças ensinam-nos o valor da imaginação. Como acontece com a
meditação, a imaginação é um instrumento poderoso na obra da oração.
Podemos ser reticentes em orar com a imaginação, achando que ela está
ligeiramente abaixo de nós. As crianças não têm tal reticência. Em Saint Joan
(Santa Joana), de George Bernard Shaw, Joana d`Arc insistia em que ela ouvia
vozes que vinham de Deus. Os cépticos disseram-lhe que ela ouvia vozes
vindas de sua imaginação.
Inalterada, Joana respondeu: “Sim, é desse modo que Deus fala
comigo.”
A imaginação abre a porta da fé. Se pudermos “ver” com os olhos de
nossa mente um casamento refeito que antes estava em frangalhos ou uma
pessoa que estava enferma e agora está bem, é curta a distância para crer que assim será. As crianças entendem instantaneamente estas coisas e reagem bem
a orar com a imaginação. Certa vez fui chamado a um lar para orar a favor de
uma menininha de colo que estava gravemente enferma. Seu irmão, de quatro
anos de idade, encontrava-se no quarto e eu lhe disse que precisava de seu
auxílio para orar por sua irmãzinha. Ele ficou muito contente e eu também,
pois eu sabia que as crianças muitas vezes oram com eficácia fora do comum.
Ele subiu na cadeira que estava ao meu lado. “Vamos fazer um joguinho de
faz-de-conta”, disse-lhe eu .
“Sabendo que Jesus está sempre conosco, vamos imaginar que ele está
sentado na cadeira em nossa frente. Ele está esperando pacientemente que
concentremos nossa atenção nele. Quando o virmos, começaremos a pensar
mais a respeito do seu amor do que na enfermidade da Julinha. Ele sorri,
levanta-se, e vem para nós. Então nós dois colocamos as mãos sobre a Julinha
e quando o fizermos, Jesus colocará as suas mãos sobre as nossas. Vigiaremos
e imaginaremos que a luz que vem de Jesus está jorrando diretamente sobre
sua irmãzinha e curando-a.
Façamos de conta que a luz de Cristo luta com os germes maus até que
todos eles se vão embora. Certo?” Com seriedade o garotinho assentiu.
Juntos oramos nesta forma infantil e depois demos graças ao Senhor
porque aquilo que “vimos” era como ia ser. Pois bem, não sei se isto criou na
criança uma sugestão pós-hipnótica ou se foi um “faça-se” divino: o que eu
sei é que na manhã seguinte Julinha estava perfeitamente bem.
Os alunos com problemas reagem prontamente à oração. Um amigo
meu, que ensinava crianças com problemas emocionais, resolveu começar a
orar por elas.
Naturalmente, ele não contou às crianças o que fazia. Quando uma das
crianças se arrastava para debaixo de sua mesa e assumia uma posição fetal, o
professor pegava a criança nos braços e orava silenciosamente para que a luz
e a vida de Cristo curassem a mágoa e o ódio que o menino sentia contra si
mesmo. Para não constranger a criança, meu amigo orava mentalmente
enquanto se desincumbia de seus deveres de mestre. Passados alguns minutos
a criança se descontraía e voltava para sua carteira. Às vezes meu amigo
perguntava à criança se ela se lembrava de como se sentia ao vencer uma
corrida. Se o menino dissesse que sim, ele o estimulava a retratar-se cruzando
a linha de chegada com todos os seus amigos a cumprimentá-lo e a amá-lo.
Desse modo a criança podia cooperar no projeto de oração bem como
reforçar sua própria aceitação.
No fim do ano letivo, todas as crianças, exceto duas, puderam retornar
a uma classe regular. Coincidência? Pode ser, mas como certa vez observou o
arcebispo William Temple, as coincidências ocorriam muito mais
freqüentemente quando ele orava.
Deus deseja que os casamentos sejam saudáveis, íntegros e permanentes.
Talvez você conheça casamentos que estão em grande dificuldade e precisam
de sua ajuda. Talvez o marido esteja tendo um caso amoroso com outra
mulher
Experimente orar a favor deste casamento uma vez por dia, durante
trinta dias.
Visualize o marido encontrando- se com a outra mulher e sentindo-se
aterrado e chocado até por ter tido a idéia de envolver-se com ela. Imagine a
própria idéia de um caso ilícito tornar-se desagradável para ele. Visualize-o
entrando pela porta e, vendo a esposa, sentir-se esmagado por um senso de
amor por ela.
Retrate-os dando um passeio juntos e apaixonados como o eram anos
antes.
“Veja”-os cada vez mais capazes de abrir-se um com o outro, e
conversar, e demonstrar carinho. Em sua imaginação, levante uma grande
parede entre o marido e a outra mulher. Construa um lar, empregando para
isso o amor e a consideração pelo marido e pela esposa. Encha-o da paz de
Cristo.
Seu pastor e os cultos de adoração precisam ser banhados em oração.
Paulo orava por seu povo; ele pedia ao povo que orasse por ele. C. H.
Spurgeon atribuía seu êxito às orações de sua igreja. Frank Laubach dizia a
seus auditórios: “Sou muito sensível e sei quando estais orando por mim. Se
um de vós me desampara, eu o percebo. Quando orais por mim, sinto um
estranho poder. Quando cada pessoa em uma congregação ora intensamente
enquanto o pastor prega, acontece um milagre.” Sature os cultos de adoração
com suas orações. Visualize o Senhor no alto e sublime, enchendo o santuário
com a sua presença.
Pode-se oSeus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante suas
orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles; ore por ele à
noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e colocar
levemente as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo
fluindo através de suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa
que seu filho sofreu nesse dia rar por desvios sexuais com verdadeira certeza de que pode
ocorrer uma real e duradoura mudança. O sexo é como um rio - é bom e uma
bênção maravilhosa quando mantido dentro de seu próprio leito. Um rio que
transborda é uma coisa perigosa, e também o são os impulsos sexuais
pervertidos. Quais são as margens para o sexo criadas por Deus? Um homem e uma mulher num casamento para a vida toda. É uma alegria, quando se ora
a favor de indivíduos com problemas sexuais, visualizar um rio que
transbordou de suas margens, e convidar o Senhor para trazê-lo de volta ao
seu leito natural.
Seus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante suas
orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles; ore por ele à
noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e colocar
levemente as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo
fluindo através de suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa
que seu filho sofreu nesse dia Encha-o da paz e da alegria do Senhor. No sono a criança é muito
receptiva à oração, visto que a mente consciente, que tende a levantar
barreiras à suave influência de Deus, está descontraída.
Como sacerdote de Cristo, você pode executar um serviço maravilhoso
pegando os filhos nos braços e abençoando-os. Na Bíblia, os pais traziam os
filhos a Jesus não para que ele brincasse com eles ou mesmo lhes ensinasse,
mas para que ele pudesse colocar as mãos sobre eles e abençoá-los (Marcos
10.13-16). Ele deu-lhe capacidade de fazer a mesma coisa. Bem-aventurada a
criança abençoada por adultos que sabem abençoar!
“Orações relâmpago” são uma excelente idéia que Frank Laubach
desenvolveu em seus muitos livros sobre a oração. Ele se propunha aprender
a viver de modo que “ver alguém será orar! Ouvir alguém, como crianças
conversando, um menino chorando, pode ser orar!” Orações de forte e direto
lampejo dirigido às pessoas é uma grande emoção e pode trazer resultados
interessantes. Tenho tentado isto, interiormente pedindo que a alegria do
Senhor e uma consciência mais profunda de sua presença surjam dentro de
cada pessoa com quem me encontro. Às vezes as pessoas parecem não reagir,
mas outras vezes respondem e sorriem como se eu me dirigisse a elas. Em um
ônibus ou num avião podemos imaginar Jesus andando pelos corredores,
tocando as pessoas nos ombros e dizendo: “Eu te amo. Meu maior deleite
seria perdoar-te e dar-te todas as boas coisas. Tu tens belas qualidades ainda
em botão e eu gostaria de desabrochá-las desde que digas 'sim'. Eu gostaria de
governar tua vida se tu mo permitires.” Frank Laubach sugere que se milhares
de nós fizéssemos “orações relâmpago” pelas pessoas que encontramos e
falássemos dos resultados, poderíamos aprender muita coisa acerca de como
orar pelos outros. Poderíamos mudar toda a atmosfera de uma nação se
milhares de nós constantemente atirássemos um manto de oração em torno
de todos os que vivem em nosso círculo de ação. “Unidades de oração combinada, como gotas de água, formam um oceano que desafia a
resistência.”
Jamais devemos esperar até que sintamos disposição de orar antes de
orarmos pelos outros. A oração é como qualquer outro mister; talvez não nos
sintamos com disposição de trabalhar, mas uma vez que nos damos ao
trabalho por um tempinho, começamos a gostar dele. Pode ser que não
sintamos disposição para estudar piano, mas uma vez que tocamos o
instrumento por algum tempo, sentimos vontade de tocá-lo. Da mesma
forma, nossos músculos de oração precisam ser flexionados um pouco, e uma
vez iniciada a corrente sangüínea da intercessão, descobriremos que estamos
dispostos a orar
Não temos de preocupar-nos com o fato de que esta atividade tomará
muito de nosso tempo, porque “Ela não toma tempo algum, mas ocupa todo
o nosso tempo”
Não se trata de orar e depois trabalhar, mas oração simultânea com o
trabalho
Precedemos, envolvemos e acompanhamos todo o nosso trabalho com
oração. Oração e ação tornam-se inseparáveis. Thomas Kelly conhecia esse
modo de viver:
“Há um modo de ordenar nossa vida mental em mais de um nível de
cada vez. Em um nível podemos estar pensando, discutindo, examinando,
calculando, atendendo às exigências dos afazeres externos. Mas no íntimo,
atrás dos bastidores, num nível mais profundo, podemos também estar em
oração e adoração, em cântico e culto, e numa suave receptividade aos sopros
divinos
.”
Temos tanto que aprender, uma longa distância a percorrer. Certamente
o anelo de nossos corações se resume no que disse o arcebispo Tait: “Desejo
uma vida de oração mais excelente, mais profunda, mais verdadeira.”
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