terça-feira, 29 de agosto de 2017

A ORELHA CORTADA

ORELHA CORTADA


JOÃO 18:10


A ORELHA CORTADA

( JOÃO 18:10 )

O texto que nós vamos meditar hoje, foi registrado pelos 4 evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João,
Existem poucas diferenças de uma narração para outra:

Os 3 evangelistas;Mateus, Marcos e Lucas não dizem o nome de quem cortou a orelha de Malco.
João é o único que diz que foi Simão Pedro quem cortou a orelha de Malco, e Lucas é o único que diz que: Jesus curou a Malco e restaurou de novo a sua orelha no lugar.

Esta historia se passa na noite angustiante em que Jesus foi preso em Jerusalém.
Jesus já havia celebrado a ceia com os seus discípulos, e agora ele se dirige ao Getsêmani,
Onde orou em agonia até que seu suor se tornou gotas de sangue caindo sobre a terra,
Já era madrugada quando Jesus estava repreendendo os seus discípulos por que eles dormiam na hora da oração,
Neste momento no meio da madrugada aparece Judas o traidor, com guardas enviados pelos sacerdotes e fariseus.
O objetivo era prender Jesus, como era noite e tudo estava escuro.

Quando os guardas vieram prender Jesus, Pedro arranca da espada e corta a orelha de Malco.
Jesus então se abaixa pega a orelha de Malco e a coloca novamente no lugar. Lc 22:51.


O que podemos aprender nesta passagem bíblica? E que lições tirar desta historia.

1. QUEM ERA MALCO

Malco era servo do sumo sacerdote, muita gente diz que Pedro cortou a orelha do soldado que foi prender Jesus,
Mas, Malco não era soldado, Malco era servo do sumo sacerdote, quer dizer; alguém que servia ao sumo sacerdote almejando um dia se tornar sacerdote.

Para se tornar sacerdote a pessoa tinha que dedicar sua vida de 5 à 8 anos ao estudo da Toráh, a lei de Moises.
Tinha que dedicar-se ao trabalho no Templo; de 12 em 12 horas eles tinham colocar lenha no altar para o fogo não apagar; etc…,
O servo do sumo sacerdote acompanhava o sumo-sacerdote o tempo inteiro,
Na condição não só de aprendiz de discípulo, mas de também de servo

Alem de tudo isto o servo do sumo sacerdote para se tornar um sacerdote tinha preencher os requisitos da lei

O sacerdote não podia ter nada deformado em seu corpo, não podia ter nenhum defeito físico.( Levitico 21)

Agora, entenda! Malco preparou-se a vida inteira para ser um dia um sumo sacerdote.
Naquela noite obedecendo à ordem do seu superior, Malco saiu para prender Jesus e perdeu a sua orelha direita, ficou deformado!


2. ESTAVA NA DIREÇÃO ERRADA


O sacerdócio na época de Jesus estava corrompido, não era como na época do velho testamento,
Em que o sacerdote era alguém escolhido por Deus, o sacerdote desta época era Caifás e ele foi escolhido pelo rei Herodes.Por interesses políticos, para atender os interesses de Roma sempre que necessário.
Malco estava a serviço deste sumo sacerdote corrupto, e cheio de maldade e inveja.

Malco era um homem que se achava na multidão errada, defendendo a causa errada, envolvendo-se com pessoas erradas.

3. A IMPORTÂNCIA DA ORELHA DIREITA

Pedro sacou a espada e cortou a orelha direita de Malco.
A Bíblia faz questão de mencionar que a orelha era a DIREITA. Jo 18.10.
Agora, alem de ficar defeituoso ainda surgiu mais um obstáculo. Malco não tinha mais a orelha direita.

A bíblia diz que na cerimônia de consagração do sacerdote, o sangue era passado na ponta da orelha direita,
E dos polegares direitos dos pés e das mãos, ou seja: sem orelha direita impossível Malco ser sacerdote( Êxodo 29)( Levítico 14 )

Quando Pedro corta a orelha direita de Malco ele perde uma das partes mais importantes nos requisitos para ser sacerdote: a orelha.
É como se naquele momento toda sua vida, todo seu preparo, todos os seus sonhos caíssem ao chão

Quem sabe em algum momento da sua vida cortaram também a sua orelha, não no sentido físico como Pedro cortou a orelha de Malco,mas nos sentido espiritual em dizer que você não pode, que você esta desqualificado, cortar a orelha no sentido da palavra , significa desacreditar em você, colocando um obstáculo entre você e o seu objetivo

. CORTARAM A ORELHA DE JEFTE
. CORTARAM A ORELHA DE DAVI

É isto é o que Jesus faz; ele acredita em quem ninguém acredita, ele estende a mão para quem ninguém estende

Jesus pega a orelha cortada de Malco e a cola milagrosamente no lugar novamente.Quando tudo parecia estar acabado, quando parecia não ter solução pra Malco, Jesus entra na história da vida daquele homem,

CONCLUSÃO

Jesus viu Malco caído ao chão, se contorcendo de dor e atribulado pela idéia de tudo ter acabado ali.
Fazendo aquele implante instantâneo, um verdadeiro milagre, o último milagre de Seu ministério terreno
Jesus não restituiu apenas a orelha direita de um homem, Jesus restituiu os sonhos.

Jesus devolveu a Malco o direito de permanecer no seu posto e tentar chegar aonde ele pretendia.
E isto que Jesus quer fazer na nossa vida! Ele quer restaurar aquilo que foi cortado.
Ele quer colocar no nosso coração novamente a esperança que se perdeu.

Quem sabe hoje aqui você é um Malco e teve encontro com um Pedro cortador de orelhas.
Alguém que tentou frustrar seus objetivos, acabar com seus sonhos.
Eu quero terminar dizendo pra você Jesus Cristo pode reconstruir aquilo que foi quebrado, curar o que está ferido e alicerçar o que está prestes a ruir

domingo, 27 de agosto de 2017

SEGUNDO NÍVEL DE INTIMIDADE : ORAR NO ESPIRITO

  " ORAR NO ESPÍRITO " (EZEQUIEL 47:4) ÁGUA NOS ARTELHOS


                                                      INTRODUÇÃO


DEUS É O FUNDAMENTO DA ORAÇÃO:

  - ELE QUER QUE RECEBAMOS
  - ELE NOS FAZ DESEJAR
  -ELE NOS FAZ ORAR

LOGO IREMOS SER ATENDIDOS

ORAÇÃO LEVA-NOS À FRONTEIRAS ESPIRITUAIS

   - TERRITÓRIOS INEXPLORADOS
   - AVENIDA DA AÇÃO DE DEUS

QUEM QUER MUDAR ORA:

    - APROXIMA-NOS DO PULSAR DE DEUS
    - REVELA DEUS EM CRISTO
    - REVELA NOSSOS ESCONDERIJOS

JESUS ADORA ORAÇÃO COMO ESTILO DE VIDA

   - PENSA COMO DEUS PENSA
   - DESEJA COMO DEUS DESEJA
   - AMA COMO DEUS AMA

PERSPECTIVAS DIVINAS


O QUE É ORAR?????

                                      (LUCAS 11:1-9)

DISCÍPULOS VIAM JESUS ORAR E QUERIAM ORAR TAMBÉM.

JESUS NÃO DEU UMA FORMA,DEU PRINCÍPIOS:

LOUVOR+EXPECTATIVA+PEDIDO+CONFISSÃO+FÉ

APRESENTA 3 NÍVEIS DA ORAÇÃO ( VERSÍCULO 9 )



1. ORAR É PETIÇÃO ( PEDI E DAR-SE-VOS-À )

SABER PEDIR ( MATEUS 7:11)

A) PEDIR COM FÉ( MATEUS 21:22)
B) SABER OS SEUS DESEJOS ( JOÃO 15:7)
C) MOTIVAÇÃO CORRETA ( TIAGO 4:3 )
D) SABER A VONTADE DELE ( 1 JOÃO 5:14-15 )


2. ORAR É DEVOÇÃO ( BUSCAI E ACHARÁS )

HOMEM CRIADO PARA TER COMUNHÃO COM ELE
ESPIRITO SANTO PROMOVE ESSA COMUNHÃO ( JOÃO 16:14-15 )

ORAÇÃO É BUSCA ( DEVOÇÃO FILIPENSES 3:7-8 ) NÃO É ACASO E SIM BUSCADO
O QUE VOCE BUSCA? ( COLOSSENSES 2:3 )

TESOUROS SE BUSCA COM BUSCAS ( INTIMIDADE,DEVOÇÃO ) PROVÉRBIOS 8:17

CRENTE PREGUIÇOSO NÃO ACHA TESOURO ( DISCIPLINA PARA ESTAR NA PORTA DO SENHOR) PROVÉRBIOS 8:33-35 


3. ORAR É INTERCEDER ( BATEI E ABRIR-SE-VOS-À )


INTERCEDER JUNTO A ELE NO ESPIRITO

A) PARTICIPARMOS DA COMPAIXÃO DE CRISTO POR ALGUÉM
B) PARTICIPARMOS DA NECESSIDADE DE ALGUÉM
C) PARTICIPARMOS DO SOFRIMENTOS DE CRISTO

A INTERCESSÃO TEM COMO ALVO OUTRAS PESSOAS E NÃO A NÓS MESMOS

SIMEÃO E ANA ( 8 DIAS DE NASCIDA JÁ SABIA QUE CRISTO ERA O MESSIAS)

O INTERCESSOR ADQUIRE O PERFIL:
A) PESSOA DE ORAÇÃO
B) PESSOA PACIENTE
C) PESSOA CARISMÁTICA ( DONS)
D) PESSOA DE FÉ
E) PESSOA COM VISÃO

O INTERCESSOR É PARTE INTEGRANTE DA REALIZAÇÃO DOS PLANOS DE DEUS






 
 

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

DISCIPLINA DA ORAÇÃO

“Eu sou o fundamento de tua súplica; primeiro, é minha vontade que recebas o que suplicas; depois, faço-te desejá-lo; e então faço-te suplicá-lo e tu o suplicas. Como, pois, não haverias de receber o que suplicas?”


A oração arremessa-nos à fronteira da vida espiritual. É pesquisa original em território inexplorado. A meditação introduz-nos na vida interior; o jejum é um recurso concomitante, mas a Disciplina da oração é o que nos leva à obra mais profunda e mais elevada do espírito humano. A oração verdadeira cria e transforma a vida. “A oração - a oração secreta, fervorosa, de fé - jaz à raiz de toda piedade pessoal”  William Carey.

Orar é mudar. A oração é a avenida central que Deus usa para transformar-nos.

Se não estivermos dispostos a mudar, abandonaremos a oração como característica perceptível de nossas vidas.
Quanto mais nos aproximamos do pulsar do coração de Deus, tanto mais vemos nossa necessidade e tanto mais desejamos assemelhar-nos a Cristo.
William Blake diz que nossa tarefa na vida é aprender a produzir os “raios de amor” de Deus.
Com que freqüência criamos mantos de evasão - abrigos à prova de raios - a fim de evitarmos o Amante Eterno. Mas quando oramos, lenta e graciosamente Deus revela nossos esconderijos e nos livra deles.
“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4.3).

Pedir “corretamente”envolve paixões transformadas, renovação total. Na oração, na verdadeira oração, começamos a pensar os pensamentos de Deus à sua maneira: desejamos as coisas que ele deseja, amamos as coisas que ele ama. Progressivamente, aprendemos a ver as coisas da perspectiva divina.

Todos quantos têm andado com Deus consideraram a oração como principal negócio de suas vidas. As palavras de Marcos, “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava”, soam como um comentário sobre o estilo de vida de Jesus (Marcos 1.35).
Davi deseja que Deus quebre as cadeias de auto-indulgência do sono: “de madrugada te buscarei” (Salmo 63.1, Edição Revista e Corrigida).
Quando os apóstolos foram tentados a investir suas energias em outros mistérios importantes e necessários, eles decidiram entregar-se continuamente à oração e ao ministério da Palavra (Atos 6.4).

Martinho Lutero declarou: “Tenho tanto o que fazer que não posso prosseguir sem passar três horas diariamente em oração.” Ele sustentava como axioma espiritual que “Aquele que orou bem, estudou bem.”
João Wesley disse: “Deus nada faz senão em resposta à oração”, e apoiava sua convicção devotando duas horas diariamente a esse exercício sagrado.
O característico mais notável da vida de David Brainerd foi sua vida de oração. Seu diário está cheio de relatos de oração, jejum e meditação. “Gosto de estar sozinho em meu chalé, onde posso passar bastante tempo em oração.” “Hoje separo este dia para jejum secreto e oração a Deus.” “Quando volto ao lar e entrego-me à meditação, à oração, e ao jejum...”

Para esses exploradores nas fronteiras da fé, a oração não era um pequeno hábito preso à periferia de suas vidas - ela era a vida deles. Foi o trabalho mais sério de seus anos mais produtivos.
William Penn testificou de George Fox que, “Acima de tudo ele avantajou-se em oração... A mais espantosa, viva e venerável estrutura que já senti ou contemplei, devo dizer, era a dele em oração.” Adoniram Judson buscava retirar-se dos afazeres e das pessoas sete vezes por dia a fim de engajar-se no sagrado mister da oração. Ele começava à meia-noite e de novo ao alvorecer; depois às nove, às doze, às quinze, às dezoito e às vinte e uma horas ele daria tempo à oração secreta.
John Hyde, da Índia, fez da oração um característico tão dominante de sua vida que foi apelidado de “Hyde que Ora”.
Para esses, e para todos os que enfrentaram com bravura as profundezas da vida interior, respirar era orar.

Tais exemplos, contudo, em vez de estimular a muitos de nós, desanimam-nos.

Esses “gigantes da fé” acham-se tão distantes de qualquer coisa que tenhamos que experimentar que chegamos a desesperar-nos. Mas em vez de flagelar-nos por nossa falha óbvia, deveríamos lembrar-nos de que Deus sempre nos encontra onde estamos e lentamente nos conduz a coisas mais profundas. Os corredores ocasionais não entram subitamente numa maratona olímpica. Eles se preparam e treinam durante muito tempo, e o mesmo deveríamos nós fazer. Se observarmos tal progressão, podemos esperar orar com maior autoridade e êxito espiritual daqui a um ano.

 É fácil sermos derrotados logo de início por nos haverem ensinado que tudo no universo já foi determinado, e assim as coisas não podem ser mudadas. Podemos melancolicamente sentir-nos desse modo, mas não é isso o que a Bíblia ensina

Os suplicantes que encontramos na Bíblia agiam como se suas orações pudessem fazer e fizessem uma diferença objetiva.
O apóstolo Paulo alegremente anunciou que “somos cooperadores de Deus” (1 Coríntios 3.9); isto é, estamos trabalhando com Deus para determinar o resultado dos acontecimentos.
O estoicismo, e não a Bíblia, é que exige um universo fechado. Muitos, com sua ênfase sobre aquiescência e resignação ao modo de ser das coisas como “a vontade de Deus”, aproximam-se mais de Epícteto que de Cristo.
Moisés foi ousado na oração porque acreditava poder mudar as coisas, e mudar até mesmo a mente de Deus.
De fato, a Bíblia de tal modo acentua a abertura de nosso universo que, num antropomorfismo duro para os ouvintes modernos, ela fala que Deus constantemente muda de idéia de acordo com seu amor imutável (Êxodo 32.14; Jonas 3.10)

Isto vem como um verdadeiro livramento a muitos nós, mas também coloca diante de nós uma tremenda responsabilidade. Estamos cooperando com Deus para determinar o futuro! Certas coisas acontecerão na história se orarmos corretamente. Devemos mudar o mundo pela oração. Que motivação maior necessitamos para aprender este sublime exercício humano?

A oração é um assunto tão vasto e tão complexo que de imediato reconhecemos a impossibilidade de mesmo levemente tocar em todos os seus aspectos num único capítulo. Tem-se escrito uma miríade de livros verdadeiramente bons sobre a oração, sendo um dos melhores o clássico de Andrew Murra, “With Christ in the School of Prayer” (Com Cristo na Escola da Oração).
Faríamos bem em ler muito e experimentar profundamente se desejamos conhecer os caminhos da oração. Uma vez que a restrição freqüentemente aumenta a clareza, este capítulo limitar-se-á a ensinar-nos como orar a favor de outras pessoas, com êxito espiritual. Homens e mulheres de nossos tempos sentem tão grande necessidade da ajuda que possamos proporcionar-lhes, que nossas melhores energias deveriam ser devotadas a esse mister.

APRENDENDO A ORAR


A verdadeira oração é algo que aprendemos. Os discípulos pediram a Jesus:
 “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1). Eles haviam orado a vida toda, não obstante, algo acerca da qualidade e quantidade da oração de Jesus levouos a ver quão pouco sabiam a respeito da oração. Se a oração deles havia de produzir alguma diferença no cenário humano, era preciso que eles aprendessem algumas coisas.

Uma das experiências libertadoras em minha vida aconteceu quando entendi que a oração implicava um processo de aprendizado. Senti-me livre para indagar, para experimentar, até mesmo para falhar, pois eu sabia que estava aprendendo.

Durante anos eu havia orado por tudo e com grande intensidade, mas com pouco êxito. Então eu vi a possibilidade de estar eu fazendo algumas coisas erradas, podendo entretanto aprender de modo diferente. Peguei os Evangelhos e recortei todas as referências à oração e colei-as em folhas de papel. Ao ler o ensino do Novo Testamento sobre a oração, de uma sentada, fiquei chocado. Ou as escusas e racionalizações para explicar a oração não respondida estavam erradas, ou estavam erradas as palavras de Jesus. Resolvi aprender a orar, de modo que minha experiência fosse conforme com as palavras de Jesus em vez de tentar fazer suas palavras conformes com a minha empobrecida experiência.

Talvez a mais surpreendente característica de Jesus ao orar seja que, ao fazê-lo em favor de outros, nunca terminava dizendo “se for da tua vontade”

Nem o fizeram os apóstolos e profetas quando oraram a favor de outros

Obviamente acreditavam conhecer a vontade de Deus antes que fizessem a oração da fé. Estavam tão imersos no ambiente do Espírito Santo que, ao encontrarem uma situação específica, sabiam o que se deveria fazer. A oração era tão positiva que freqüentemente tomava a forma de uma ordem direta, autoritária:

“Anda”, “Fica bom”, “Levanta-te”. Notei que, ao orar por outros, evidentemente não havia lugar para orações indecisas, tentativas, meio esperançosas, que terminam com “se for da tua vontade”

A seguir procurei indivíduos que pareciam experimentar maior poder e eficácia do que eu, na oração, e lhes pedi que me ensinassem tudo o que sabiam. Além disso, busquei a sabedoria e experiência dos mestres de oração do passado, lendo todos os bons livros que eu pudesse encontrar sobre o assunto. Comecei estudando os homens de oração do Antigo Testamento com novo interesse.

Ao mesmo tempo, comecei a orar em favor de outros com a expectação de que ocorreria uma mudança. Sou tão grato por não haver esperado até que eu fosse perfeito ou tivesse tudo direitinho antes de orar por outros; doutra forma, eu nunca teria começado. P. T. Forsythe disse: “A oração é para a religião o que a pesquisa original é para a ciência.” Percebi que eu estava me engajando em “pesquisa original” na escola do Espírito. Não se pode descrever a emoção que eu sentia. Cada fracasso aparente levava a um novo processo de aprendizado. Cristo era meu Mestre, de sorte que aos poucos sua palavra começou a confirmar-se em minha experiência. “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedirei o que quiserdes, e vos será feito” (João 15.7).

O entendimento de que a obra da oração demanda um processo de aprendizado livra-nos de arrogantemente descartá-la como falsa ou irreal. Se ligarmos nosso aparelho de televisão e ele não funcionar, não declaramos que não existem ondas de televisão no ar. Supomos que algo está errado, algo que podemos encontrar e corrigir. Verificamos a tomada de força, a chave, até descobrirmos o que está bloqueando o fluxo desta misteriosa energia que transmite imagens através do ar. Certificamo-nos de que o problema foi localizado e o defeito consertado vendo se o aparelho funciona ou não. É assim com a oração. Podemos determinar se estamos orando da forma certa se os pedidos se realizam. Se não, procuramos o “defeito”; talvez estejamos orando de forma errada, talvez algo dentro de nós precise de mudança, talvez haja novos princípios de oração a ser aprendidos, talvez precisemos de paciência e persistência. Ouvimos, fazemos os ajustes necessários e tentamos de novo. Podemos ter a segurança de que nossas orações estão sendo respondidas com a mesma certeza que temos de que o aparelho de televisão está funcionando.

Um dos mais decisivos aspectos do aprendizado da oração pelos outros é entrar em contato com Deus de sorte que sua vida e seu poder sejam canalizados para outros por nosso intermédio. Muitas vezes supomos que estamos em contato quando não estamos. Por exemplo, dezenas de programas de rádio e televisão passaram pela sua sala enquanto você lia estas palavras, mas você deixou de captá-los porque não estava sintonizado com o canal. É muito freqüente que as pessoas orem e orem com toda a fé que há no mundo, e nada acontece. Naturalmente, não estavam em sintonia com o canal. Começamos a orar pelos outros primeiramente concentrando-nos e ouvindo o trovão calmo do Senhor dos exércitos. Afinar-nos com os sopros divinos é obra espiritual; sem isto, porém, nossa oração é vã repetição (Mateus 6.7). Ouvir ao Senhor é a primeira coisa, a segunda coisa e a terceira coisa necessária à oração bem-sucedida. Soren Kierkegaard certa vez observou: “Alguém orava pensando, a princípio, que a oração era falar; mas foi-se calando mais e mais até que, afinal, percebeu que a oração é ouvir.”

 A meditação é o prelúdio necessário à intercessão. A obra de intercessão, às vezes denominada oração da fé, pressupõe que a prece de orientação está perpetuamente ascendendo ao Pai. Devemos ouvir, conhecer a vontade de Deus e a ela obedecer antes que a peçamos para a vida de outros. A oração de orientação constantemente precede e cerca a oração da fé.

Portanto, o ponto inicial para aprender a orar pelos outros é dar ouvidos à orientação. Em questões de problemas físicos, sempre tendemos a orar primeiro pelas situações mais difíceis: câncer terminal ou esclerose múltipla. Mas quando ouvimos, aprendemos a importância de começar por coisas menores como resfriados ou dores de ouvido. O êxito nos pequenos cantos da vida dá-nos autoridade nas questões maiores. Na quietude, aprenderemos não somente quem é Deus mas como seu poder opera.

Às vezes temos medo de não ter fé suficiente para orar por este filho ou por aquele casamento. Nossos temores deveriam ser sepultados, pois a Bíblia nos diz que os grandes milagres são possíveis pela fé do tamanho de um pequenino grão de mostarda. De modo geral, a coragem para orar a favor de uma pessoa é sinal de fé suficiente. Com freqüência o que nos falta não é fé, mas compaixão.

Parece que a verdadeira empatia entre o suplicante e o beneficiário de nossa súplica estabelece a diferença. A Bíblia diz que Jesus “compadeceu-se” das pessoas. Compaixão foi um aspecto evidente de toda cura registrada no Novo Testamento. Não oramos pelas pessoas como “coisas” mas como “pessoas” a quem amamos. Se tivermos compaixão e interesse dados por Deus, ao orarmos pelos outros nossa fé crescerá e se fortalecerá. Com efeito, se verdadeiramente amarmos as pessoas, desejaremos a elas muito mais do que podemos dar-lhes, e isso nos levará a orar.

O senso interior de compaixão é um dos mais nítidos indícios da parte do Senhor de que este é um projeto de oração para você. Nas horas de meditação pode vir ao coração um impulso, uma compulsão para interceder, uma certeza de acerto, um fluxo do Espírito. Este “sim” interior é a autorização divina para que você ore pela pessoa ou situação. Se a idéia vier acompanhada de um senso de abatimento, é provável então que você deve deixar o assunto de lado. Deus guiará outrem a orar pelo problema.


PICOS MENOS ELEVADOS DA ORAÇÃO


Nunca deveríamos complicar demais a oração. Somos propensos a isso uma vez que entendemos que a oração é algo que devemos aprender. Também é fácil ceder a esta tentação porque quanto mais complicada fazemos a oração, tanto mais as pessoas dependem de nós para aprender como fazê-lo. Jesus, porém nos ensinou a dirigir-nos como crianças a um pai. Franqueza, honestidade e confiança marcam a comunicação do filho com o pai. Há certa intimidade entre pai e filho com espaço tanto para a seriedade como para a gargalhada. Meister Eckhart observou que “A alma produzirá a pessoa se Deus rir para ela e ela, em retribuição, rir para ele”

Jesus ensinou-nos a orar pelo pão de cada dia; uma criança pede a refeição matinal na plena confiança de que esta será provida. Ela não precisa esconder algumas fatias do pão de hoje com receio de que amanhã não haverá nenhuma fatia disponível; no que a ela concerne, há um inesgotável abastecimento de pão. Uma criança não acha difícil ou complicado conversar com seu pai, nem ela se sente constrangida em trazer à atenção dele a mais simples necessidade.

As crianças ensinam-nos o valor da imaginação. Como acontece com a meditação, a imaginação é um instrumento poderoso na obra da oração. Podemos ser reticentes em orar com a imaginação, achando que ela está ligeiramente abaixo de nós. As crianças não têm tal reticência. Em Saint Joan (Santa Joana), de George Bernard Shaw, Joana d`Arc insistia em que ela ouvia vozes que vinham de Deus. Os cépticos disseram-lhe que ela ouvia vozes vindas de sua imaginação.

Inalterada, Joana respondeu: “Sim, é desse modo que Deus fala comigo.”

A imaginação abre a porta da fé. Se pudermos “ver” com os olhos de nossa mente um casamento refeito que antes estava em frangalhos ou uma pessoa que estava enferma e agora está bem, é curta a distância para crer que assim será. As crianças entendem instantaneamente estas coisas e reagem bem a orar com a imaginação. Certa vez fui chamado a um lar para orar a favor de uma menininha de colo que estava gravemente enferma. Seu irmão, de quatro anos de idade, encontrava-se no quarto e eu lhe disse que precisava de seu auxílio para orar por sua irmãzinha. Ele ficou muito contente e eu também, pois eu sabia que as crianças muitas vezes oram com eficácia fora do comum. Ele subiu na cadeira que estava ao meu lado. “Vamos fazer um joguinho de faz-de-conta”, disse-lhe eu .

“Sabendo que Jesus está sempre conosco, vamos imaginar que ele está sentado na cadeira em nossa frente. Ele está esperando pacientemente que concentremos nossa atenção nele. Quando o virmos, começaremos a pensar mais a respeito do seu amor do que na enfermidade da Julinha. Ele sorri, levanta-se, e vem para nós. Então nós dois colocamos as mãos sobre a Julinha e quando o fizermos, Jesus colocará as suas mãos sobre as nossas. Vigiaremos e imaginaremos que a luz que vem de Jesus está jorrando diretamente sobre sua irmãzinha e curando-a.

Façamos de conta que a luz de Cristo luta com os germes maus até que todos eles se vão embora. Certo?” Com seriedade o garotinho assentiu.

Juntos oramos nesta forma infantil e depois demos graças ao Senhor porque aquilo que “vimos” era como ia ser. Pois bem, não sei se isto criou na criança uma sugestão pós-hipnótica ou se foi um “faça-se” divino: o que eu sei é que na manhã seguinte Julinha estava perfeitamente bem.

Os alunos com problemas reagem prontamente à oração. Um amigo meu, que ensinava crianças com problemas emocionais, resolveu começar a orar por elas.

Naturalmente, ele não contou às crianças o que fazia. Quando uma das crianças se arrastava para debaixo de sua mesa e assumia uma posição fetal, o professor pegava a criança nos braços e orava silenciosamente para que a luz e a vida de Cristo curassem a mágoa e o ódio que o menino sentia contra si mesmo. Para não constranger a criança, meu amigo orava mentalmente enquanto se desincumbia de seus deveres de mestre. Passados alguns minutos a criança se descontraía e voltava para sua carteira. Às vezes meu amigo perguntava à criança se ela se lembrava de como se sentia ao vencer uma corrida. Se o menino dissesse que sim, ele o estimulava a retratar-se cruzando a linha de chegada com todos os seus amigos a cumprimentá-lo e a amá-lo. Desse modo a criança podia cooperar no projeto de oração bem como reforçar sua própria aceitação.

No fim do ano letivo, todas as crianças, exceto duas, puderam retornar a uma classe regular. Coincidência? Pode ser, mas como certa vez observou o arcebispo William Temple, as coincidências ocorriam muito mais freqüentemente quando ele orava.

Deus deseja que os casamentos sejam saudáveis, íntegros e permanentes. Talvez você conheça casamentos que estão em grande dificuldade e precisam de sua ajuda. Talvez o marido esteja tendo um caso amoroso com outra mulher

Experimente orar a favor deste casamento uma vez por dia, durante trinta dias.

Visualize o marido encontrando- se com a outra mulher e sentindo-se aterrado e chocado até por ter tido a idéia de envolver-se com ela. Imagine a própria idéia de um caso ilícito tornar-se desagradável para ele. Visualize-o entrando pela porta e, vendo a esposa, sentir-se esmagado por um senso de amor por ela.

Retrate-os dando um passeio juntos e apaixonados como o eram anos antes.

“Veja”-os cada vez mais capazes de abrir-se um com o outro, e conversar, e demonstrar carinho. Em sua imaginação, levante uma grande parede entre o marido e a outra mulher. Construa um lar, empregando para isso o amor e a consideração pelo marido e pela esposa. Encha-o da paz de Cristo.

Seu pastor e os cultos de adoração precisam ser banhados em oração. Paulo orava por seu povo; ele pedia ao povo que orasse por ele. C. H. Spurgeon atribuía seu êxito às orações de sua igreja. Frank Laubach dizia a seus auditórios: “Sou muito sensível e sei quando estais orando por mim. Se um de vós me desampara, eu o percebo. Quando orais por mim, sinto um estranho poder. Quando cada pessoa em uma congregação ora intensamente enquanto o pastor prega, acontece um milagre.” Sature os cultos de adoração com suas orações. Visualize o Senhor no alto e sublime, enchendo o santuário com a sua presença.

Pode-se oSeus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante suas orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles; ore por ele à noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e colocar levemente as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo fluindo através de suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa que seu filho sofreu nesse dia rar por desvios sexuais com verdadeira certeza de que pode ocorrer uma real e duradoura mudança. O sexo é como um rio - é bom e uma bênção maravilhosa quando mantido dentro de seu próprio leito. Um rio que transborda é uma coisa perigosa, e também o são os impulsos sexuais pervertidos. Quais são as margens para o sexo criadas por Deus? Um homem e uma mulher num casamento para a vida toda. É uma alegria, quando se ora a favor de indivíduos com problemas sexuais, visualizar um rio que transbordou de suas margens, e convidar o Senhor para trazê-lo de volta ao seu leito natural.



Seus próprios filhos podem e devem ser transformados mediante suas orações. Ore por eles durante o dia com a participação deles; ore por ele à noite enquanto dormem. Um bom método é entrar no quarto e colocar levemente as mãos sobre a criança adormecida. Imagine a luz de Cristo fluindo através de suas mãos e curando cada trauma emocional e cada mágoa que seu filho sofreu nesse dia Encha-o da paz e da alegria do Senhor. No sono a criança é muito receptiva à oração, visto que a mente consciente, que tende a levantar barreiras à suave influência de Deus, está descontraída.

Como sacerdote de Cristo, você pode executar um serviço maravilhoso pegando os filhos nos braços e abençoando-os. Na Bíblia, os pais traziam os filhos a Jesus não para que ele brincasse com eles ou mesmo lhes ensinasse, mas para que ele pudesse colocar as mãos sobre eles e abençoá-los (Marcos 10.13-16). Ele deu-lhe capacidade de fazer a mesma coisa. Bem-aventurada a criança abençoada por adultos que sabem abençoar!

 “Orações relâmpago” são uma excelente idéia que Frank Laubach desenvolveu em seus muitos livros sobre a oração. Ele se propunha aprender a viver de modo que “ver alguém será orar! Ouvir alguém, como crianças conversando, um menino chorando, pode ser orar!” Orações de forte e direto lampejo dirigido às pessoas é uma grande emoção e pode trazer resultados interessantes. Tenho tentado isto, interiormente pedindo que a alegria do Senhor e uma consciência mais profunda de sua presença surjam dentro de cada pessoa com quem me encontro. Às vezes as pessoas parecem não reagir, mas outras vezes respondem e sorriem como se eu me dirigisse a elas. Em um ônibus ou num avião podemos imaginar Jesus andando pelos corredores, tocando as pessoas nos ombros e dizendo: “Eu te amo. Meu maior deleite seria perdoar-te e dar-te todas as boas coisas. Tu tens belas qualidades ainda em botão e eu gostaria de desabrochá-las desde que digas 'sim'. Eu gostaria de governar tua vida se tu mo permitires.” Frank Laubach sugere que se milhares de nós fizéssemos “orações relâmpago” pelas pessoas que encontramos e falássemos dos resultados, poderíamos aprender muita coisa acerca de como orar pelos outros. Poderíamos mudar toda a atmosfera de uma nação se milhares de nós constantemente atirássemos um manto de oração em torno de todos os que vivem em nosso círculo de ação. “Unidades de oração combinada, como gotas de água, formam um oceano que desafia a resistência.”

Jamais devemos esperar até que sintamos disposição de orar antes de orarmos pelos outros. A oração é como qualquer outro mister; talvez não nos sintamos com disposição de trabalhar, mas uma vez que nos damos ao trabalho por um tempinho, começamos a gostar dele. Pode ser que não sintamos disposição para estudar piano, mas uma vez que tocamos o instrumento por algum tempo, sentimos vontade de tocá-lo. Da mesma forma, nossos músculos de oração precisam ser flexionados um pouco, e uma vez iniciada a corrente sangüínea da intercessão, descobriremos que estamos dispostos a orar

Não temos de preocupar-nos com o fato de que esta atividade tomará muito de nosso tempo, porque “Ela não toma tempo algum, mas ocupa todo o nosso tempo”

Não se trata de orar e depois trabalhar, mas oração simultânea com o trabalho

Precedemos, envolvemos e acompanhamos todo o nosso trabalho com oração. Oração e ação tornam-se inseparáveis. Thomas Kelly conhecia esse modo de viver:

“Há um modo de ordenar nossa vida mental em mais de um nível de cada vez. Em um nível podemos estar pensando, discutindo, examinando, calculando, atendendo às exigências dos afazeres externos. Mas no íntimo, atrás dos bastidores, num nível mais profundo, podemos também estar em oração e adoração, em cântico e culto, e numa suave receptividade aos sopros divinos

.” Temos tanto que aprender, uma longa distância a percorrer. Certamente o anelo de nossos corações se resume no que disse o arcebispo Tait: “Desejo uma vida de oração mais excelente, mais profunda, mais verdadeira.”




quarta-feira, 2 de agosto de 2017

O MANTO DE JESUS

João 19:23-24


"Então os soldados, quando eles tinham crucificado Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram delas quatro partes, para cada soldado uma parte, e também a túnica. A túnica era sem costura, tecida em uma peça. Pelo que disseram entre si: "Não vamos rasgá-la, mas deitemos sorte sobre ela, de quem será", para que a Escritura se cumprisse : "Eles dividiram minhas roupas entre si, e para a minha túnica lançaram sortes. " Cumprimento da profecia do Salmo 22:18.


Havia uma lei romana que as roupas usadas pelos condenados na hora da execução, se tornavam propriedade dos executores. Assim,os quatro soldados que acompanharam Jesus em sua crucificação, dividiram entre si suas vestes. Um homem judeu, da época de Jesus, normalmente usava quatro peças de roupa: turbante, cinto, túnica e capa externa. A capa externa usada por Jesus, foi confeccionada de forma cuidadosa e especial, de modo a identificá-Lo como um sumo sacerdote. Nela não havia remendos nem costuras laterais. Esse modelo de veste pode ser visto no livro de Êxodo:

"Também farás o manto do éfode, todo de azul. E a abertura da cabeça estará no meio dele; esta abertura terá uma borda de obra tecida ao redor; para que não se rompa. E nas suas bordas farás romãs de azul, e de púrpura, e de carmesim, ao redor das suas bordas; e campainhas de ouro no meio delas ao redor." Êxodo 28:31-33

Esse era o manto usado pelos sumos sacerdotes, autorizados a oferecer sacrifícios a Deus, em favor do povo. Jesus vestia esse manto sem costuras e com franjas nas bordas. A ausência de costuras na peça, indicava integridade espiritual, pureza. As franjas nas bordas era recomendação Divina, para todo israelita. Confeccionada na cor azul e branca, simbolizava o céu. Ao olhar para as franjas, os judeus deveriam recordar de que havia um Deus e seus mandamentos não poderiam ser esquecidos. A diferença entre as bordas das roupas de um judeu comum, para as bordas das roupas do manto dos sacerdotes, estava nos adereços: pequenas campainhas em ouro puro e romãs bordadas, indicando vigilância e suavidade, bálsamo.


Haviam muitos outros detalhes nas vestes sacerdotais, por exemplo o peitoral com pedras preciosas, Urim e Tumim, significando respectivamente Luzes e Perfeição. Essas pedras eram usadas em ocasiões especias para julgamentos, como prova da imparcialidade humana e direção de Deus, as pedras eram lançadas e interpretadas como mensagens de Deus. Não devemos somar ao Urim e Tumim, atributos supersticiosos e aleatórios, foram criados para serem carregados no peitoral dos sumos sacerdotes, como providenciais ordenados e sob responsabilidades sagradas.

Fizemos todo esse passeio pela história do Antigo Testamento, da aliança entre Deus e Israel, para compreendermos o significado das vestes de Jesus, que mereceu destaque em todos os Evangelhos:Mateus 27:35, 36, Marcos 15:24, Lucas 23:34, João 19:23, 24.

Na hora da crucificação

Quatro soldados romanos repartiram entre si as peças do vestuário de Jesus, como o manto era sem costura, remendos, não podia ser desfeito. Rasgar tiraria seu valor, então decidiram sorteá-lo para ver a quem pertenceria. Depois dessa narrativa, não sabemos o destino do manto, com quem ficou e para que serviu. O certo é que ele estava na cena da crucificação, sendo disputado pelos soldados, que souberam reconhecer ser uma veste de alto valor. Nos evangelhos, encontramos uma outra pessoa que soube reconhecer através das vestes de Jesus, que Ele era um Sumo Sacerdote. Esta pessoa ficou conhecida como“AMulher com fluxo de sangue”.


Ela fez um esforço enorme para tocar na orla da veste de Jesus, no azul celeste com campainhas douradas e romãs bordadas. Não era uma orla tão larga quanto a orla das vestes dos fariseus, alargadas para dizer ao povo o quanto eram importantes e sábios. A orla do manto de Jesus era discreta, apenas um detalhe que passava desapercebido por causa da grandeza do seu Ser. Quem olharia para a orla da veste de Jesus, se eram de seus lábios que emanavam a maior grandeza? Quem olharia para a orla de suas vestes, se Sua postura amorosa, confiante e justa era sobre excelente?

A mulher com fluxo de sangue percebeu os detalhes da veste de Jesus e tocou-a com fé, acreditando que Jesus era o Sumo Sacerdote, Divino e poderoso prometido pelos profetas. E ela foi salva e curada.

Já os soldados romanos despertaram para o valor comercial do manto de Jesus, sem sequer perceber que tinham em mãos uma peça simbólica de Sua santidade. Disputaram-na como o bem mais precioso do momento. O que esse fato nos ensina?

Jesus estava tão perto daqueles soldados, embora eles estivessem executando um trabalho injusto, impiedoso, tiveram o privilégio de estar frente a frente com O Salvador de nossas almas. Bastava terem olhado para a cruz, darem um passo de fé em direção a cruz e feito uma oração para sentirem que aquele homem era diferente de todos os outros, Ele era O Cristo! Mas escolheram olhar para as vestes, lançando sortes sobre elas.

Amados leitores, quantos homens não estão perdidos, desprovidos da Salvação por se recusarem olhar para a cruz examinando as Escrituras? Muitos, multidões. Que usam a Palavra de Deus como os soldados usaram aquela peça especial do vestuário de Jesus. Apenas para manipulação de seus interesses pessoais. O manto, sem rasgas, sem costuras, não cobriu a Jesus no momento da crucificação, porque Ele ali estava carregando os meus e os seus pecados. Ele se despiu do manto sacerdotal, para que nós, fôssemos cobertos por ele:

"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; Vós, que em outro tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia." I Pedro 2:9-10

A riqueza das vestes sacerdotais foram lançadas aos pés da cruz, para nos cobrir! Cobrir nossa alma, nosso ser, aquecendo nossos corações pelo inigualável amor de Cristo. Jesus se esvaziou,angustiou, para nos alegrar. Ele é a nossa paz, conquistada com Seu próprio sangue:

"A ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado." Isaías 61:3

As sortes lançadas sobre as vestes de Jesus nos ensinam a não desprezarmos a Palavra de Deus, a conferir as profecias, a olhar para a cruz e o Cristo ali crucificado, como o maior e mais importante acontecimento da humanidade. Não os soldados romanos não conheciam o significado daquelas vestes, eles desprezaram os sinais, desperdiçaram o momento. Não podemos afirmar se o soldado que levou as vestes para casa, foi atordoado em consciência, chegando a salvação. Se isto tiver ocorrido, irá significar que houve um momento em que ele examinou os detalhes da veste e investigou nas Escrituras. Assim como fez a mulher com fluxo de sangue.

Não pensei que as vestes de Jesus, disputadas na cena da crucificação, me ensinassem tantas coisas sobre Seu amor. Aqueles soldados também não imaginavam que isso pudesse acontecer, era apenas um detalhe,um simples detalhe em vista aos gritos da multidão, ao choro das mulheres que seguiam o Cristo, diante de um corpo frágil e ferido pendurado em um madeiro. Pare,pense e examine. Não desprezemos as Escrituras, são elas o testamento e a herança que conduzem a salvação eterna.